Destaques do Benfica: «Kokçu montou circo para Rafa e Neres atearem fogo»
Médio turco jogou mais perto da baliza adversária neste Benfica-Portimonense da 23.ª jornada e foi mais feliz; Rafa, novamente decisivo, teve no brasileiro um parceiro endiabrado; Di María sempre a brilhar e Cabral entrou bem
O melhor em campo - Rafa (8)
Mais um jogo em que este avançado verdadeiramente diferenciado começou por ameaçar passar ao lado de uma boa exibição, inicialmente somando más decisões e definições que pediam diferente concentração. Mas, aos poucos, foi crescendo, melhorando e, como se fosse inevitável, marcou o primeiro golo, o golo que desatou o nó do jogo e deu um nó na cabeça dos jogadores do Portimonense. Já sem sombra de ansiedade no seu talento, Rafa assistiu de trivela para o golo de Di María e encostou para o quarto e último dos encarnados. Gostem ou não gostem, embirrem ou não com a sua personalidade futebolística, como Rafa não há neste campeonato.
(5) TRUBIN — Jogo muito tranquilo, com dois remates, um de Carlinhos e outro de Jasper, que foram pouca coisa para quebrar a monotonia nas imediações da baliza. Mas o ucraniano mostrou estar concentrado e transmitiu serenidade à equipa.
(6) BAH — Neste jogo esteve mais próximo de ser o lateral vertical e agressivo no ataque de que nos lembramos, mas continua a cometer alguns erros no passe e na ocupação dos espaços defensivos. Fez o passe para Rafa marcar o primeiro golo e nunca tirou o pé do acelerador. Mostra estar motivado e a crescer de forma.
(6) ANTÓNIO SILVA — O central surgiu em zonas muito próximas da área do Portimonense, foi importante no momento da recuperação da bola e procurou contribuir no ataque. A defender foi atento e até determinante — por exemplo, no grande corte que fez a Tamble já à entrada da área das águias.
(6) OTAMENDI — Competente na recuperação e entrega da bola, já no meio-campo do Portimonense. Apareceu sozinho na área dos algarvios e rematou para grande defesa de Nakamura, aos 31 minutos.
(6) AURSNES — Neste jogo o médio norueguês foi lateral-esquerdo, mas mais pareceu ala esquerdo. Combinou muito e bem com Neres, Rafa e Kokçu, a todos servindo bons passes, alguns até a causarem perigo iminente para o adversário. Terminou o desafio com um remate para boa defesa de Nakamura.
(7) JOÃO MÁRIO — Dínamo muito importante no controle da bola, dos timings, sem perder um passe. Para ganhar este jogo a equipa precisou ser paciente e paciência foi o nome do meio de João Mário. E mostrou os dentes para travar contra-ataques, como fez aos 25’, num carrinho à velocidade de Varela.
(6) JOÃO NEVES — Com tanta mobilidade à sua frente, e com o Portimonense tão encolhido, foi sobretudo importante a recuperar e a circular a bola, o que fez com critério. Aqui e ali tentou acelerar o jogo, mas não era fácil, havia muitas pernas à frente.
(7) DI MARÍA — A questão é saber se jogou bem ou muito bem, se foi pouco ou muito determinante. O argentino, neste desafio, teve menos espaço, mas com o pouco que teve ofereceu finalizações, inventou espaços e marcou um golo, de classe, de primeira.
(8) KOKÇU — A jogar nas costas de Rafa, com liberdade, e próximo das zonas de finalização e sem a pressão de ter de defender (muito), o turco foi mais feliz. Combinou com quase toda a gente, ofereceu golo cantado a Otamendi, fez as assistências (fantásticas) para os golos de Neres e Rafa e rematou muito e bem de longe; merecia ter marcado.
(8) NERES — Não foi apenas fantasista, foi intenso e talvez a águia com exibição mais consistente. Na primeira parte criou lances de golo que Rafa e Kokçu não aproveitaram e ele próprio esteve perto de marcar, aos 40’. Na segunda parte foi igualmente influente e, imparável, recebeu passe de Kokçu e finalizou o segundo golo. Esteve também no lance do terceiro, de Di María.
(6) TIAGO GOUVEIA — Entrou muito bem, conseguindo desequilibrar pela esquerda. Furou e construiu o lance do último golo, e ainda tentou o remate.
(5) FLORENTINO — Também entrou em jogo muito focado. Equilibrado e lúcido na entrega da bola, sem problema para manter a equipa ligada e a mostrar bom passe e boas ideias para a equipa.
(6) ARTHUR CABRAL — O ponta de lança mostrou que está em boa forma e em pouco tempo deixou marca neste jogo. Ganhou de costas para a baliza e fez dois grandes remates travados por Nakamura.
(5) TOMÁS ARAÚJO — Não sentiu qualquer problema para entrar e jogar ao lado de Otamendi numa altura em que o Portimonense, desesperado, tentava, quase sempre pelo seu lado, criar algum perigo para Trubin.
(-) MARCOS LEONARDO — Procurou envolver-se e teve um lance, apenas um lance, em que poderia ter feito a diferença, na área do Portimonense, mas a bola travou na relva. Não teve tempo para mais.(-) MAR