Cajuda, o senhor SC Braga: «Se o meu recorde for batido, que seja pelo Carvalhal»
Cajuda é a referência maior da história do SC Braga no que concerne ao número de jogos pelo clube. (Foto: Helena Valente)

Cajuda, o senhor SC Braga: «Se o meu recorde for batido, que seja pelo Carvalhal»

O agora presidente do Olhanense é o treinador com mais jogos na história dos arsenalistas e abre o coração a A BOLA sobre… a 'sucessão'. Atual técnico ainda está longe de o igualar, mas pode sonhar. «Que continue a ser feliz»

Manuel Ventura Cajuda de Sousa. No mundo do futebol, foi sempre conhecido por Manuel Cajuda. O antigo treinador, hoje presidente do seu Olhanense, é uma das grandes referências do futebol português das últimas décadas e tem um historial que fala por si.

E uma parte dessa mesma história foi escrita ao serviço do SC Braga. Enquanto técnico, Cajuda teve duas passagens pelos guerreiros do Minho (de 1994/1995 a 1996/1997 e, depois, de 1998/1999 a 2001/2002), uma caminhada de inegáveis méritos desportivos e que, estatisticamente, ainda hoje está na primeira página do livro de honra do clube: é o treinador com mais jogos realizados pelo SC Braga (231). Em declarações exclusivas a A BOLA, Manuel Cajuda não esconde a sua felicidade por este registo.

Conceituado técnico está na história dos arsenalistas. (Foto: A BOLA)

«É um orgulho, com toda a certeza. Mas só eu é que sei como foi difícil. Não estive em Braga o tempo que estive por ter olhos castanhos ou por ser careca. Esse sofrimento não me custou nada por ter ido buscar o SC Braga ao fundo do poço e por tê-lo deixado à beira da piscina pronto para tomar banho. Quando entrei o clube estava em 15.º lugar e até sair consegui por duas vezes deixar o SC Braga em 4.º lugar. A mim ninguém me deu nada, tive de conquistar tudo. Voltei a colocar o SC Braga na Europa após 17 anos de ausência», recorda.

Do passado à atualidade, no banco arsenalista está agora… um amigo. Cajuda e Carvalhal têm uma forte relação e o atual técnico dos minhotos também é um nome forte da história do clube. É o quarto treinador com mais jogos (129), sendo que esta época deverá chegar ao segundo lugar do pódio, uma vez que, prevê-se, ultrapassará Joseph Szabo (131) e Jesualdo Ferreira (153). O topo está ainda longe, mas se tiver de acontecer… «Ninguém gosta que os seus recordes sejam batidos. Mas se eu for teimoso e não quiser que o meu recorde seja batido, então estou contra a evolução. Portanto, se o Carvalhal, ou outro qualquer treinador, bater o meu recorde, esteja eu vivo ou não, só poderei sentir alegria por esse momento. E se o recorde for batido, que seja pelo Carvalhal porque é meu amigo. Que continue a ser feliz», justifica Manuel Cajuda.

Amigos e... adversários: Cajuda no Marítimo, Carvalhal no Belenenses, em 2004/2005. (Foto: A BOLA)

Amizades à parte, a competência também entrou na conversa: «Fiquei muito satisfeito pelo regresso dele ao SC Braga. Além de meu amigo, é um dos treinadores a quem eu vaticinei, desde o início da carreira, uma chegada ao topo. O SC Braga precisa de continuar a crescer, mas se puder ser juntando o profissionalismo à paixão será ainda melhor. E o Carvalhal é de Braga e do SC Braga. Oxalá seja a junção perfeita para o sucesso do Carvalhal e do SC Braga

Carlos Carvalhal regressou esta época aos minhotos. (Foto: GrafisLab)