Com laivos de arte se repõe a ordem natural das coisas (crónica)
Prodígio Nico Williams assinou golo fantástico (Foto Imago)
Foto: IMAGO

Espanha- Geórgia, 4-1 Com laivos de arte se repõe a ordem natural das coisas (crónica)

INTERNACIONAL30.06.202422:40

Tribo do futebol voltou a abrir a boca de espanto quando a Geórgia se colocou em vantagem ; ’Tiki-taka’ espanhol desmoronou a parede

A tribo do futebol já tinha ficado (bem) surpreendida com a vitória da Geórgia sobre Portugal e ontem voltou a abrir a boca de espanto ao minuto 18 quando, sem nada o fazer prever, Le Normand introduziu a bola na sua própria baliza e, após um punhado de excelentes defesas de Mamardashvili — o nome é dificílimo mas a qualidade do guarda-redes é bem fácil de reconhecer—, inaugurou o marcador para os georgianos.

No entanto, após um período normal de algum desnorte, nuestros hermanos continuaram no seu jogo de posse mas com assertividade no ataque e empataram através de Rodri, após um passe de um dos prodígios da equipa, Nico Williams.

Na segunda parte, foi com laivos de arte que foi reposta a ordem natural das coisas — não nos podemos esquecer que na fase de qualificação os espanhóis bateram a Geórgia por 7-1 —, fruto dos golos de Fabián Ruiz, Nico Williams (convém ver e rever) e de Dani Olmo, com a superioridade espanhola a fazer-se sentir na velocidade de circulação e na pressão alta que, nesta fase do encontro, praticamente asfixiou a equipa de Willy Sagnol, a última a conseguir o apuramento para a fase final deste Euro alemão e a quem muitos apontavam derrotas expressivas nos três primeiros jogos. O inevitável Kvaratshskelia, suportado por Mikautadze, ainda tentaram dar vida ao ataque georgiano no segundo tempo, mas a parede que ergueram frente a Portugal foi-se desmoronando com a paciência espanhola, que tem mais matizes de tiki-taka do que da ancestral fúria espanhola, mas com a diferença em relação à filosofia Guardioliana dos extremos serem mais dados a movimentos de profundidade que desbaratam as defesas contrárias.

Terminou assim a aventura georgiana, que até podia ter sido por números mais pesados não fosse algum deslumbramento de Lamine Yamal. Mas, aos 16 anos, quem o não tem?