Conhecer os jogadores, as «politiquices» e a entrevista de Vieira: tudo o que disse Bruno Lage

NACIONAL13.09.202414:18

Novo técnico do Benfica anteviu jogo com o Santa Clara, não deu importância ao que se passa fora de campo e analisou as melhores formas de utilizar jogadores como Kokçu e Aursnes

- Que tipo de jogo e que tipo de adversário espera encontrar este sábado, no Estádio da Luz?

- Um adversário muito competente, que está a ter um início de época muito bom, já tem três vitórias. Eu olhei para o Santa Clara mas olho sobretudo para aquilo que podemos fazer. Preparámos a equipa, percebemos o que a equipa tem feito e aquilo que nós podemos fazer, com poucos dias de trabalho. Espero um jogo dinâmico da nossa parte, com muitas oportunidades de golo, que foi aquilo que trabalhámos nestes dias.

- Quais as impressões dos internacionais que regressaram das seleções e dos reforços Zeki Amdouni e Akturkoglu?

- As impressões foram boas, todos estão disponíveis exceto os lesionados, todos chegaram bem e com energia e todos trabalharam bem nos últimos dois dias. A esquipa está junta, unida, com bom ambiente e uma vontade enorme de oferecer vitórias aos nossos adeptos.

- Já pensou em quem pode ser o próximo João Félix para o Benfica, alguém que possa revolucionar a equipa do Benfica, alguém que pode cumprir esse papel e que sistema pretende implementar, talvez apostando no 4-4-2 e desfazer a dupla de meio-campo que jogou sempre, de Leandro Barreiro e Florentino.

- Pensei em conhecer os jogadores, são muitos jogadores novos e muitos a chegar. O único com quem trabalhei no Benfica foi o Florentino, já tinha trabalhado com o Renato Sanches em Swansea, mas olhei para os jogadores e as suas dinâmicas. Mais do que olhar para um jogador que possa encaixar no sistema que gosto de jogar, olhei para todos e tentei idealizar uma equipa. Eu sei do que é os adeptos gostam, gostam de ganhar jogando bem e aquilo que eu prometo nesta primeira fase é trabalhar muito, desenvolver a equipa para que esta chegue ao estado que nós e que os adeptos querem.

- Sente-se mais protegido por Rui Costa do que se sentiu quando foi escolhido por Luís Filipe Vieira e o seu trabalho de unir o clube ficou mais difícil depois da entrevista de Luís Filipe Vieira à CMTV?

- Começando por aí, fiquei feliz por o ex-presidente Luís Filipe Vieira ter reconhecido que em 2019 tinha um bom treinador, que fazia treinos intensos e com uma linguagem acessível aos jogadores. Deixa-me feliz ouvi-lo nesse sentido. Se calhar foram jogadores como Rafa ou Grimaldo que falaram com ele sobre isso. A outra coisa que quero realçar da entrevista é que temos de estar todos juntos. Este vai ser um ano difícil, por causa das eleições, por causa daquilo que se passa fora do campo, mas isso são politiquices que não me interessam. Eu sou treinador, tenho de treinar os jogadores para os fazer crescer como equipa e é isso que prometo, trabalhar, trabalhar e trabalhar para que a equipa jogue o jogo que queremos.

Sobre a situação do atual presidente, penso que na época 2008/09, quando fui campeão de iniciados, o diretor da formação era o Rui Costa. Quando fui campeão nacional, em 2018/19, o diretor desportivo era o Rui Costa. Agora, a única coisa que mudou nesta relação fantástica é que eu agora o trato por presidente.

- Luís Filipe Vieira disse que o Bruno Lage não foi a primeira escolha para treinar o Benfica, acha que estas palavras podem criar alguma instabilidade na equipa.

- Vou voltar a falar do mesmo, são politiquices. A única coisa que mudou na relação [com Rui Costa] é que agora o trato por presidente. O nosso foco é de trabalho, temos muito trabalho pela frente e temos de estar juntos e unidos.

- Qual é o sistema tático que tem pensado para a equipa que quer construir?

- Mais do que o sistema o que importa são dinâmicas diferentes. A equipa tem de crescer ofensivamente e criar mais oportunidades de golos. Foi isso que fizemos. Conhecemos os jogadores, vamos tentar ligá-los e, a partir do posicionamento, ver como é que podemos criar uma dinâmica diferente.

- Falando de jogadores e do estilo de jogo, que características gostaria de casar no meio-campo do Benfica e como vê o papel do Kokçu na equipa?

- Vejo-o tanto como segundo médio ou terceiro médio de apoio ao avançado. Ele pode fazer as duas funções, ser um médio de ligação ou ser um médio para chegar a zonas de finalização. Sobre o meio-campo, se olharem para o que fiz cá, o meu primeiro meio-campo aqui foi Fejsa e Pizzi, depois dfoi Samaris e Gabriel e depois Florentino e Samaris. Mais importante que o sistema são as dinâmicas entre os jogadores e a forma como se casam e como se ligam com os jogadores mais à frente.

- Qual é a posição de Aursnes do Benfica no Bruno Lage e sendo conhecido por ser um treinador que aposta na formação, vai haver uma maior aposta na formação na equipa principal do Benfica?

- Eu tenho de ter tempo de treino com o Fredrik Aursnes, vi que é muito fácil para ele jogar em várias posições. Eu tenho uma ideia, por aquilo que vi, mas tenho de testá-la.

A outra questão, a aposta depende dos jogadores. Houve a aposta da afirmação de António Silva e de João Neves, um saiu outro ficou cá e nós só temos de olhar para aquilo que temos e perceber se já há outro jogador cá que nos pode ajudar. Há coisas que têm de ser no imediato, outras um pouco mais à frente e essas vêm com tempo de trabalho. Agora o que importa é o Santa Clara e para mim a grande notícia é que o Estádio da Luz vai estar cheio e isso dá-me um sentimento enorme de ser benfiquista e amanhã o nosso coração vai estar a bombear na bancada e o nosso pulmão vai estar no campo e vai-nos ajudar a vencer o jogo. Essa é a nossa responsabilidade no momento. Temos de correr, trabalhar e jogar bem.

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