«Boavista não atravessa um momento muito feliz da sua história»
Cristiano Bacci (FOTO: BOAVISTA)

«Boavista não atravessa um momento muito feliz da sua história»

NACIONAL10.09.202415:26

Cristiano Bacci aborda a proibição das panteras de inscrever jogadores. Traça o objetivo de assegurar a permanência «o mais rapidamente possível». Destaca a rivalidade dos axadrezados com o Vitória de Guimarães

Na época de estreia como treinador do Boavista, Cristiano Bacci concedeu uma entrevista ao programa italiano Radio TV Serie A, na qual abordou vários temas, entre os quais o impedimento de inscrever jogadores que tem dificultado a vida às panteras.

«O Boavista não está a atravessar um momento muito feliz da sua história, porque tem uma proibição da FIFA, o que significa que tem de respeitar as regras de fair play financeiro. Infelizmente, é o resultado de épocas passadas com problemas», começou por dizer o timoneiro dos axadrezados, antes de enaltecer a grandeza do clube boavisteiro: «O Boavista é um dos clubes mais importantes, um dos mais antigos e respeitados em Portugal. Depois dos três mais importantes, é aquele que ganhou o campeonato há menos tempo, e jogou durante muitos anos na Europa.»

O técnico de 49 anos, que voltou a Portugal esta temporada depois de já ter orientado o Olhanense, sublinha que gosta de viver em solo luso, ele que já passou por países como Grécia e Arábia Saudita. «Eu já ando por cá há alguns anos, não só em Portugal, já estive em alguns outros sítios do mundo. Em Portugal vive-se bem, a vida é calma, as pessoas são serenas.»

Para esta época, o objetivo das panteras é claro: «É importante colocar o nosso cunho pessoal nas equipas que treinamos. O objetivo é alcançar a manutenção na Liga o mais rapidamente possível. É claro que, até janeiro, que é a altura em que haverá a possibilidade de contratar jogadores, é preciso manter a firmeza, porque estamos a jogar com muitos jovens vindos da formação. Temos poucos jogadores da época passada, por isso é preciso fazer as coisas com virtude. Tivemos quatro jogos, dois no papel, muito difíceis, que perdemos, mas fizemos dois bons jogos. E nos outros dois, que no papel eram um pouco mais acessíveis, tivemos uma vitória e um empate. Estamos em linha com o que é preciso fazer», vinca.

O plantel dos boavisteiros, ainda que com muita juventude à mistura, conta com três jogadores internacionais. «Sim, temos três jogadores internacionais, que tiveram muita procura no mercado, mas as transferências acabaram por não se concretizar. São eles Bozeník, Bruno Onyemaechi e Vukotic. Todos eles pertencem às respetivas seleções nacionais. O Bozeník foi alvo de interesse do Verona, Lecce e Génova. Depois, acabou por não se concretizar, mas é o avançado titular da seleção eslovaca. É um jogador muito bom, ainda jovem, com muita margem de progressão», considera Bacci.

A permanência do ponta de lança é benéfica para os axadrezados dentro das quatro linhas, mas uma eventual venda poderia ter aliviados as contas da SAD. «Estou contente que fique, mas claramente teria sido uma mais-valia financeira para o Boavista e, se calhar, teríamos conseguido desbloquear esta situação de mercado, porque, infelizmente, se não vendermos, não podemos comprar. Está tudo ligado. Portanto, a sua saída teria certamente ajudado o Boavista. Mas, repito, estou contente por o ter cá. É um dos jogadores que mais se destaca, sem dúvida», realça.

Nehuén Pérez, com quem trabalhou na Udinese, foi contratado pelo FC Porto nos últimos dias do mercado. «Estou feliz pelo Nehuén Pérez, estou convencido de que para ele é a solução certa», atirou o técnico italiano.

Por fim, Cristiano Bacci falou acerca das rivalidades do Boavista, traçando uma comparação com dois emblemas transalpinos. «A rivalidade é maior com o Vitória de Guimarães. São dois clubes históricos com a mesma alma, a mesma identidade. Aqui os adeptos do Boavista são como os do Torino e do Génova, duas equipas que lutam e sofrem. São duas equipas com vitórias semelhantes às do Boavista, por isso há muita rivalidade. O FC Porto está um degrau acima, do ponto de vista técnico. É um dérbi, mas é visto de uma forma diferente», rematou.