SC Braga-Rapid Viena, 2-1 Cambalhota com um a mais não dá tranquilidade (crónica)
Bracarenses sofreram o golo quando os austríacos estavam com 10; Vítor Carvalho e Zalazar impulsionaram a reviravolta, mas fica a ideia de que a 2.ª mão vai ser outra dura batalha para os guerreiros
Um golo mais teria dado reforçada tranquilidade ao SC Braga para o jogo da 2.ª mão do ‘play-off’ da Liga Europa, na próxima semana. A jogar em superioridade numérica a partir dos 4 minutos, a equipa minhota conseguiu, apesar de tudo, uma reviravolta meritória com golos de Vítor Carvalho e Zalazar – quem mais? Fica, contudo, a ideia de que este Rapid Viena, muito bem organizado e com unidades de qualidade, poderá ser osso duro de roer em Viena. A confirmar no dia 29 de agosto, quando os dois conjuntos se encontrarem no estádio do Rapid Viena.
Os primeiros quatro minutos do jogo foram absolutamente paradoxais. Numa oferta incrível de Robson Bambu, Beljo isolou-se, ultrapassou Matheus e com a baliza aberta falhou o alvo. Deu um toque a mais o croata, que merece entrada nos momentos mais hilariantes do Youtube.com. Isso foi aos dois minutos. Somados outros dois, o Grgic foi intrépido a atacar o tendão de Aquiles de Zalazar. Revisto o lance no VAR, o amarelo ganhou a tonalidade encarnada, e os austríacos, que estiveram tão perto de marcar, viam-se muito cedo em inferioridade numérica.
Mas foi só mesmo isso, uma questão matemática, porque apesar de um remate cruzado muito perigoso de Zalazar, o SC Braga não soube explorar essa vantagem de ter mais um homem em campo, ou, visto por outro prisma, a boa organização do Rapid Viena não deixou que o conjunto de Carlos Carvalhal ganhasse supremacia ao ponto de asfixiar os austríacos.
Pouco depois de o SC Braga perder Bruma, que saiu lesionado agarrado à coxa esquerda, o Rapid chegou ao golo, num lance bem desenhado, ao primeiro toque. O penúltimo passe de Sedil foi uma pequena obra de arte que eclipsou Robson Bambu e libertou o instinto goleador do internacional austríaco Burgstaller. Foi duro para o SC Braga ver-se a perder num enquadramento aparentemente tão vantajoso, mas os minhotos mantiveram o domínio e num canto convertido por Zalazar, Vítor Carvalho, num excelente golpe de cabeça, repôs o empate.
O SC Braga entrou bem no 2.º tempo e Held, numa boa intervenção, tirou o golo a Ricardo Horta. O problema é que a equipa minhota nunca teve uma produção uniforme nem silenciou o adversário. Duas ameaças do Rapid, um golo anulado a Burgstaller por fora de jogo, fizeram Carvalhal agir. As entradas de André Horta, que quase marcava, valendo grande defesa de Held, e Roberto Fernández, tornaram a matriz de jogo dos bracarenses mais ofensiva, correndo a equipa os riscos que tinha de correr em função de um empate que não servia e de uma superioridade numérica que tinha, necessariamente, de ser bem aproveitada.
E assim aconteceu. Claro que o suspeito do costume, Zalazar, desatou o nó com um golo bem trabalhado, a iludir um defesa para rematar rasteiro e colocado para o 2-1 e, pouco depois, esteve pertíssimo de fazer o terceiro para o SC Braga. Com o desgaste acumulado, o Rapid recuou linhas, defendeu perto da sua baliza, e leva para casa um resultado que deixa tudo em aberto para a 2.ª mão.