Com tanta dose de magia a goleada era inevitável (crónica)
Minhotos tiveram muitos motivos para festejar na Bulgária e selaram apuramento com triunfo de mão cheia. (Foto: SC Braga)

M. P. Tivka-SC Braga, 0-5 Com tanta dose de magia a goleada era inevitável (crónica)

NACIONAL01.08.202421:35

SC Braga confirmou todo o favoritismo teórico que tinha para a eliminatória e que havia consubstanciado na primeira mão; apuramento selado com um triunfo gordo e que até poderia ter números mais dilatados

«Eliminatória na mão? Não! Isso é perigoso». A frase tinha sido proferida por Daniel Sousa na conferência de Imprensa de antevisão a esta partida. Na ótica do treinador, percebia-se, claro está. Afinal, uma vantagem de dois golos numa eliminatória europeia pode, de facto, ter os seus riscos associados. Porque, afinal, a história diz que as surpresas acontecem mesmo. Mas a verdade é que a diferença entre SC Braga e Maccabi Petah Tivka é extraordinariamente grande. E falamos da diferença entre clubes e equipas. Porque, apesar de parecem a mesma coisa, não o são: os minhotos vivem noutro patamar.

E que tal comprar já os bilhetes para a Suíça?

25 julho 2024, 23:33

E que tal comprar já os bilhetes para a Suíça?

SC Braga muito superior ao Maccabi Petah Tikva está com pé na próxima eliminatória. Vitória poderia ser muito mais gorda, mas minhotos muito, muito dificilmente vão deixar escapar a oportunidade de defrontar o Servette

Ora, se a tudo isto juntarmos a inspiração dos jogadores bracarenses, então estamos conversados sobre o que aconteceu ontem, em Sófia, casa emprestada aos israelitas.

Depois de uns minutos iniciais de maior expectativa, talvez a tentar perceber se o Maccabi entraria com um ímpeto forte para tentar colocar em alerta a defensiva da equipa portuguesa, o SC Braga tomou, definitivamente, conta do jogo, que, a partir do golo de Adrián Marín (belo desvio de cabeça após livre de Rodrigo Zalazar), aos 29 minutos, foi praticamente de sentido único. Estava, definitivamente sentenciada a eliminatória e, a partir desse momento, a grande questão era mesmo saber quais os números do triunfo bracarense. Tudo dependeria da eficácia da finalização, porque as oportunidades iriam suceder-se, percebia-se.

Apenas cinco minutos depois, o marcador voltou a funcionar, mas… não contou: Ricardo Horta endossou o esférico a Bruma que, inteligente, o encaminhou para Rodrigo Zalazar, permitindo o remate certeiro do uruguaio. O golo foi, porém, anulado, porque o capitão dos guerreiros do Minho estava em posição irregular. Não foi preciso esperar muito, ainda assim. Depois da ameaça de El Ouazzani – remate ao poste após cruzamento da esquerda de Adrián Marín -, Roger Fernandes, ao minuto 41, encostou para o segundo, após bela assistência de Bruma. E a primeira parte não terminaria sem mais um motivo de festejo para a cerca de meia centena de adeptos do SC Braga que se deslocou à Bulgária, com Rodrigo Zalazar a dar o melhor seguimento a uma transição rápida conduzida por Bruma e que Ricardo Horta abrilhantou com um passe de morte para o sul-americano faturar.

A etapa complementar foi (literalmente) para cumprir calendário, mas os comandados de Daniel Sousa quiseram sempre mais. A dose de magia foi sempre muito bem servida, os perigos para o último reduto da formação israelita apareciam de todo o lado, e nem mesmo quando algum detalhe falhava nas cartas lançadas pelos arsenalistas (o que raramente aconteceu…) a bola deixava de chegar com perigo à baliza contrária. Aos 62 minutos, Rodrigo Zalazar (que repetiu a fantástica exibição que tinha realizado na primeira mão), tirou um cruzamento/remate da direita e beneficiou da infelicidade de Plamen Galabov, que desviou para a própria baliza.

No meio de tanto virtuosismo, faltava… o matador. E El Ouazzani, que tanto porfiou, lá conseguiu picar o ponto: já nos descontos, de penálti (que o próprio conquistara após remate desviado com a mão por Andreas Karo), o ponta de lança marroquino (também) festejou. Venha o Servette na 3.ª pré-eliminatória!