Manchester City-Real Madrid, 1-1 (3-4) Bernardo falha penálti, Real apura-se para as 'meias' (veja o resumo)
Bernardo Silva falhou uma das grandes penalidades do City, com um 'passe' ao guarda-redes; o campeão europeu em título caiu nos 'quartos'
O Manchester City jogou mais, teve maior posse de bola, foi mais perigoso a atacar, rematou, dominou, mas... no final apurou-se o Real Madrid. Depois do 3-3 na primeira mão e do 1-1 no final de 90 minutos na segunda, o jogo foi para prolongamento, durante o qual nada se alterou. Foi necessário desempatar por grandes penalidades e, nesse instante, o universo foi merengue e quem se apurou para as meias-finais da Champions foi o Real, o maior vencedor da história da competição, deixando pelo caminho o ainda detentor atual do título.
Na hora da verdade, e já depois de Modric ter falhado para o Real Madrid, também Bernardo Silva (com uma péssima execução, numa espécie de passe ao guarda-redes Lunin) e Kovacic não conseguiram converter os respetivos penáltis (ao contrário de Julián Álvarez, Phil Foden e Ederson Moraes, sim o keeper), deitando tudo a perder para o sonho dos citizens de se sagraram bicampeões europeus.
Para o Real Madrid, garantiram a conversão das grandes penalidades Bellingham, Lucas Vásquez, Nacho Fernández e Rudiger. O central alemão cometera o erro que resultara no golo de Kevin De Bruyne, aos 76' (1-1), e redimiu-se, marcando friamente o seu penálti e provocando enorme explosão de alegria de um conjunto de Carlo Ancelotti que demonstrou enorme competência e destreza a defender, travando as dezenas de oportunidades que os citizens tentaram criar ao longo de praticamente todos os 120 minutos.
Foi mais forte e dominador o Manchester City, dos portugueses Bernardo Silva (grande jogo, com nódoa somente no instante final da grande penalidade falhada), Rúben Dias (também titular) e Matheus Nunes (não saiu do banco), mas foi mais feliz o gigante espanhol, «o rei da Champions», como, na antevisão, Bernardo qualificou o adversário destes quartos de final.
Uma felicidade, porém, muito bem trabalhada. Depois da ode ao futebol que se viveu no Santiago Bernabéu na primeira mão (3-3), os merengues entraram com tudo no jogo decisivo do Etihad e cumpriram a estratégia montada: marcar cedo (Rodrygo fez o golo aos 12') e depois montar um dispositivo defensivo forte e coeso, com muitos elementos (quase sempre oito!), para travar, com sangue, suor e lágrimas se necessário fosse, o rolo compressor do campeão inglês.
Algo que Vini Jr., Bellingham, Kroos e companhia foram conseguindo, apesar do sufoco cada vez maior dos citizens de Guardiola. As oportunidades surgiam em catadupa, chegou a estar nos registos 80 ataques do City contra 8 do Real, 16 remates contra 4... Algo estava para acontecer.
E aconteceu: Kevin De Bruyne, quem mais, conseguia, por fim (já depois de muitas tentativas), disparar para o fundo das redes, depois de lance de insistência de um acabado de entrar Doku (agitou, e muito, o jogo!). Decorria o minuto 76, a eliminatória ficava 4-4, o City acreditava que a vitória podia chegar até aos 90'. E bem tentou. Mas entre os ferros e a grande exibição de Lunin (que se confirmaria nos penáltis, travando dois) foram adiando as decisões.
O prolongamento pouco acrescentou ao jogo, embora a tendência se tenha mantido: sempre mais City e menos Real, embora os merengues tenham surgido um pouco mais atrevidos. Porém, não o suficiente. E o resultado não se alterou. O jogo ia mesmo para penáltis, a lotaria que Pep Guardiola e Carlo Ancelotti já haviam experimentado por 13 vezes (cada um) na carreira: Pep ganhara 9, perdera 4; Carleto vencera 4, saíra derrotado de 9. Agora, conquistou a quinta! E volta a levar o Real às meias-finais, depois de uma eliminatória fantástica que ficará por muito tempo na memória de quem a ela assistiu durante 120 minutos + penáltis.