Real Madrid-Barcelona, 0-4 Da disciplina ao caos: como o Barcelona destroçou o rival no Bernabéu
Depois de anularem toda a profundidade do Real Madrid, os catalães não deram hipóteses, com quatro golos sem resposta. Trio de ataque 'blaugrana' fez os quatro golos, o dos 'merengues' esteve sempre um passo à frente... literalmente
Não havia dúvidas da qualidade do Barcelona que chegava ao Santiago Bernabéu para defrontar o Real Madrid. O trio de ataque de Yamal, Raphinha e Lewandowski, resguardado por uma defesa sólida e um meio-campo que misturava intensidade e criatividade, era de líder do campeonato. No outro lado porém, estava o Real Madrid, só a três pontos e a jogar na sua catedral, onde, há dias, havia derrotado o Dortmund por 5-2, depois de estar a perder por 0-2.
A jogar em casa, com as bancadas repletas, o hino cantado em uníssono deu o mote para o primeiro tempo de maior controlo do Real Madrid. Federico Valverde foi protagonista nos duelos e Camavinga estava em todo o lado. Com Bellingham mais à direita, numa espécie de 4x4x2, Mbappé e Vini Jr. eram as referências. O francês foi o mais solicitado em todo o jogo, mas, do outro lado, apanhou a disciplina da linha defensiva de Hansi Flick, que o apanhou em fora de jogo... oito vezes, incluindo duas em que o número 9 até marcou, mas, com a posição irregular, não contou.
O primeiro tempo de ascendente madrileno esbarrou, então, na armadilha de fora de jogo, de uma defesa liderada pelo jovem Pau Cubarsí, que somou (mais uma) exibição fenomenal. Foi um dos seis jogadores com 21 anos ou menos que foi titular pelo Barça, tal como Yamal, Pedri, Casadó, Balde e Fermín, que saiu ao intervalo, para entrar Frenkie de Jong. Foi logo no início da segunda parte, com 0-0 no marcador, que começou a outra faceta do jogo e o protagonista foi o ataque. E de que maneira.
Ao minuto 54, uma brecha na muralha madrilena foi explorada por Marc Casadó que, com um passe preciso, a derrubou. Lewandowski fez o que 'Lewangoalski' faz: marcou. E dois minutos depois, voltou a fazê-lo, a cruzamento de Balde. À hora de jogo, sem que o primeiro tempo o fizesse prever, estava 2-0 para o Barcelona e o Real Madrid tentava esboçar resposta, mas quando não era o fora de jogo, era Iñaki Peña a impedir o golo.
Modric entrou para o lugar de Tchouaméni e surgiu alguma clarividência do lado madrileno, mas nem por isso houve mais segurança defensiva. Lewandowski já tinha esgotado o plafond - tanto que ainda falhou dois golos que não lhe são habituais desperdiçar - mas Yamal e Raphinha também queriam entrar na lista de marcadores. Primeiro foi o jovem de 17 anos, que se tornou no mais novo de sempre a marcar no Clásico, e depois foi o ex-Sporting e V. Guimarães, a aproveitar o desposicionamento grosseiro de Lucas Vázquez, a selar o resultado final.
Assim foi o Real Madrid-Barcelona, um jogo que espelha, de certa maneira, aquilo que tem sido a época de parte a parte: o Real, apesar de conseguir resultados, tem tido lacunas várias que só o individual tem conseguido compensar. Já o Barcelona tem conseguido, através do coletivo, potenciar as maiores figuras. Neste Clásico, a disciplina anulou o adversário e, no ataque, o Barça deu continuidade ao momento letal que atravessa. Já leva, com este 4-0, seis pontos de vantagem no topo da tabela de La Liga.