Sporting-Benfica, 1-0 Da derrota sem qualquer impacto, à discordância com Otamendi: tudo o que disse Lage depois da derrota no dérbi
Treinador insiste que o Benfica merecia mais
— Qual análise que faz ao jogo?
— É um resultado injusto, fundamentalmente pelo que foram os 90 minutos. Até tivemos uma boa entrada no jogo, mas o Sporting, a partir dos 10/15 minutos, foi ligeiramente superior e, nesse período, faz o golo. Na minha opinião, um pouco consentido. Nasce de um lançamento da linha lateral e coloca-se à frente do marcador. Na segunda parte, ajustámos alguns detalhes e, com as alterações que fizemos, fomos mais sólidos na pressão e tivemos mais qualidade na construção e na posse de bola, com jogadores a procurar os espaços intermédios para criar as nossas oportunidades. Foi uma segunda parte toda nossa. O resultado certo seria o empate, mas também acredito que, pela forma como entrámos em campo, se tivéssemos marcado poderíamos ter vencido. Estou satisfeito pelo jogo e desempenho da equipa, mas o resultado não nos agrada.
— Benfica controlou o jogo durante 30 minutos na segunda parte, mas na fase final não. Concorda com esta análise?
— Não concordo. A segunda parte foi, realmente, toda nossa e o Sporting chega à nossa baliza em duas transições. A equipa teve qualidade para fazer uma boa segunda parte.
— Qual foi o teor da conversa com Fábio Veríssimo no final?
— Conversa com o árbitro foi apenas de… há uma nova regra mas não entendi. Ele vinha a sair e eu pensava que ele deveria estar parado à espera e que chegássemos, o cumprimentássemos e seguíssemos. Foi apenas isso.
— Otamendi disse que o Benfica ofereceu a primeira parte ao Sporting. Partilha dessa opinião?
— Não concordo tanto com o Nico. O Sporting foi ligeiramente superior porque também tivemos oportunidades e poderíamos ter marcado.
— Benfica passa o Natal em primeiro e o fim do ano em terceiro. Que impacto pode ter esta mudança na classificação?
— Não vai ter impacto algum. Pela forma como a equipa jogou, fundamentalmente na primeira parte, não terá impacto algum. Estaria aqui a dizer a mesma coisa se tivéssemos vencido. Este campeonato será disputado até ao fim, até pela forma como está organizado. As equipas que estão nos três primeiros lugares têm todas as condições para chegar ao fim e vencer. Nós acreditamos que podemos vencer o campeonato. Não tem impacto algum.
— Benfica pareceu sem ideia na primeira parte. Como explica isso? Foi surpreendido pelo desenho tático, pela linha de quatro defesas? Foi por isso que o Benfica andou a apalpar terreno sobre o que o Sporting iria fazer?
— Não. Na antevisão disse que acreditava que o Sporting jogaria com os três centrais. Perspetivámos isso. Essa foi a realidade. Preparámos a pressão com três homens na frente para condicionar o jogo. Relativamente às ideias… não é tanto a ideia. Foi, isso sim, a nossa capacidade de construir jogo, ter posses de bola mais prolongadas, como tivemos na segunda parte. Ao intervalo tivemos tempo para acalmar os jogadores, dar-lhes confiança, ajustar posicionamentos defensivos e, fundamentalmente, ofensivos para termos mais posse de bola, procurar os espaços e criar oportunidades. Foi isso que aconteceu.
— Porque optou por Amdouni no ataque?
— É procurar o momento dos jogadores e perspetivar que pudéssemos encontrar uma linha de quatro, tirar o conforto dos centrais com os ataques à profundidade do Zeki. Ele faz isso muito bom. Com linha de três, os centrais do Sporting estão habituados a pressionar e a perseguir jogadores quando saem entre linhas, tentámos provocar esse desconforto. Conseguimos isso mais na segunda parte porque os espaços entre linhas foram evidentes e tivemos muita bola a entrar ali para criar oportunidades.
— Que peso pode ter a derrota?
— A derrota é a mesma coisa que o impacto. São apenas três pontos. A vitória daria uma alegria tremenda aos nossos adeptos. Sabemos a importância dos dérbis. Pela reação que tivemos no balneário… vai ser determinante. É no final, é no final. Sinto a equipa motivada e a querer dar continuidade ao trabalho.