12 maio 2024, 21:37
Uma mão cheia de golos a dizer à Luz até para o ano (crónica)
Exibição agradável do Benfica, que pecou por escassa; Arouca de fim-de-estação foi equipa sempre macia; Rafa, um caso de amor...
Vítor Vinha analisa a goleada do Benfica ao Arouca
1. Planos de jogo
Partida onde, independentemente do resultado, a classificação de ambas as equipas iria permanecer inalterada. Estavam em jogo a honra, o prestígio e a despedida de Rafa. Benfica e Arouca apresentaram o seu sistema habitual: 4x2x3x1. Roger Schmidt apostou em Rafa na posição de ponta de lança. Plano que foi muitas vezes criticado e algo infrutífero; por ironia do destino, resultou na perfeição. Kokçu novamente na posição 10 - lugar onde se sente mais feliz, e, por conseguinte, apresenta melhor rendimento. João Mário e Carreras na ala esquerda, Di Maria e Aursnes pela direita, Otamendi e António Silva na dupla de centrais e Trubin na baliza. Por outro lado, após a saída de Rafa Mújica para o Catar, Daniel Sousa apostou em Marozau na frente de ataque, colocando nas restantes posições, praticamente, o seu onze mais utilizado.
2. Superioridade encarnada
Com alguma surpresa, o encontro foi de sentido único. O Benfica superiorizou-se perante um adversário de grande valor. Com ambas as equipas fiéis aos seus princípios de jogo, o segredo da vitória encarnada esteve na forte pressão que exerceu durante os 90 minutos. A equipa de Daniel Sousa bem tentou construir desde trás, tanto de forma curta como de forma longa, mas a organização e os timings de pressão das águias foram perfeitos, com o Arouca a não conseguir ligar o seu jogo. O Benfica venceu quase todos os duelos, recuperou imensas bolas no meio-campo ofensivo, asfixiando o adversário. Com bola, a qualidade das águias veio ao de cima. Aproveitando o espaço nas costas da defesa arouquense e a qualidade das movimentações à profundidade, por parte do ataque encarnado, o Benfica marcou cinco golos, mas poderiam ter sido mais. Di Maria, Kokçu, Tengstedt e Rafa Silva, por duas vezes, escreveram os seus nomes na lista de marcadores.
12 maio 2024, 21:37
Exibição agradável do Benfica, que pecou por escassa; Arouca de fim-de-estação foi equipa sempre macia; Rafa, um caso de amor...
3.Rafa Silva
O internacional português fez o seu último jogo no Estádio da Luz. Ainda com um derradeiro encontro por realizar na presente temporada, foram oito épocas de águia ao peito, trezentos e vinte seis jogos e noventa e quatro golos marcados. O seu talento e velocidade são inegáveis. Repleto de magia e argumentos ofensivos, Rafa despediu-se dos benfiquistas de forma memorável. Dois golos que reflectem a sua qualidade: um remate forte indefensável e uma jogada digna do seu melhor, com uma picadinha por cima de Arruabarrena, coroaram um adeus anunciado. E ainda assistiu Tengstedt para o quarto golo. Rafa Silva vai deixar saudades e fica a sensação de que o seu percurso poderia ter tido outros voos.
4. Nota final
Kokçu tanto reclamou que vai ganhando espaço na posição 10. O turco não é de grandes sorrisos, tem grande alma competitiva e soma números no lugar onde se sente mais feliz.