Órgão consultivo constituído por pessoas notáveis e muito influentes na vida do Boavista vai discutir a recente decisão tomada pelo Conselho de Disciplina da FPF; muitos membros defendem destituição do atual presidente do clube
O Conselho Geral (CG) do Boavista vai reunir-se no próximo dia 30 de agosto, no salão nobre do Estádio do Bessa, para discutir a recente decisão do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de condenar o presidente do clube, Vítor Murta, por assédio sexual a uma funcionária do clube, apurou A BOLA.
O dirigente recorreu da decisão, mas os factos divulgados no acórdão do CD foram suficientemente graves e fora do normal para aquele órgão consultivo agir em defesa do clube, até porque a condenação do presidente do clube portuense foi remetida para o Ministério Público por aquele órgão disciplinar da FPF.
Vítor Murta condenado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). «Não fui condenado por assédio sexual, mas por discriminação. As pessoas foram ouvidas e isso do assédio sexual é uma parvoíce, vou recorrer dessa sentença», disse a A BOLA. Caso remetido pelo CD ao Ministério Público
Estará em marcha uma vaga de fundo destinada a destituir o atual presidente do clube? O Conselho Geral, presidido por Arnaldo Figueiredo, sócio 141 do Boavista, não tem autoridade para exonerar uma direção, mas conta com personalidades notáveis e com voz dentro do Boavista, a começar por dois presidentes honorários, João Mexia Alves e o major Valentim Loureiro.
Por inerência também Vítor Murta faz parte do CG. Adelina Trindade Guedes, Carlos Santos, Dúlio Oliveira, Filipe Sousa, Francisco Fonseca José Rocha, Jorge Costa (engenheiro que esteve à frente da construção do Estádio Bessa Séc XXI), Jorge Loureiro, filho de Valentim Loureiro, Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa, Graça Moura, Pinto de Sousa, Nuno Loureiro, Pedro Garcês, Pedro Alves, Pedro Azeredo Duarte, Rui Paulo Gonçalves, Rute Rijo Calvo, Telmo Oliveira Lopes, entre muitos outros, estão no CG.
Presidente do Boavista e ex-líder da SAD reagiu através de comunicado
«O Conselho Geral é um órgão consultivo que pelos estatutos deve reunir quando e se houver coisas de fundo em termos de sustentabilidade e de comportamentos, porque o dia a dia compete resolver a quem está eleito. Enquanto presidente vários membros instigaram-me a discutir o assunto e é evidente que dou voz livre às pessoas. É importante os sócios saberem que não estamos a assobiar para o lado. A nossa intervenção destina-se a discutir os melhores caminhos e é dever do Conselho Geral falar sobre temas que vão além da chamada normalidade do dia a dia, é um órgão importante», explicou a A BOLA Arnaldo Figueiredo, engenheiro de profissão.
Carmelo Fraile, administrador executivo dos axadrezados, anunciou a decisão tendo como base a falta de transparência e a «gestão danosa» da anterior administração
O nosso jornal sabe que vários importantes membros do CG consideram que a continuidade de Vítor Murta como presidente da instituição não é viável após os factos revelados pelo acórdão do CD sobre o caso de assédio sexual em que o líder do clube foi condenado.