De mal a pior: Brasil nunca tinha perdido em casa nas qualificações
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De mal a pior: Brasil nunca tinha perdido em casa nas qualificações

INTERNACIONAL22.11.202311:35

Pesadelo sem fim no Maracanã: após 64 jogos em eliminatórias para Campeonatos do Mundo, o Brasil caiu ao 65.º e logo frente à eterna rival Argentina, de Di María e de Otamendi, autor do golo histórico no Rio de Janeiro; ‘canarinha’ está em 6.º, no limite da queda em zona de play-off…

A noite no Rio de Janeiro, última madrugada em Portugal, já tinha começado muito mal. Mas acabou pior. Depois das cenas de violência entre adeptos dentro e fora do Maracanã, que atrasaram em quase meia hora o início do jogo, o Brasil-Argentina terminou com vitória dos visitantes por 1-0. Uma derrota da canarinha com cunho histórico, um pesadelo sem igual em duelos da qualificação sul-americana para Campeonato do Mundo. É que em 64 partidas em casa relativas a uma fase de apuramento – cuja primeira edição remonta a 1954 – a seleção brasileira não sofrera um único desaire. Aconteceu ao 65.º e logo contra a eterna rival.

Com Di María a entrar na ponta final do desafio e a receber a braçadeira de capitão das mãos de Messi, o seu companheiro no Benfica, Otamendi, marcou o único golo aos 63 minutos, dando corpo à vitória argentina e à enorme frustração do país tropical, esta madrugada pouco abençoado por Deus.

Para o Brasil foi uma noite que demorará muito tempo a esquecer. Nunca os brasileiros tinham sentido algo assim no seu próprio castelo em quase 70 anos. Chegava ao fim a fantástica sequência de 64 jogos (todos até esta quarta-feira) sem derrotas que se seguiu ao jogo de estreia em qualificações para a Copa do Mundo, com a seleção de Djalma e Nilton Santos, de José Carlos Bauer e Rodrigues Tatu a vencer o Chile por 1-0, com golo de Baltazar. O Maracanã foi, igualmente, o palco. Naquele 13 de março de 1954, estavam 170 mil (!) nas bancadas.

Contas feitas, até este frustrante desaire com a Argentina ao qual assistiram 68.138 espectadores, a seleção canarinha na condição de anfitriã somara 51 vitórias e 13 empates, marcara 173 golos e sofrera 29. Mas há outro dado relevante e preocupante para os brasileiros: o jogo com os argentinos foi o segundo jogo seguido em casa sem registo de vitória, depois do empate em outubro com a Venezuela (1-1), o primeiro desde 2016; e, à luz da história, o Brasil só tem uma sequência pior, registada em 2008, com três empates consecutivos, todos por 0-0, com Argentina, Bolívia e Colômbia

Posto isto, os alarmes soam inevitavelmente no seio da comitiva da canarinha. É que, incluindo os jogos disputados para lá das fronteiras da grande nação, a série atual nas qualificações para o Mundial-2026 é de três derrotas consecutivas, no Uruguai (0-2), na Colômbia (1-2) e, agora, diante da Argentina, que se seguiram ao já mencionado empate com a vinotinto.

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A seleção brasileira caiu, assim, para o sexto lugar (último que qualifica que qualifica diretamente para o Mundial) do apuramento sul-americano, com apenas sete pontos ao fim de seis jogos, com 8-7 em golos. Com oito pontos de atraso para a líder Argentina, a canarinha tem à sua frente Uruguai, Colômbia, Venezuela e Equador e, atrás, já sente a respiração de Paraguai e Chile, ambas com cinco pontos. Pesadelo sem igual…