Português não gostou da atitude do espanhol relativamente à sua saída do PSG, revelando que o técnico nem veio falar consigo sobre o assunto
Danilo Pereira trocou o PSG pelo Al Ittihad, no último verão, mas o próprio garantiu que o seu desejo era continuar em Paris, algo que não aconteceu por causa de… Luis Enrique, que não contava com ele para 2024/25.
O defesa recordou a altura em que percebeu que não era opção para o espanhol em 2024/25: «A partir do final da época 2023/24 tive a sensação de que algo de estranho se passava... Luís Campos veio então falar comigo para me dizer que eu já não fazia parte dos planos. A escolha foi do treinador e eu não falei com ele», explicou, em entrevista ao Le Parisien, garantindo que só ficou incomodado com o facto de, perante esta situação, o clube não ter facilitado a sua saída.
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«Não queria continuar num clube onde não contavam comigo. Quando me disseram: ‘tu não contas, tens de procurar outro clube’, não houve problema. É uma situação que existe em todos os clubes. Por outro lado, foi difícil quando estávamos a negociar com outras equipas. Foi esse o problema. Não facilitaram a minha saída. Foi isso que me magoou, porque gosto muito de Paris. Queria continuar a minha carreira lá», explicou, afirmando que o clube não valorizou totalmente aquilo que lhe deu durante esses três anos.
«Não foi fácil porque não estava à espera de que o clube me deixasse de fora do plantel. Foi a sensação mais dolorosa. Acho que não merecia este tratamento. Foi muito duro. Fiquei afetado porque não compreendo por que razão o clube agiu assim. Não fiz mal a ninguém, só queria treinar normalmente enquanto procurava a melhor solução. Se fui reconhecido? Pelos adeptos, sim. Internamente, acho que não. Estou feliz com o trabalho que fiz no PSG. Estou feliz com o reconhecimento que os parisienses me deram, mas internamente, de uma forma geral, este trabalho foi subestimado. As pessoas no clube não deram muito valor ao que eu fiz. Às vezes é importante dizer algumas palavras», disse Danilo, criticando a direção e, de seguida, Luis Enrique, com elogios ao aspeto tático, mas não ao pessoal.
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«É um ótimo treinador. Tem ideias muito claras. Por vezes, temos a impressão de que ele não ouve as pessoas. Está sempre a fazer o que quer porque acredita mesmo no seu trabalho! Gosta de manter a bola e cansar os adversários. É um treinador que pode trazer muita experiência, mas é preciso tempo e em Paris falta-nos um pouco. As pessoas têm pressa. Em Paris, temos tendência para duvidar um pouco e não se deve duvidar. Um projeto não dura seis meses ou um ano. É preciso ter uma visão a longo prazo. Ele é a pessoa certa. Tem um carácter muito, muito forte e Paris precisa de pessoas que o ouçam. Luis Enrique tem as ideias para avançar com um projeto que perdure no tempo. É importante que ele tenha o apoio do clube e dos adeptos, mesmo que não gostemos do seu carácter», atirou, revelando que o seu perfil de jogador não se adequa ao treinador.
«Ele gosta que os seus jogadores façam o que ele pede. Se não fizermos o que ele quer, não pertencemos à sua equipa. Acho que isso é ótimo. Se tens ideias claras, se queres que todos te sigam, tens de agir assim. Ele fala muito. Pode rir-se, mas não é um treinador que fale individualmente. Vai fazê-lo coletivamente. Se quisermos falar com ele cara a cara, ele está aberto, mas cabe ao jogador perguntar-lhe e ir falar com ele. Eu não era o tipo de jogador que ele gostava, mas compreendo-o. Não se pode agradar a todos os treinadores», atirou.