Famalicão-Arouca, 0-0 De golo anulado em golo anulado… constrói-se o nulo (crónica)
Um tento invalidado para cada lado equilibrou a balança, num jogo extremamente pobre das duas equipas, que foram pouco objetivas ao longo dos 90 minutos
Num fim de tarde agradável em Famalicão, com um relvado ideal para a prática do desporto-rei, o duelo entre minhotos e arouquenses reunia todos os ingredientes para ser um bom espetáculo de futebol. Faltaram os protagonistas, naquela que foi uma partida pautada pelo equilíbrio, sim, mas a um nível francamente pobre para a elite nacional.
No primeiro tempo ainda houve alguma animação em Vila Nova. Uma entrada competente da turma de Armando Evangelista, favorita à partida do desafio, até pela diferença de sete pontos que separava as duas equipas, foi rapidamente contestada por uma boa reação dos lobos de Arouca.
À passagem dos 11 minutos, Alfonso Trezza introduziu a bola na baliza de Zlobin e ainda se festejou golo no banco do emblema da serra da Freita, mas o lance foi prontamente invalidado por posição irregular do uruguaio, referência do ataque arouquense.
O Famalicão sentiu-se ameaçado e também não demorou a responder, primeiro por Gil Dias, aos 22', com um remate à figura, e depois por Aranda, aos 29', com uma 'bomba' de livre direto. Mantl segurou o nulo com defesas seguras nos dois lances.
Pouco depois, novo tento anulado no Municipal de Famalicão, mas desta feita à equipa da casa. Rafa Soares recebeu à esquerda, galgou alguns metros e, completamente sozinho, teve todo o tempo do mundo para tirar um cruzamento milimétrico para os pés de Aranda, que finalizou com classe. A bandeirola subiu e o VAR confirmou: o lateral-esquerdo estava adiantado 70 centímetros quando recebeu a bola no flanco.
A etapa complementar demonstrou alguma apatia de parte a parte, com (raros) laivos de criatividade a surgirem apenas de lances individuais ou de falhas defensivas. Apesar da entrada mais arrojada do Arouca na segunda parte, que surpreendeu os famalicenses, não houve claras ocasiões de golo a assinalar. O jogo acabou por tornar-se muito dividido a meio-campo, com muitos amarelos à mistura, o que empobreceu o espetáculo.
Sem grande pressa ou acutilância para ferir o adversário, as duas equipas pareceram conformadas com o nulo à medida que o relógio ia avançando e a verdade é que o apito final chegou mesmo com o marcador inalterado desde o pontapé de saída.