Allianz Cup Destaques do Estoril: a muralha amarela, o pulmão de Rodrigo e a arte de Guitane
Dani Figueira só não conseguiu evitar o golo surpreendente de Otamendi; disponibilidade física e vontade do lateral (à esquerda e à direita)_voltam a dar nas vistas; francês é o rei do drible e provou-o sempre que colou o pé à bola
Melhor em campo: Dani Figueira (9)
Somou três intervenções importantes na primeira parte, embora em duas na sequência de gestos técnicos pobres de Rafa e Di María, que adiaram a reação encarnada ao golo inaugural de Guitane. Petar Musa, aos 56 minutos, voltou a testá-lo e respondeu. Já nada pôde fazer no 1-1, perante a espontaneidade do tiro de Otamendi, mas voltou a aparecer no último momento da partida, ao desviar para o poste uma bomba incrível de Di María. Foi massacrado pelos cantos do argentino, sempre a caírem na pequena área, no entanto, conseguiu manter-se sóbrio. Nos penáltis, defendeu o tiro de Marcos Leonardo e encaminhou a sua equipa para a final. Ninguém foi mais decisivo.
(5) VOLNEI — Apresentou-se sereno, embora, tal como os colegas da linha defensiva, tenha sentido dificuldades no controlo do jogo aéreo nas bolas paradas ofensivas do adversário. Acaba, no entanto, surpreendido pela simulação de Musa no 1-1. Deu o lugar a Pedro Álvaro na segunda parte.
(7) VITAL — Um grande corte aos 18 minutos perante a ameaça de João Mário deu o tom para uma exibição assertiva do central. Sempre muito atento às movimentações contrárias. Coube-lhe acertar o pontapé decisivo dos 11 metros e não vacilou.
(6) MANGALA — Algo pesado e lento, somou desatenções, como a que deixou isolar Rafa nas suas costas aos 27 minutos após uma falta marcada rapidamente pelas águias, a cortes importantes, como o conseguido sobre Musa, três minutos depois. Derrubou Rafa aos 67 e viu o amarelo. Acaba por ser uma atuação positiva.
(6) WAGNER PINA — Tentou associar-se ao momento ofensivo, aproveitando que a maior parte das atenções estivesse em Guitane, e demonstrou capacidade de chegada à área. Viu o cartão amarelo por travar Kokçu numa saída rápida, que o turco levou a mal. Faltou-lhe a perceção para entender a presença de Otamendi perto da sua baliza e chega, por isso, atrasado, aos 59 minutos, à finalização do argentino na jogada do empate. Sacrificado naturalmente aos 63 minutos na reestruturação idealizada por Vasco Seabra para dar frescura à equipa.
(7) KOINDREDI — Viu-se algo de Matheus Nunes naquele slalom brihante aos 10 minutos, tendo João Neves surgido para lhe roubar a hipótese de remate no derradeiro instante, e ajudou a pressionar os médios encarnados. Até começou mal, com uma perda de bola que podia ter sido comprometedora, mas reagiu bem e atingiu um nível exibicional sólido.
(5) MATEUS FERNANDES— Saiu em alguns ataques rápidos sempre com a bola bem controlada. A técnica está lá, é evidente, todavia não foi um jogo totalmente bem conseguido no aspeto individual. Fica ligado ao golo do empate do Benfica ao perder a bola para Musa e cometeu ainda um segundo erro, após passe de Rodrigo Gomes, que valeu oportunidade falhada por Rafa para o 2-1. Valeu a má definição do atacante do Benfica. Há boa margem para crescer.
(8) RODRIGO GOMES — No primeiro minuto, ninguém o agarrou naquela correria pela esquerda e ganhou um canto. Aos 16, insistiu, combinou com Heriberto e cruzou. Ninguém estava lá para a finalização, mas Guitane agarrou na bola para transformar um bom movimento coletivo num momento individual. Com a entrada de Tiago Araújo, passou para a direita, e continuou a oferecer o pulmão que a equipa necessitava para chegar à frente e dividir o jogo com as águias. Mais uma excelente exibição.
(8) GUITANE — Se há jogada que demonstra o que é o 10 do Estoril é a do golo. Isolado pelas circunstâncias para o 1x1, foi naturalmente para dentro o para ganhar espaço para rematar à baliza_e bater Trubin. É o verdadeiro rei do drible. Uma ameaça constante e a merecer todo o destaque que tem tido. Tirou o amarelo a Morato, a quem fez a cabeça em água, aos 77 minutos.
(5) CASSIANO — Esforçado. Foi referência na transição, mas o jogo não esteve muito pelo corredor central e faltaram-lhe oportunidades para atirar à baliza.
(6) HERIBERTO — Participou no 1-0, mas esteve longe do nível de Guitane e Rodrigo Gomes.
(5) JOÃO MARQUES — Entrou para dar critério. Falhou o seu penálti, o que apenas adiou a festa.
(6) TIAGO ARAÚJO — Boa entrada para lateral-esquerdo. Ajudou a tapar o espaço que o Benfica encontrava aí, sobretudo por Aursnes.
(5) ALEJANDRO MARQUÉS — Menos móvel e técnico que Cassiano, foi-lhe difícil entrar no jogo.
(7) PEDRO ÁLVARO — Entrou para controlar o lado esquerdo do Benfica, numa antecipação do reforço ofensivo por Schmidt. No último minuto, salvou a sua equipa com um corte decisivo.
(-) MOR NDIAYE — Rendeu Koindredi a fim de oferecer disponibilidade física e foi o que fez. Provocou o amarelo de Tiago Gouveia.