28 fevereiro 2024, 13:04
Baixas, dilemas e uma certeza: tudo o que disse Rúben Amorim
Treinador leonino assumiu que o Sporting não esteve bem em Vila do Conde, mas o empate em nada desvia os objetivos da equipa: vencer (em todas as frentes)
Avançado recordou a meia-final de 2008 e fez a antevisão para o dérbi
Joga-se a primeira mão das meias-finais entre Sporting e Benfica, esta quinta-feira, 29 de fevereiro, para a Taça de Portugal: o derradeiro dérbi português, que tantas emoções causa nos intérpretes e a quem assiste.
Os dois gigantes de Lisboa proporcionaram um espetáculo para a história na prova rainha, na época de 2007/08. A meia-final, então discutida numa só mão, representava a última possibilidade de leões ou águias conquistarem um troféu, uma vez que FC Porto seguia imparável e inalcançável na Liga: terminou a época com 75 pontos, mais vinte que Sporting, segundo classificado, e mais 23 que Benfica, relegado para o quarto lugar. Rui Costa, no seu último dérbi de águia ao peito, adiantou o Benfica no marcador, mas seria o Sporting a sair por cima do encontro, tendo derrotado o clube encarnado por 5-3 e arrecadando o troféu na final, frente aos dragões.
A BOLA falou com Derlei, um dos protagonistas desse mítico encontro — marcou o golo que pôs os leões em vantagem —, que recordou a histórica partida e fez a antevisão para a primeira mão desta meia-final. O avançado brasileiro respondeu ainda à questão de quem faria mais golos hoje neste Sporting: o próprio, ou Gyokeres...
— O Derlei entrou aos 61, numa altura em que o Sporting ainda perdia por 2-0, e aos 79 minutos coloca o Sporting em vantagem. O que sente um jogador quando entra e é decisivo na passagem das meias-finais de uma competição que acabariam por vencer?
— Aquele jogo para mim era realmente um jogo especial, porque estava a regressar de lesão, foram sete meses de paragem devido a uma rotura do ligamento cruzado interior do joelho esquerdo. Já treinava bem e o Paulo Bento chamou-me naqueles dias, e perguntou-me se estaria disponível para jogar, pois via que eu já treinava normalmente, e eu disse que sim, que entrava se fosse preciso, até pela complexidade, era um dérbi. Resumindo, ao intervalo estava 2-0 para o Benfica, que foi justo merecedor na primeira parte. Foi um jogo muito aberto, qualquer equipa no intervalo a vencer seria justo. Já no balneário, o Paulo acabou por nos chamar e reunir ali, conversámos e falámos de estratégias.
Voltámos para a segunda parte com mais concentração devido à conversa no balneário, e como o Benfica tinha feito dois golos em 45 minutos, nós sabíamos que também teríamos essa capacidade de marcar dois golos em 45 minutos. Foi o que aconteceu, entrei, por acaso até achei que só jogaria os últimos dez minutos, mas o Paulo chamou-me aos 50 e pouco, conversámos e ele disse-me o que queria de mim. Quando entrei perdíamos por dois zero, mas, em 15 minutos, conseguimos a reviravolta. As pessoas atribuem muito a reviravolta à minha entrada, mas tem mais a ver com o estado anímico e psicológico que o discurso do treinador no intervalo incutiu na equipa.
— Tem acompanhado o futebol português?
— Sim, sim, sempre. Estou agora em Portugal em trabalho, no Norte, e acompanho o campeonato, sim. Até queria ir ao estádio amanhã [29 de fevereiro] mas, por um compromisso que tenho, não sei se consigo ir. Seria um privilégio ver um dérbi numa meia-final novamente. Ao contrário daquele dérbi de 2007/08, a meia-final será decidida em duas mãos, esta é a primeira, talvez consiga ir à segunda. Todos os dérbis são diferentes e especiais e naturalmente, por ser a duas mãos, ainda mais especial é.
— Acha que os dois empates seguidos que o Sporting acumulou na última semana podem servir como motivação frente ao Benfica, ou a equipa pode estar em baixo animicamente?
— Acho que animicamente não muda nada, até porque o Benfica iniciou esta época com alguns problemas, a nível de resultados, em determinados momentos os adeptos chegaram a contestar algumas atitudes do treinador em relação a alguns atletas, ao onze escolhido, enfim. Acontece no futebol, e hoje o Roger já está novamente nas graças da torcida, dos adeptos. O Benfica voltou a jogar não igual ao que jogava na época passada, mas a um nível a que acostumou os adeptos, e o Sporting da mesma forma. Amorim, ao fim destes anos todos, tem esta base de jogadores que vem jogando sempre, e com a entrada de um ou outro jogador melhorou e esta época acredito que Sporting tem mostrado um futebol até melhor que o do Benfica, mas num dérbi tudo pode acontecer. Por jogar em casa e em frente aos seus adeptos, o estado anímico dos atletas deve estar muito mais acalorado, mas quando se entra em campo são 11 contra 11, e por vezes, a questão do estádio fica para segundo plano.
28 fevereiro 2024, 13:04
Treinador leonino assumiu que o Sporting não esteve bem em Vila do Conde, mas o empate em nada desvia os objetivos da equipa: vencer (em todas as frentes)
— Em jeito de brincadeira, quem marcaria mais golos neste Sporting, o Derlei ou o Gyokeres?
— Com certeza o Gyokeres, eu para começar nunca fui bem um avançado centro, joguei nessa posição muitas vezes, mas não era a minha posição. Ele é um jogador bem completo, consegue fazer movimentos fora da área, é muito forte, potente fisicamente, encaixou perfeitamente na forma de jogar do Rúben Amorim, e então, com certeza ele marcaria muito mais golos, e tem feito isso, o que é bom para o Sporting. Está de parabéns pela época fantástica que está a fazer.