SC Braga confirmou todo o favoritismo teórico que tinha para a eliminatória e que havia consubstanciado na primeira mão; apuramento selado com um triunfo gordo e que até poderia ter números mais dilatados
«Eliminatória na mão? Não! Isso é perigoso». A frase tinha sido proferida por Daniel Sousa na conferência de Imprensa de antevisão a esta partida. Na ótica do treinador, percebia-se, claro está. Afinal, uma vantagem de dois golos numa eliminatória europeia pode, de facto, ter os seus riscos associados. Porque, afinal, a história diz que as surpresas acontecem mesmo. Mas a verdade é que a diferença entre SC Braga e Maccabi Petah Tivka é extraordinariamente grande. E falamos da diferença entre clubes e equipas. Porque, apesar de parecem a mesma coisa, não o são: os minhotos vivem noutro patamar.
SC Braga muito superior ao Maccabi Petah Tikva está com pé na próxima eliminatória. Vitória poderia ser muito mais gorda, mas minhotos muito, muito dificilmente vão deixar escapar a oportunidade de defrontar o Servette
Ora, se a tudo isto juntarmos a inspiração dos jogadores bracarenses, então estamos conversados sobre o que aconteceu ontem, em Sófia, casa emprestada aos israelitas.
Depois de uns minutos iniciais de maior expectativa, talvez a tentar perceber se o Maccabi entraria com um ímpeto forte para tentar colocar em alerta a defensiva da equipa portuguesa, o SC Braga tomou, definitivamente, conta do jogo, que, a partir do golo de Adrián Marín (belo desvio de cabeça após livre de Rodrigo Zalazar), aos 29 minutos, foi praticamente de sentido único. Estava, definitivamente sentenciada a eliminatória e, a partir desse momento, a grande questão era mesmo saber quais os números do triunfo bracarense. Tudo dependeria da eficácia da finalização, porque as oportunidades iriam suceder-se, percebia-se.
Apenas cinco minutos depois, o marcador voltou a funcionar, mas… não contou: Ricardo Horta endossou o esférico a Bruma que, inteligente, o encaminhou para Rodrigo Zalazar, permitindo o remate certeiro do uruguaio. O golo foi, porém, anulado, porque o capitão dos guerreiros do Minho estava em posição irregular. Não foi preciso esperar muito, ainda assim. Depois da ameaça de El Ouazzani – remate ao poste após cruzamento da esquerda de Adrián Marín -, Roger Fernandes, ao minuto 41, encostou para o segundo, após bela assistência de Bruma. E a primeira parte não terminaria sem mais um motivo de festejo para a cerca de meia centena de adeptos do SC Braga que se deslocou à Bulgária, com Rodrigo Zalazar a dar o melhor seguimento a uma transição rápida conduzida por Bruma e que Ricardo Horta abrilhantou com um passe de morte para o sul-americano faturar.
A etapa complementar foi (literalmente) para cumprir calendário, mas os comandados de Daniel Sousa quiseram sempre mais. A dose de magia foi sempre muito bem servida, os perigos para o último reduto da formação israelita apareciam de todo o lado, e nem mesmo quando algum detalhe falhava nas cartas lançadas pelos arsenalistas (o que raramente aconteceu…) a bola deixava de chegar com perigo à baliza contrária. Aos 62 minutos, Rodrigo Zalazar (que repetiu a fantástica exibição que tinha realizado na primeira mão), tirou um cruzamento/remate da direita e beneficiou da infelicidade de Plamen Galabov, que desviou para a própria baliza.
No meio de tanto virtuosismo, faltava… o matador. E El Ouazzani, que tanto porfiou, lá conseguiu picar o ponto: já nos descontos, de penálti (que o próprio conquistara após remate desviado com a mão por Andreas Karo), o ponta de lança marroquino (também) festejou. Venha o Servette na 3.ª pré-eliminatória!