Carvalhal: «Cada vez mais vamos a julgamento; ao domingo, à quinta...»
Carlos Carvalhal (Foto SC Braga)

Carvalhal: «Cada vez mais vamos a julgamento; ao domingo, à quinta...»

NACIONAL24.08.202412:47

Treinador do SC Braga fez a antevisão à partida com o Moreirense, no Estádio Municipal de Braga, da 3.ª jornada da Liga, este domingo às 20.30 horas

Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, espera dificuldades frente a um Moreirense altamente motivado, com as duas vitórias no início do campeonato. O técnico dos guerreiros espera que o público bracarense possa ajudar a equipa nesta partida, pois a densidade competitiva tem de ser combatida com energia extra. Carvalhal ainda abordou a entrada de Yuri Ribeiro e a saída de Wdowik, mas não acrescentou muito em relação a mais reforços.

Como vê o Moreirense e o que é que a equipa tem de fazer para ficar com os três pontos?

- Um jogo que perspectivamos difícil, sem dúvidas, uma equipa organizada e moralizada com os jogos anteriores. Um SC Braga que vem de uma série complicada de jogos e por isso esperamos uma massa associativa da qual precisamos, pois necessitamos deles e sei que vão corresponder. Temos de respeitar o adversário e fazer o melhor para trazermos estes três pontos.

Relativamente à contratação de Yuri Ribeiro, quando pode contar com o jogador? Wdowik está de saída, o que se passou concretamente?

- Não vai a jogo amanhã, de certeza, e dificilmente na quinta ou no domingo, pois estava a treinar individualmente e vai demorar o seu tempo. Muito contente, pois é um bracarense, natural de Vieira do Minho, que jogou aqui nos sub-15. Isso foi um fator determinante para a sua contratação. Na esquerda precisávamos de uma alternativa ao Marín. Entre as possibilidades que tínhamos optamos pela mais segura, pois conhece o campeonato, o clima, a comida e os colegas. Precisa de tempo, mas com certeza que nos vai ajudar. Conheço bem e é um jogador que vai acrescentar. Wdowik foi bem contratado, pelos números apresentados, mas aconteceu o que por vezes surge com jogadores que mudam de país, com língua, comida, e clima diferentes. Dificuldades de adaptação e vamos procurar uma solução para que ainda possa voltar ao SC Braga no futuro. Com esta densidade de jogos precisamos de jogadores que rendam no imediato.

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O Moreirense não tem a mesma densidade de jogos e de que forma a sua gestão tem de ser mais rigorosa?

- É uma realidade que jogamos contra equipas que têm uma semana para preparar o seu jogo. Mas, são dores de crescimento, pois com a passagem na Suíça, sabíamos que íamos continuar nas competições europeias. É um dado adquirido, os jogadores já estão habituados, outros nem tanto, e temos de lidar com isso. Após a paragem para os compromissos das seleções espero que a rotatividade possa ser mais equilibrada, pois até lá o mercado está aberto e podem haver entradas e saídas. Com o que temos e a com a atitude que temos demonstrado, vamos dar tudo para vencer a partida.

Que posições faltam reforçar? Anseia pela paragem competitiva, devido aos compromissos das seleções?

- Pois, isso também vai ser complicado, já que pré-convocados são uns 15 no mínimo. Quando esperávamos que podia ser bom para nós, pode não ser assim, mas são as tais dores de crescimento. Sabíamos que ia ser assim, temos de enfrentar as dificuldades no dia-a-dia. O jogo mais importante da nossa vida é o próximo que é o Moreirense. Cada vez mais vamos a julgamento, vamos no domingo, vamos na quinta e assim consecutivamente, estamos sempre a ser julgados. Mas, também é assim que isto se torna aliciante.

Considera ser a melhor altura para enfrentar este Moreirense que vem de dois triunfos? Como foi o regresso à Pedreira?

- Muitas vezes importa jogar frente a adversários que ainda não perderam para que, caso ganhemos, termos uma maior moral. Na pré-época, o SC Braga perdeu com o Moreirense e agora queremos vencer. Precisamos da energia extra da nossa massa associativa. Muito agradado com a forma como fui recebido, com a particularidade de ter os meus vizinhos com uma placa a dizer bem-vindo. Agradecer-lhes e a todos, da forma como me receberam. Nota-se pelo olhar das pessoas que me receberam bem, pois significa que tratamos bem as pessoas. Estou literalmente em casa.

Em dois dos três jogos, apenas fez três substituições, isso significa que tem poucas opções no banco?

- Entrei no clube há pouco tempo, não conheço em profundidade os jogadores. Apenas pela análise que fiz, mas sob o nosso comando e na nossa forma de jogar, numa situação transitória, é natural que quando tenho de fazer alguma alteração vá pelos jogadores que conheço e que sei o que vão fazer. Vou pelo seguro e sei que podia ter preservado um ou outro jogador, mas não tem sido possível. Mais pelo seguro, não por falta de confiança, mas isso vai alterar ao longo das semanas, com o conhecimento mútuo.

Como explica esta onda de lesões?

- Lesões musculares têm sempre uma causa, compete-nos a nós procurar a razão. Vamos analisar de forma mais profunda. Uma é a densidade competitiva, mas por si só não justifica tudo. Não estou a sacudir a água do capote, estamos a jogar de três em três dias e não fizemos treinos aquisitivos, com os jogadores que têm jogado, apenas com os não utilizados e também ainda estamos a alterar os planos de nutrição e recuperação. Também , por vezes, os jogadores jogam num registo com um treinador e depois a exigência de outro técnico pode ser diferente e as lesões podem surgir por aí. Esta onda de lesões é altamente anormal, em particular no nosso processo. Temos de lidar com isso.

Niakaté está perto do regresso ou Moutinho? Considera que tem sido fácil passar para a linha de três defesas, como se viu no último jogo?

- Niakaté está a evoluir mais depressa e o Moutinho ainda demora mais um pouco. Niakaté ainda não está pronto para este jogo. Paulo Oliveira já treinou hoje integrado e o João Vasconcelos também. Quanto à adaptação dos jogadores, não fiquei surpreendido, pois quanto maior é o nível, maior é o nível de compreensão, inclusivamente, através do vídeo. Aspetos que nem sequer são treinados e os jogadores, devido à sua inteligência, compreendem o que pretendemos e no treino estratégico colocamos as situações em campo. Só podemos exigir aquilo que trabalhamos, mas neste caso o vídeo tem sido uma boa ferramenta e os jogadores têm tido uma atitude fantástica. Na Suíça fomos bravos, no Bessa com as dificuldades da 2.ª parte, a equipa agarrou-se ao resultado, foi estóica e com os austríacos houve vontade de ir buscar a vitória. Hoje em dia, a atitude competitiva é meio caminho andado para se ganhar jogos.