Mais mudanças no onze que no ano passado e muitos jogadores para cada posição; lugar de avançado é o que mais candidatos recebeu até agora; treinador ainda procura a estabilidade
Roger Schmidt está a promover maior rotatividade na equipa desde a viragem do ano relativamente ao período homólogo de 2023. O técnico dos encarnados tem mudado, em média, dois jogadores por cada onze titular, superando ligeiramente o registo de há um ano.
Nos 22 jogos do período de maior exigência competitiva quer do ponto de vista da qualidade dos adversários quer da proximidade de desafios, ou seja, entre o arranque do novo calendário e a despedida da Liga dos Campeões (eliminada pelo Inter nos quartos de final), o alemão fez na sua primeira temporada na Luz uma gestão mais espartana, a uma média de 1,85 alterações por partida.
Este ano o carrossel está a girar mais. Porque o plantel é diferente e porque Schmidt ainda parece continuar à procura do homem certo para determinado lugar. E há quatro posições que continuam em aberto: lateral-direito, lateral-esquerdo, médio esquerdo e avançado.
Foi contratado em 2022 para médio-centro, mas já jogou mais a lateral-direito ou a ala esquerdo do que no duplo-pivô de Roger Schmidt; treinador alemão forçado a mudanças frente ao Vizela devido aos castigos de Kokçu e Florentino
Alexander Bah parece estabilizar agora na lateral-direita depois das 24 partidas de Aursnes naquele lugar na presente época, mas desde os primeiros dias de janeiro já atuaram três futebolistas no posto: o dinamarquês, o norueguês e ainda o jovem Tomás Araújo. Mas é no lado oposto onde parece haver mais dúvidas. Depois de abandonar o lugar que preencheu em 10 partidas (no primeiro terço da temporada), Fredrik Aursnes regressou ao passado recente no encontro diante do Portimonense.
Porque correu bem, é provável que repita o cenário no dérbi com o Sporting em Alvalade, para as meias-finais da Taça de Portugal. Mas continua a ser um sinal de incerteza, porque três futebolistas ocuparam aquele lugar em 2024: Morato, Álvaro Carreras e Aursnes.
Com Di María dono do lado direito do ataque (embora quatro jogadores tenham por ali passado), é no flanco esquerdo que as dúvidas assaltam o treinador do Benfica. David Neres foi o quarto titular no lugar, depois de João Mário, Aursnes e Tiago Gouveia. E aqueles terrenos foram também pisados por Orkun Kokçu. Todas as decisões são tomadas em função do coletivo e parte da explicação para as alterações no lado esquerdo reside nas novas funções de João Mário, de quem Schmidt não prescinde — é agora médio centro.
Mas a posição de avançado é a que parece ter uma vaga constantemente aberta: desde que a Terra começou a dar mais uma volta ao Sol foram já cinco os escolhidos: Musa, Arthur Cabral, Tengstedt, Marcos Leonardo e Rafa, este último protagonista de um ataque mais móvel, que poderá ganhar raízes. Para Schmidt, o carrossel parece ser muito mais que uma soma de mudanças de jogo para jogo.