Benfica-Farense, 5-0 Destaques das águias: Pavlidis mostra o cartão de visita e Rollheiser abre a caixa de surpresas
Avançado grego mereceu o golo; argentino deixou o corredor e foi médio, a lembrar adaptação de Enzo Pérez, pincelada com dois golos; Neres em alta e até Florentino marcou...
Pavlidis
O golo, a terminar a primeira parte, de carrinho, após defesa incompleta de Miguel Carvalho, foi a recompensa para 45 minutos prometedores: muito dinâmico, revelando bom entendimento com os colegas tanto no ataque às bolas (melhor exemplo: cabeceamento à figura aos 22’, a cruzamento de David Neres) como no jogo em apoio, feito a um/dois toques. Foi agressivo na pressão, tal como Schmidt pede a todos os avançados. Um bom cartão de visita.
Leandro Barreiro
Estreia pelas águias num meio campo a dois com Florentino, sabendo que papel desempenhar na parceria. Geralmente mais subido que o capitão, com alguma chegada à área e um remate fraco a revelar vontade de mostrar serviço. Agressivo na pressão e equilibrando defensivamente quando Florentino arriscava entrar no último terço. Tentou preencher o maior número de espaços num registo muito atlético, mostrando que pode trazer força ao setor.
Neres
O melhor do Benfica na primeira parte. Solto na direita, assumindo o um para um e um para dois, revelando a confiança de outros tempos. As melhores jogadas das águias nos primeiros 45 minutos passaram quase sempre pelos pés do brasileiro, assim, no plural, porque o direito também deixou os colegas em boa posição para marcar, que o digam Pavlidis ou Tiago Gouveia. Acima de tudo, voltaram os ares daquele futebol feito de alegria.
Rollheiser
Apareceu como médio centro, junto a João Mário, fazendo lembrar a adaptação de Enzo Pérez, e nada estranhou a posição. Defensivamente não comprometeu e trouxe um contributo positivo na primeira fase de construção, mesmo sob pressão. Autor de um bom golo, na conversão de um livre direto, e de outro, ainda melhor, finalizando boa jogada coletiva feita de triangulações. Se foi apenas um experimentalismo de pré-época ou uma nova vida para o argentino só o tempo o dirá, mas para já o projeto está em marcha e aparentemente bem estruturado.
Samuel Soares – Um dos melhores da equipa na primeira parte, autor de três boas defesas, uma delas muito apertada a remate de Darío Poveda. No primeiro quarto de hora foi ele a dar uma estabilidade que tardou a aparecer.
Tiago Gouveia – Roger Schmidt deu-lhe o lugar de lateral-direito numa tentativa de tentar encontrar dentro de casa uma alternativa a Alexander Bah. Não foi uma experiência feliz porque acusou a falta de rotinas do ponto de vista defensivo. Esteve perto de marcar aos 45+1’, com o remate na área a sair ao lado.
Tomás Araújo – Sereno, sem erros, embora pouco interventivo. Ganhou algumas bolas em velocidade, um dos seus pontos fortes.
Morato – Um corte deficiente na área deixou Belloumi em posição de golo, mas o remate do argelino saiu por cima. Também não foi feliz na construção, com alguns passes mal medidos.
Carreras – Algumas intermitências que traz do ano passado, construindo bem na fase inicial mas geralmente concluindo mal. Nem sempre fechou bem a sua zona, deixando as suas costas demasiado expostas. Pede-se mais consistência se quiser agarrar o lugar agora que chega concorrência de peso.
Florentino – Capitão de equipa, entendeu-se bem com Leandro Barreiro. Ao contrário do habitual, foi nas transições ofensivas e não nas defensivas que maior protagonismo assumiu, destacando-se o remate feliz, fora da área, que contou com a má abordagem do guardião dos algarvios e que terminou no fundo das redes.
Marcos Leonardo – Deu-se ao jogo na posição que Rafa desempenhava na equipa. Sem medo de ter a bola e nunca fugindo ao choque, foi o jogador que mais faltas sofreu na primeira parte. Esteve perto de marcar após passe picado de Aursnes e foi ele o autor do remate defendido que terminaria no remate/carrinho de Pavlidis.
Aursnes – De volta ao passado e à posição onde foi mais preponderante na época do título. Médio esquerdo no papel, médio centro em muitos momentos do jogo, sendo o ponto de equilíbrio de um setor onde se ganham e perdem jogos. Destacou-se no último passe, deixando alguns colegas em posição de marcar.
André Gomes – Poucas vezes chamado a intervir.
Diogo Spencer – Algumas dificuldades para canalizar jogo pelo corredor.
Gustavo Marques – Novamente a mostrar bons sinais: boa utilização do corpo nos duelos individuais e muito critério no passe a quebrar a primeira linha de pressão do adversário. Não foi por acaso que arrancou muitos aplausos do público.
Bajrami – Seguro nas bolas divididas.
Tiago Parente – Tratou bem a bola e tentou subir com segurança, sem nunca desproteger a posição.
João Mário – Fez dupla a meio campo com Rollheiser, assumindo as dobras do argentino e construindo com ele: assim foi o segundo golo do ex-Estudiantes.
João Rego – Derivou muito para o meio na tentativa de ter jogo.
Prestianni – Um bom golo logo a abrir a segunda parte, num remate à entrada da área, foi a melhor forma de criar mais dúvidas em Roger Schmidt. Atuando atrás do avançado, somou muitas iniciativas, nem sempre bem concluídas, mas é garantido que com ele há uma rotação constante.
Schjelderup – Muita vontade de espremer a laranja, mas sem produzir muito sumo. Os dribles ficaram sempre curtos, os passes saíram sempre com força desmedida. Nota-se que há ali alguma ansiedade.
Arthur Cabral – Um par de jogadas individuais que poderiam ter dado em golo.