Destaques do Benfica: Neves ao volante, nas retas e nas curvas
João Neves cumprimentado por Aubameyang, IMAGO

Destaques do Benfica: Neves ao volante, nas retas e nas curvas

NACIONAL11.04.202423:22

Di María e Rafa marcaram, mas foi o médio de 19 anos a conduzir a equipa do princípio ao fim, nos melhores momentos... e nos piores; não tem a braçadeira, mas poderia ser capitão de equipa

O melhor do Benfica: João Neves (7)

Impecável no passe, nas dobras, no desarme, nunca desprezando a possibilidade de desequilibrar ofensivamente, nem que para isso fosse preciso fazer um 'sprint' de 50 metros. Ao minuto 33’, tentou a sorte e disparou à baliza, Pau López resolveu sem dificuldade, ao minuto 52, no lance do 2-0, foi ágil no raciocínio e rigoroso no passe, entregando rapidamente a bola a Di María na esquerda, começando logo aí a desequilibrar a equipa do Marselha. A vontade e a ânsia de recuperar a bola poderia ter tido custos ao minuto 57, pois derrubou Aubameyang na área do Benfica. Teve sorte, árbitro inglês... não houve consequências.

Trubin (5) — Viu quase sempre o jogo ao longe na primeira parte, com exceção de um lance de Aubameyang ao minuto 12, neutralizado por Tengstedt, mas na segunda parte as coisas foram bem diferentes e até foi obrigado a ir buscar a bola ao fundo da sua baliza. Não trabalhou muito — segurou bola disparada por Ounahi perto do final —, mas sentiu o perigo.

Bah (5) — Poderia ter marcado ao minuto 6’, mas a tentativa de finalização foi desastrosa: a um passo da baliza, falhou a bola, que acabou por encontrar Mbemba, que vinha atrasado, nas costas do lateral do Benfica, e o perigo perdeu-se. Defensivamente, nunca esteve completamente tranquilo e também não foi brilhante a atacar, mas cumpriu os mínimos.

António Silva (4) — Primeira parte tranquila, segunda parecia ainda melhor, mais a mais com boa ação na área benfiquista no arranque do lance do 2-0. Todavia, mancharia severamente a exibição com aquela interceção falhada de bola fácil endossada a Aubameyang. Ficou naturalmente desesperado assim que viu a bola na sua baliza e não mais conseguiu sossegar.

Otamendi (6) — Um belo corte logo para começar e muita concentração e potência em cada duelo, mas também a felicidade de ter lidado muito menos com Aubameyang do que Bah e António Silva.

Aursnes (6) — Mau passe ao minuto 11, no meio campo defensivo, sem consequências, revelava, ainda assim, uma primeira parte mediana, sem rasgo ofensivo. As coisas melhorariam no segundo tempo e ao minuto 55, então sim, desequilibrou ofensivamente como gosta e serviu Tengstedt na área, na perfeição, mas o ponta de lança dinamarquês desperdiçou.

Florentino (5) — Dois nós de Harit deixaram-no caído no relvado, mas soube levantar-se e assumir papel importante, com cortes e interceções relevantes. No lance do golo do Marselha tentou ganhar bola dividida, mas perdeu o duelo. E o resto já se sabe.

Di María (7) — Serviu bem Bah ao minuto 6 (o lateral desperdiçou incrivelmente), ao minuto 21 fez outro belo passe, mas para Neres, ao minuto 51’ visou a baliza, mas errou o alvo, um minuto depois agarrou a bola a meio-campo, correu em linha reta para a área marselhesa, combinou com Neres e depois encostou para a baliza. 2-0, que categoria! Ainda voltaria a procurar nova combinação, mas com Tengstedt não funcionou. Depois do 2-1, perdeu discernimento e a equipa ressentiu-se ofensivamente.

Rafa (7) — Primeira parte de grande qualidade, com golo ao minuto 16’, após boa combinação com Tengstedt. E também forneceu bem o dinamarquês, isolando-o, mas sem frutos, dado que o ponta de lança foi desarmado já na área. Rafa ainda foi visto ao minuto 33, com um belo calcanhar que permitiu a João Neves visar a baliza, mas foi praticamente transparente na segunda parte. Bem marcado, sem ação.

Neres (7) — Descobriu Tengstedt no lance do 1-0, pouco depois, bem servido Di María, falhou a receção, quando tentava matar no peito. Aos 39’, esquecido por toda a gente em plena área francesa, atirou ao lado, não reparando que estava sozinho. Boa desmarcação, controlo e assistência para Di María no 2-0. Foi substituído ao minuto 71 provavelmente demasiado cedo.

Tengstedt (6) — Parece o terceiro central da equipa, tal a oportunidade com que se envolve em missões defensivas — corte importante ao minuto 12 —, mas ofensivamente combina invariavelmente o melhor e o pior: aos 16’, descobriu Rafa, assistência para o 1-0, mas depois, aos 24’, não conseguiu evitar o desarme de Balerdi, e aos 36’, lançado pela direita, falhou o cruzamento para Neres. Aos 55’, atirou forte, mas ao lado. Correu muito, funcionando como o primeiro foco de pressão, como Schmidt gosta.

João Mário (5) — Entrou aos 71' e procurou puxar o jogo do Benfica para o lado esquerdo, preocupando-se ao mesmo tempo em fechar o flanco.

Marcos Leonardo (4) — Entrou aos 71’ e não conseguiu dar mais ao Benfica do que Tengstedt. O dinamarquês não é brilhante, mas corre muito, ofensivamente e não só, o brasileiro acabou por ser presa fácil para a defesa do Marselha, mais a mais com a equipa a atravessar o pior momento na partida, após o golo de Aubameyang.