Benfica: Quase um golo sofrido por jogo e uma história ao contrário
Roger Schmidt, treinador do Benfica (IMAGO / ZUMA Wire)

Benfica: Quase um golo sofrido por jogo e uma história ao contrário

NACIONAL31.10.202310:00

Jogo da Taça da Liga com o Arouca ganha inesperada importância para o Benfica; Roger Schmidt não deu conferência; números comprometem e carreira do treinador alemão conhece fase invulgar

Depois do empate (1-1) com o Casa Pia para o Campeonato, o jogo desta terça-feira, em Arouca, da fase de grupos da Taça da Liga, passa a ser muito importante para a equipa do Benfica.

«A tarefa do Benfica é mostrar que podemos fazer melhor. Tenho a certeza que os adeptos estarão sempre connosco. A equipa tem de mostrar que conta com os adeptos e vice-versa», disse Schmidt na antevisão do jogo com o Casa Pia (também clarificou que não sentia o seu lugar no Benfica em risco), em declarações que muito provavelmente poderia ter repetido agora, pensando no duelo em Arouca, mas o treinador alemão não deu conferência de imprensa antes deste jogo, algo que já tinha sucedido na fase de grupos da Taça da Liga na temporada passada. 

Para este jogo o treinador não contará com Neres, Bah e Kokçu, a recuperarem de lesões, e Musa, a recuperar de uma amigdalite. Baixas de peso e que não facilitam a abordagem deste desafio em que a equipa precisa dar uma resposta positiva depois da derrota na Champions, frente à Real Sociedad, e do empate com o Casa Pia, no Campeonato.

A época dos encarnados está a ser má e os números confirmam-no. Nos 14 jogos já disputados, nas várias provas, a equipa liderada por Roger Schmidt tem 9 vitórias, 1 empate e 4 derrotas, 25 golos marcados e 13 sofridos (média de 1,7 golos marcados por jogo e de 0,9 sofridos por jogo; quase um por desafio!); na época passada, nos mesmos 14 primeiros desafios, as águias tinham 13 vitórias e 1 empate, 35 golos marcados e 6 sofridos (média de 2,5 golos por jogo e de 0,4 sofridos por jogo). 

Este mau ciclo, de dois jogos seguidos sem vitórias, vem ajudar a contrariar a tendência na carreira de Roger Schmidt de as segundas épocas num clube serem melhores do que as primeiras. 

Na primeira temporada no comando dos austríacos do Red Bull Salszburgo, o treinador alemão foi 2.º classificado no campeonato e caiu na 2.ª pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions (frente ao Dudelange); na época a seguir foi campeão, venceu a taça e saiu da Champions na 3.ª pré-eliminatória (em duelo com o Fenerbahçe).
A seguir, pelos alemães do Leverkusen, Schmidt começou por ser 4.º na Bundesliga e saiu da Champions na discussão dos oitavos de final com o Atlético de Madrid. Na época seguinte, o Leverkusen foi 3.º no campeonato, caiu na fase de grupos da Champions e depois caiu nos oitavos da Liga Europa frente ao Villarreal. Na terceira temporada pelos alemães com o treinador, a equipa finalizou a Liga em 12.º.
Nos chineses do Beijing Guoan Schmidt foi 9.º, na época seguinte 4.º  e na terceira que Schmidt iniciou foi 2.º no campeonato do país; nos neerlandeses do PSV (antes do Benfica) foi 2.º no campeonato na primeira época (não passou dos 1/16 avos da Champions e do play-off para a Liga Europa) e depois, em 2021/2022, foi 2.º no campeonato, venceu a Taça da Liga e a Taça dos Países Baixos, caiu no play-off de acesso à Champions no duelo com o Benfica (2-1), ficou em 3.º no grupo da Liga Europa (atrás de Mónaco e Real Sociedad) e alcançou os quartos de final da Liga Conferência (foi derrotado pelo Leicester).