Carboni: O miúdo argentino que está a deixar Itália de boca aberta
Valentin Carboni festejando um golo frente à Juventus (IMAGO)

Carboni: O miúdo argentino que está a deixar Itália de boca aberta

INTERNACIONAL11.01.202420:25

Nascido em 2005, o avançado sempre brilhou nos escalões de formação e tem comprovado toda a sua qualidade esta época ao mais alto nível. O futebol corre-lhe no sangue e, a continuar neste caminho, Carboni caminha rumo à glória

Não será um exagero afirmar que Valentin Carboni vive a melhor fase da sua curta carreira. Aos 18 anos, vai ganhando experiência na Serie A ao serviço do Monza – já leva 13 jogos esta época – e realizou a sua melhor exibição na última jornada do campeonato, na vitória sobre o Frosinone por 3-2. 

O avançado virtuoso canhoto marcou, assistiu um golo (do português Dany Mota) e originou outro, ao fazer o passe que resultou num autogolo. 

Esta exibição fez com que Carboni fosse incluído, pela primeira vez, na equipa da semana da Serie A. 

Carboni pertence ao Inter e as expectativas sobre o jovem vão-se acumulando, ele que até já jogou na Liga dos Campeões e se encontra à beira da estreia pela seleção da Argentina, depois de se ter destacado no Mundial sub-20.

Com a bênção de Messi

É quase impossível fugir às comparações no futebol, sobretudo quando há um novo talento a despontar. No entanto, não deixa de ser verdade que, tal como Messi, Carboni é um jogador rápido, canhoto e que gosta de jogar a partir da direita para depois pisar terrenos mais interiores. 

Não é, no entanto, justo para o jovem que se espere que se assemelhe a Messi em termos de sucesso. No entanto, La Pulga já estará de olho em Carboni, uma vez que este também utiliza o n.º 10 nas seleções jovens argentinas e os dois até já se conheceram quando Carboni tinha apenas 11 anos. 

Mais importante do que Messi para Carboni é, contudo, a sua família. O jogador nasceu em 2005 e o seu pai, Ezequiel, foi jogador e treinador de futebol, tendo o seu irmão mais velho, Franco, seguido o mesmo caminho. Deste modo, quando surgiu a oportunidade de os dois irmãos assinarem pela formação do Catania, onde Ezequiel jogara, Carboni mudou-se então para Itália, em 2019.  

O jovem não demorou a chamar a atenção de alguns dos maiores clubes europeus, como revelou Mario Marino, ex-chefe de scouting do Catania ao NXGN Football: «O Liverpool já seguia o Valentin quando ele estava na Argentina e tentaram contratá-lo. Ofereceram muito dinheiro para tê-lo.»

O próximo passo, no entanto, seria decidido pela família, como também conta Marino: «Rejeitaram a Juventus, que queriam tanto o Valentin como o Franco, e aceitaram a oferta do Inter», que pagou 300 mil euros por ambos. 

«Recebemos muitas ofertas e nós queríamos vender os dois como um par. A presença de muitos argentinos no Inter influenciou a decisão», concluiu Marino.

Acumulando estreias

Carboni chegou então ao Inter, integrou a equipa de primavera (equivalente aos juniores) na época 2021/22, não demorando a conquistar o seu lugar na mesma ao fazer 25 jogos.

Começou a temporada seguinte de pé quente – quatro golos em cinco partidas – o que lhe valeu a sua estreia profissional num duelo frente à Roma de José Mourinho, a um de outubro de 2022.

Carboni na sua estreia na Serie A (IMAGO)

Exatamente um mês depois, Carboni fez a sua estreia na Liga dos Campeões, jogando 14 minutos da derrota do Inter frente ao Bayern

Carboni frente a Alphonso Davies (IMAGO)

O médio voltaria a encontrar-se com Messi em 2023, quando Lionel Scaloni o chamou para a concentração da seleção tendo em vista os jogos particulares com Curaçao e Panamá. 

Carboni não saiu do banco, mas foi chamado por Javier Mascherano para o Mundial de sub-20 e, como é seu apanágio, não demorou a causar impacto, marcando no primeiro jogo da fase de grupos, com o Uzbequistão. 

No entanto, o Mundial seria de pouca duração para a albiceleste uma vez que esta foi eliminada pela Nigéria nos oitavos de final, tendo Carboni sido titular em três jogos.

A acelerar no Monza

Chegado o verão de 2023, Carboni ainda não tinha espaço no plantel do Inter. Foi então emprestado por um ano ao Monza, clube que ficara no 11.º lugar na Serie A.

Mas o início de época foi atribulado, com Carboni a somar apenas 10 minutos nos primeiros 10 jogos do campeonato. Mas uma assistência contra o Hellas Verona à 11.ª jornada começou a mudar a sua sorte, com o treinador Raffaele Palladino a dar-lhe cada vez mais oportunidades, até Carboni se estrear a marcar pelo Monza – e logo frente à Juvenuts.

Carboni foi titular no jogo seguinte e desde então se assumiu como um indispensável para Palladino, até à mágica exibição da última jornada, frente à Frosinone. Deste modo, e segundo o Corriere dello Sport, o Inter já planeia integrar Carboni no seu plantel na próxima época.

Até lá, Carboni continuará focado no Monza, cujo próximo jogo é, precisamente, contra o Inter, no sábado, às 19.45 horas. Será uma oportunidade de ouro para o jogador se mostrar contra o “seu” emblema e se afastar do rótulo de promessa, para se aproximar cada vez mais do estatuto de certeza.