ENTREVISTA A BOLA Dalot regressa ao Dragão: «A força do FC Porto sempre foi o coletivo»
Internacional português lança o reencontro com o emblema em que foi formado, revela os alertas já deixados no Manchester United e recorda a curta experiência com Vítor Bruno.
Ainda nem tinham passado 24 horas da pesada derrota com o Tottenham, em Old Trafford, quando Diogo Dalot recebeu A BOLA no Teatro dos Sonhos. De semblante mais pesado do que é habitual, mas com disponibilidade máxima, o internacional português colocou o foco no regresso especial ao Dragão, para o duelo da Liga Europa com o FC Porto. Neste excerto da entrevista o internacional português lança o reencontro com o emblema em que foi formado, revela os alertas já deixados no Manchester United e recorda a curta experiência com Vítor Bruno.
— O Diogo tem o hábito de festejar os golos com aquele gesto de quem está a sentir a pulsação. Como vai estar a pulsação neste reencontro com o FC Porto?
— Espero que bem. Como é lógico será um jogo especial, um momento especial, para mim e para a minha família. É um clube que me diz muito, por isso é normal sentir essa pulsação antes do jogo, mas acredito que, quando chegar a hora de começar o jogo, esteja normalizada.
— Já se imaginou a entrar no estádio, percorrer aqueles corredores que bem conhece, pisar o relvado novamente...?
— Já tive oportunidade de lá jogar. Não contra o FC Porto, mas pela Seleção, e reencontrar as pessoas que lá trabalham, percorrer esses corredores que tanto percorri. Claro que foi especial, mas agora é diferente, é contra o FC Porto, vou rever muitos adeptos e muitas pessoas que estiveram lá para me apoiar quando eu estava desse lado.
— Se calhar mais até pessoas mais dos bastidores, que não são tão conhecidas…
— Sim. Pessoas que não vejo quando vou lá com a Seleção, ligadas ao clube. Será especial rever algumas.
— Não sei se a equipa técnica já começou a passar informações sobre o FC Porto, mas o Diogo vai acompanhando a antiga equipa, certamente. O que espera deste adversário?
— Espero uma equipa à imagem do Porto. É isso que tenho tentado transmitir à equipa técnica e aos colegas. Espero uma equipa bastante competitiva. Sabemos que o FC Porto, em provas europeias, tem sempre uma capacidade de competir acima da média. Não posso estar à espera de outra equipa. Já fiz a minha parte, agora as análises de jogo e o plano que vamos apresentar são outra coisa, mas a imagem dos jogadores, aquilo que vão sentir, não tenho dúvida que será uma equipa competitiva, agressiva, muito concentrada taticamente, ainda mais no Dragão, um campo sempre difícil.
— Então as conversas do Diogo com a equipa técnica e com os colegas têm sido mais no sentido de destacar o coletivo, e também o ambiente, do que este ou aquele nome?
— Sim. A força do FC Porto sempre foi o coletivo. Claro que, dentro de um bom coletivo, há sempre individualidades a surgir, e o FC Porto tem ameaças que estão a evidenciar-se ainda mais este ano, mas o forte será sempre o coletivo. Sempre foi, é isso que a história do clube diz e continuará a dizer. Por isso estou à espera de um FC Porto coletivamente forte, e por isso será um jogo difícil.
— Teve oportunidade de trabalhar com Vítor Bruno, quando este era adjunto de Sérgio Conceição. Que imagem guarda dele?
— Exatamente a mesma imagem que tem mostrado. Confesso que tenho gostado de ver a forma como ele tem interagido, muito à imagem do que mostrou quando era assistente. O que é bom, pois, muitas vezes, quando se muda de papel, há uma mudança na personalidade, na forma de agir com os jogadores. Mas, pelo que tenho visto de fora, tem mantido uma imagem bastante positiva, assertiva, à imagem dele. Do pouco tempo que estive com ele - apenas uma época - foi bastante interessante, e tenho gostado muito.