Astana-Vitória de Guimarães, 1-1 Chucho, o exorcista, acaba com a noite de bruxas
Venezuelano garantiu o empate perto do fim e afastou os maus espíritos. Incrível o número de oportunidades desperdiçadas. Do mal, o menos e Vitória continua bem lançado para o apuramento direto
ALMATY - A noite parecia amaldiçoada no Cazaquistão, mas o V. Guimarães conseguiu salvar um ponto, que lhe permite manter-se invencível nesta Liga Europa. A série de vitórias consecutivas na UEFA terminou em 10, ainda assim um recorde português, mas é realmente de lamentar que tenha sido frente a uma equipa como o Astana, que é muito, muito inferior aos conquistadores.
O Vitória teve tudo para alcançar mais um triunfo e manter-se 100 por cento vitorioso, mas falhou oportunidades atrás de oportunidades. Uma, duas, três… cinco, seis, sete… Incrível. Parecia verdadeiramente uma noite de bruxas! A bola não queria mesmo entrar…
Rui Borges, como era previsível, dado o desgaste da viagem, apresentou algumas novidades, desde logo com o regresso de Jorge Fernandes à titularidade – o central não jogava desde 25 de agosto. Aliás, a defesa apresentou-se com mais novidades, com Alberto a render Bruno Gaspar na direita e Maga no lugar de João M. Mendes no flanco oposto. No meio-campo, Tomás Handel foi poupado e entrou Manu Silva para a posição 6.
Começou muito bem o Vitória. Sólido, autoritário e subido. A ameaçar bem cedo o golo, com Nuno Santos, por duas vezes, a criar perigo. Na primeira o remate embateu num defesa e na segunda o remate, de trivela, deu a sensação de golo, mas acabou por sair a rasar o poste. Só dava Vitória e o Astana não conseguia pegar no jogo, tal a superioridade vimaranense. Mas é dos livros que há que materializar estes momentos… Não o fez e os cazaques responderam com a… melhor oportunidade até então. Transição rápida, Charles a fugir a Jorge Fernandes e a atirar com muito perigo. Um enorme aviso. Confirmado a cinco minutos do intervalo, com Kalaica, um velho conhecido do futebol português – esteve ligado ao Benfica de 2016 a 2022 –, a aproveitar um lance confuso, após um lançamento lateral, para bater Bruno Varela.
Respondeu de imediato o Vitória, com João Mendes e Nuno Santos a desperdiçarem duas grandes oportunidades para empatar, embora aqui o guarda-redes Condric tenha tido grande mérito, com duas defesas milagrosas. Um autêntico bruxedo!
O Vitória reentrou mais ansioso na segunda parte, mas ainda assim logo surgiu mais uma oportunidade perdida, flagrante, por Nuno Santos. Um minuto volvido e foi Caio César a ver Condric a negar-lhe o golo. Na finalização nada saía bem. Parecia mesmo maldição…
A equipa continuava a dominar e Rui Borges foi sendo paciente. Afinal, o domínio era absoluto. Só que o tempo passava e, aos poucos, a equipa ia perdendo clarividência. E o treinador decidiu alterar. Primeiro, e de uma vez, lançou João Miguel Mendes, José Bica e Chucho Ramírez, depois, apostou em Tomás Handel e Telmo Arcanjo. Não havia nada a perder e acabou por acertar... com Chucho Ramírez. Qual exorcista, o venezuelano respondeu com um excelente cabeceamento ao cruzamento de Telmo Arcanjo e garantiu o empate. A forma como o ponta de lança festejou, com aquele gesto característico de afastar os maus espíritos, diz praticamente tudo sobre este jogo…
Do mal, o menos. O Vitória continua bem lançado para o apuramento direto para os oitavos de final.