Treinador do SC Braga tem noção das dificuldades que a formação austríaca pode oferecer aos arsenalistas, mas garante que a sua equipa está preparada para o desafio; objetivo é chegar à fase regular da Liga Europa e, se possível, com mais uma vitória no percurso
O SC Braga defronta, amanhã (20 horas), o Rapid Viena, numa partida referente à segunda mão do play-off de acesso à Liga Europa, e Carlos Carvalhal está confiante no sucesso. Os bracarenses, recorde-se, partem em vantagem para a Áustria, depois de terem vencido o primeiro jogo, na passada quinta-feira, por 2-1.
Na conferência de Imprensa de antevisão a essa partida, realizada ao final da manhã desta quarta-feira, o treinador dos arsenalistas frisou que o SC Braga tem noção das dificuldades que vai encontrar em território austríaco, mas também salientou que a sua equipa tem qualidade por demais conhecida para estar à altura da decisão.
Vai ser um jogo complicado, muito difícil, mas a nossa intenção é ir à Áustria e vencer o jogo. Na primeira mão, se houvesse justiça no resultado, a eliminatória estaria quase resolvida. Se conseguirmos fazer um jogo com a competência que fizemos na primeira mão, temos uma enorme possibilidade de conseguir seguir em frente. Temos de estar no top, ao nosso melhor nível e ser uma equipa com personalidade, não nos deixando condicionar pelo envolvimento. A equipa do SC Braga já tem experiência internacional e sabe lidar muito bem com essas situações e temos de ter personalidade para jogar. Nós temos jogo para fazer golos e é nisso que estamos apostados, em fazer golos para passarmos a eliminatória. Porque sem golos, eu acho que vai ser difícil, nós vamos ter de fazer golos», notou.
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Em causa está, portanto, o apuramento para a fase regular da Liga Europa, sendo que, em caso de insucesso neste play-off, o SC Braga irá transitar para a Liga Conferência. Algo que Carlos Carvalhal, naturalmente, não deseja: «O que eu quero pensar é que queremos andar na Liga Europa. Nós queremos os grandes palcos, queremos jogar contra grandes equipas e acredito piamente que vamos conseguir continuar na Liga Europa. E estando na Liga Europa vamos ter adversários de grande quilate e é desses jogos que gostamos e para os quais trabalhamos. Passar a eliminatória vai-nos permitir viver ambientes de grande nível, como também há na Liga Conferência, com boas equipas, mas no caso da Liga Europa digamos que é uma divisão acima e é nisso que queremos pensar.»
E mesmo sendo um jogo decisivo, numa eliminatória que dita a participação numa ou noutra competição, o técnico dos guerreiros do Minho diz que a pressão existe sempre. «A pressão é sempre a mesma. Mas recordo que na Suíça [n.d.r.: diante do Servette, na segunda mão da 3.ª pré-eliminatória] tínhamos uma pressão tremenda, podíamos cair para fora das competições europeias. Esse, sim, era um jogo com uma carga emocional muito grande. Este tem a mesma importância porque, no fundo, é jogar numa divisão ou noutra. E nós queremos jogar na divisão de cima. A pressão está sempre inerente, os treinadores estão sempre em tribunal para julgamento. Acima de tudo, temos de ser uma equipa corajosa e a jogar cara a cara com o adversário. Nós temos competência, já o demonstrámos, e temos de a esgrimir dentro do campo para tentarmos ser melhores que o adversário», salientou.
Desde que regressou ao comando técnico do SC Braga, Carvalhal conduziu a equipa a quatro vitórias em outros tantos jogos. O tempo para treinar tem sido pouco, em virtude da densidade competitiva, pelo que o técnico não poupa elogios ao comportamento do seu grupo de trabalho: «Estamos num ciclo de jogos constante. Procurámos incutir algumas ideias à equipa, apesar de termos tido treinos essencialmente estratégicos de preparação para os jogos. Temos utilizado alguns instrumentos muito importantes, tais como o vídeo, que nos têm permitido corrigir algumas coisas. Ao nível que o SC Braga está e ao nível da compreensão dos jogadores, tem sido possível evoluir. Mas sabemos que, mesmo vencendo, cometemos erros. O que tem acontecido é que temos cometido menos erros de jogo para jogo, sinal de que estamos a evoluir. Não estamos ainda num ponto perfeito, é evidente que não, e por isso mesmo é que temos feito o apelo à atitude, à entrega e à humildade da equipa, mas os jogadores, nesses atributos, têm sido fantásticos, com nota 10 numa escala de 0 a 10. A nível da atitude, entrega e compromisso coletivo, esta é uma das melhores equipas que treinei.»