Emblema flaviense pondera proceder aos mecanismos estatutários para castigar os prevaricadores; presidente da SAD diz a A BOLA que, «apesar de ter sido o guarda-redes do Estoril a iniciar a confusão, nenhum adepto tem o direito de entrar no recinto de jogo»
A confusão que se instalou, ontem, no relvado do Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, quando o desafio entre o Chaves e o Estoril caminhava para o seu final, vai originar sanções aos adeptos prevaricadores. Que poderão ser de índole desportiva, mas também criminal.
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Depois do lamentável acontecimento, foram várias as reações das mais variadas entidades desportivas, desde a Liga até aos dois clubes contendores, e as averiguações em curso deverão levar à aplicação de punições severas aos prevaricadores, assim se faça prova em sede própria - algo que não deve ser difícil, a julgar pelas imagens públicas do que aconteceu.
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Já depois dos comunicados emitidos por Liga, Chaves e Estoril, momentos após o sucedido, importa também perceber o que o Chaves poderá vir a fazer relativamente aos adeptos que invadiram o terreno de jogo.
Nesse sentido, A BOLA chegou ao contacto com o presidente da SAD do emblema flaviense, questionando Francisco José Carvalho sobre aquilo que os transmontanos ponderam fazer em relação aos infratores. O líder do Chaves reforçou a nota de repúdio por tudo o que aconteceu, confirmou que o próprio clube vai fazer a sua averiguação interna, e prometeu agir em conformidade. No entanto, e apesar de tudo, o dirigente fez questão de reforçar que foi Marcelo Carné, guarda-redes do Estoril, a agredir, em primeira instância, o adepto flaviense.
«Naturalmente que a nossa posição não pode ser outra se não a de condenar veementemente os factos ocorridos no nosso estádio. Tal como, de resto, fizemos poucos minutos depois do sucedido, através do comunicado que emitimos. Estamos totalmente recetivos a colaborar com todas as investigações que forem feitas pelas autoridades competentes, sendo que também nós, internamente, tomaremos as medidas que entendermos necessárias. Relativamente aos adeptos invasores, caso algum deles seja sócio do Desportivo de Chaves, poderá incorrer numa eventual suspensão. Todos devemos ter direito a segundas oportunidades, mesmo quando falhamos, e não temos o direito de condenar eternamente as pessoas», referiu.
Apesar de toda esta explicação, Francisco José Carvalho recorda que os incidentes foram provados por Marcelo Carné: «O guarda-redes do Estoril, até numa altura em que a sua equipa estava em vantagem no marcador, provocou, várias vezes, um dos nossos apanha-bolas, que estava colocado atrás da baliza. Ora, o adepto que entra em campo pouco depois é precisamente o pai desse jovem. Ainda assim, e mesmo reforçando que o referido adepto não tinha qualquer tipo de direito de invadir o terreno de jogo, devo dizer que o mesmo não agrediu o guarda-redes do Estoril. Antes pelo contrário, o guarda-redes do Estoril é que o agrediu com murros. E isto já depois de estar na presença de um agente da autoridade. Ou seja, o nosso adepto agarrou o braço do guarda-redes do Estoril, entretanto chegou um agente da autoridade e é nesse instante que o guarda-redes do Estoril dá um soco no nosso adepto.»
O líder máximo da SAD do Chaves não tem dúvidas «de que essa situação motivou as reações que se sucederam, com outros adeptos a irromperem pelo relvado e com outros jogadores do Estoril a terem também atitudes altamente condenáveis».