R. VIENA-SC BRAGA, 2-2 Carlos Carvalhal: «Muito orgulhoso de liderar um grupo de homens»
Técnico dos arsenalistas exaltou a atitude dos seus jogadores, após a desvantagem de dois golos; também referiu como tem sido complicada esta sua nova aventura no comando dos guerreiros
Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, era claramente um homem feliz no final do encontro com o Rapid Viena, em que a sua equipa conseguiu recuperar de uma desvantagem de dois golos, para terminar a partida com um empate a dois e o consequente apuramento para a fase regular da Liga Europa. Um dos objetivos está alcançado, com o técnico a salientar o excelente espírito desta equipa, mas também a lamentar a falta de tempo para trabalhar mais e melhor, em declarações à Sport TV.
Uma má entrada no jogo e também na segunda parte, como analisa esse momentos e a reposta da equipa?
— Duas más entradas, no início e no início da segunda parte também. Tinha dito que tínhamos de marcar golos para passar esta eliminatória, porque é uma equipa muito física que tem jogadores muito altos e num canto ou livre podia criar problemas, como criou. Sofremos o golo, mas não abanámos. Estivemos seguros, o resultado ao intervalo já poderia ter sido outro. Enviámos uma bola ao poste e tivemos mais quatro ou cinco oportunidades boas para marcar. Fomos a melhor equipa, tirando aqueles primeiros 15 minutos. Na 2.ª parte quisemos entrar forte para tentar reverter o resultado e, praticamente, na primeira jogada deles, numa situação de contra-ataque sofremos o 0-2. A equipa nunca se desestruturou, manteve a serenidade, fazendo mais uma recuperação, sendo a terceira consecutiva. Depois de estar a perder, neste caso até por 0-2, conseguiu reverter o resultado para 2-2. Com mérito e relembro num contexto muitissimo complicado. Já vamos com muitos jogos, sempre à quinta e ao domingo, já vinha assim com o Daniel Sousa. Estamos numa sequência de jogos terrível, com alguma lesões pelo meio. São só dois internacionais que tivemos de fora. Não estou a lamentar, mas é a realidade. O Niakaté também se lesiona, hoje o Bambu. A realidade é que quem entra dá tudo, quem sai do banco ajuda a equipa e é isto que faz uma equipa.Muito orgulhoso de liderar um grupo de homens.
Uma equipa com alma guerreira?
— Sem dúvida. São guerreiros bracarus!
Mexidas para agitar, com jogadores de outras características, era esse o objetivo?
— Já estava previsto. A situação podia mudar entre o Zalazar e outro jogador, mas a verdade é que o Zalazar não estava no seu melhor, levou um toque, estava a mancar e a opção foi essa. Tínhamos consciência que o Roberto Fernández, tal como o El Ouazzani, desgaste muito as defesas e quando entra o outro, normalmente, consegue fazer ainda melhor. O El Ouazzani entrou muito bem. Precisávamos de profundidade com velocidade no lado direito, sem dúvida, e o Roger veio dar isso. Houve personalidade da nossa equipa, num ambiente hostil, frente a um adversário complicado que ainda não perdeu em casa, nem sequer empatou. Uma vitória, inteiramente, justa e passou a melhor equipa. Podíamos ter resolvido na primeira mão, se tivéssemos um pouco mais de eficácia. Não resolvemos, conseguimos aqui, mas agora venha o Gil Vicente que é o jogo mais importante das nossas vidas.
Vem aí o sorteio. Que SC Braga podemos esperar na fase regular da Liga Europa?
— Estou em sintonia com o presidente e estamos a tentar equilibrar mais o plantel, porque chegamos à conclusão que, continuando nas competições europeias, necessitamos de dois jogadores por posição. Não é que não tenhamos, mas precisamos de mais. Vamos conseguir, o mercado está a fechar, mas até segunda-feira vamos conseguir. Termos um plantel mais equilibrado para podermos atacar as frentes todas. Vamos ter mais oito jogos no mínimo, na Liga Europa, o campeonato, a Taça da Liga e a Taça de Portugal. Muitas competições, também estamos a ter algumas lesões que penso serem fruto da mudança de treinador, com registos diferentes. Não fizemos ainda nenhum treino aquisitivo, mas com pedidos diferente e a jogar sempre no máximo pode levar a isso. Vamos ter um SC Braga a atacar, como não pode deixar de ser, as quatro competições. Preferia atacar duas muito forte, mas a responsabilidade do clube não é essa. Já treinei várias equipas e esta é daquelas que sinto que tem maior empenho, carácter e atitude. Pode ainda não ser brilhante, mas está a evoluir e já vemos momentos muito bons. Talvez no final do ano teremos jogadores que vão ser ainda mais falados e a brilhar mais. Acima de tudo, esta equipa tem uma atitude competitiva muito forte. Gente humilde, de trabalho, quem está mais velho está para ajudar os mais novos e estes têm sede de aparecer. Não é tudo perfeito, não está tudo bem, cometemos erros, temos de continuar a focar-nos no processo, pois há muito para melhorar.