Treinador do SC Braga fez a antevisão ao encontro da 11.ª jornada, em que os guerreiros recebem o Sporting, este domingo às 18.45 horas; técnico elogiou os leões e pretende fazer da Pedreira uma fortaleza para procurar bater o líder do campeonato
Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, tem plena consciência da qualidade do Sporting, considerando que tem uma organização de nível superior, deixando vários elogios. Técnico, de 58 anos, refere que a sua equipa tem de estar muito concentrada, procurando explorar pontos eventualmente mais fracos no adversário e contando com o apoio dos adeptos no Estádio Municipal de Braga.
Defronta o 1.º classificado com uma preparação mais curta que jogo espera este domingo?
- Muito difícil, contra uma equipa que o pior que fez fora para a Liga foi vencer por 3-0, vem de uma vitória moralizadora frente ao Man. City. Muito bem orientada, organizada e 99,9 por cento dos adeptos de futebol apostaria na vitória do Sporting. Assim, o restante 0,1 por cento está presente nos nossos adeptos, jogadores e equipa técnica. Fazer da nossa casa uma fortaleza e deixar a nossa marca. Isto é contra todos os adversários, mas este merece, pelo que tem feito, todo o nosso respeito. Somos poucos contra muitos, mas poucos e bons. Queremos que a Pedreira seja a nossa fortaleza.
Há uma diferença de mais dois dias de descanso, de que forma isso pode condicionar esta partida?
- Ainda estou à espera que os jogadores cheguem para avaliar o cansaço, para termos indicadores para sabermos, realmente, quem está em condições de jogar amanhã ou não. Faz diferença sim, mas é chover no molhado, não vale a pena falar aqui ou noutro lugar, pois o que o treinador diz não tem eco.
Pensa que o Sporting pode ter maior motivação por ser o jogo de despedida do treinador?
- É alheio à nossa preparação, temos de nos focar em nós e naquilo que conseguimos controlar. Aquilo que temos de fazer para complicar a vida ao Sporting. Temos de nos preocupar com as dinâmicas ofensiva e defensiva do adversário.
Leão de Marinho Peres conseguiu onze vitórias consecutivas em 1990/1991. Equipa atual está com dez e treinador quer alcançar o feito do malogrado técnico brasileiro, para um adeus glorioso
De que forma pretende contrariar a saída de bola do Sporting e a entrada da mesma em jogadores como Pote e Trincão?
- A nossa premissa nunca é como anular o adversário, mas sim como vamos desregular o adversário. Claro que quanto maior é o poder do adversário, o Sporting, temos de ter cuidado com as dinâmicas ofensivas. Têm uma dinâmica muito própria. Fizemos uma exceção que foi pontual, na Suécia, ao jogarmos com três centrais. Pontualmente podemos jogar com três defesas, desta vez foi mesmo com três centrais. Queríamos ganhar e podíamos estar a vencer por 3-0, nos primeiros oito minutos, pois entramos melhor no jogo. Este é um adversário diferente que tem muita qualidade nos corredores. Temos também de pensar em não sofrer. Pensar na capacidade de desregular e também como não sofrer.
Vai enfrentar um adversário que está num patamar de nível superior, como espera que venham aqui jogar e como vai tentar travar Gyokeres?
- Uma equipa madura, de ideias próprias, também por ter um treinador de continuidade que evoluiu a equipa, contrataram bem e mantiveram um ou outro jogador para continuarem fortes. Têm uma atitude competitiva acima dos demais. O Sporting tem muitos mais jogadores de elevado nível, não apenas o Gyokeres e, por isso, temos de pensar no jogo coletivamente, evitando que nos criem perigo quando não tivermos a bola e procurar explorar debilidades quando tivermos a bola. Vai ser difícil, principalmente contra este Sporting.
Falou de oportunidades desperdiçadas, no último jogo, sente que falta um homem golo e pensa em reforços para janeiro?
- A equipa no seu coletivo tem de fazer golos e suster os adversários defensivamente para não sofrer golos. Temos confiança nos jogadores todos, merecem a nossa confiança. Claro que se tiveres duas oportunidades e fizeres golo dá outra confiança à equipa. Depois os pormenores apagam um pouco aquilo que foi um dos melhores jogos da época. O Bright Arrey-Mbi nunca treinou connosco, jogou e quando queríamos treinar foi para a seleção e esteve lesionado, assim fica ligeiramente atrasado em relação às dinâmicas defensivas da equipa. A grande diferença são os pormenores que são os mais difíceis de treinar na primeira Liga. Pequenas coisas que acontecem, mas que fazem parte da evolução. A culpa não é tanto do jogador, pois ainda não treinou. Custam pontos, em partidas que podíamos ter vencido. Temos de estar a um nível elevadíssimo e sermos eficazes. Quanto aos avançados, a confiança nos jogadores é a mesma. Em janeiro está tudo em aberto para uma ou outra situação para equilibrar o plantel. Mas, não é disso que temos de falar agora. Neste momento, queremos dar confiança a toda a gente e estamos satisfeitos com o plantel.
Zalazar está pronto para ir a jogo? Como avalia o momento de forma de Ricardo Horta?
- No caso do Ricardo [Horta] é uma situação de alguma falta de confiança, não se passa absolutamente nada. Não está a atravessar um grande momento, mas é um jogador que de um momento para o outro surge ao seu melhor nível. Pode faltar algum perfume e confiança. Mas, vai tudo acabar por surgir e pode ser já amanhã se jogar… Zalazar é uma incógnita, neste momento.
Declaração para Rúben Amorim:
- Parabéns ao Rúben Amorim e desejar-lhe as maiores felicidades no Manchester United. Temos Marco Silva, Nuno Espírito Santo, Rúben Amorim, Paulo Fonseca, outros grandes treinadores, como Jorge Jesus e Vítor Pereira com grandes trabalhos na Arábia e no Brasil, com o Artur Jorge e o Abel Ferreira. É muito importante para a imagem do treinador português e para a ascensão do nosso trabalho. Desejar-lhe as maiores felicidades para depois deste jogo.