Benfica não é o único pretendente para esta 'Rainha'

NACIONAL06:30

Farense e Benfica entram esta terça-feira em campo para discutir a presença nos quartos de final e a história está do lado encarnado. Clube da Luz só ganhou uma das últimas 10 edições e é o troféu que falta a Lage e Di María

A conquista da Taça da Liga ainda está fresca e já os benfiquistas sonham com a Taça de Portugal, com o Estádio Nacional, com a possibilidade de interromper um ciclo pobre de conquistas daquela que é apresentada como a prova rainha do futebol português.

O Benfica só venceu uma das últimas 10 edições da competição, tantas quanto o Aves, menos uma do que o SC Braga, menos uma do que o Sporting, menos três do que o FC Porto, o grande dominador dos anos mais recentes, mas que já está de fora.

E a prova rainha, ninguém levará a mal, talvez nunca tenha sido tão desejada, e em particular na Luz, onde vivem duas personalidades que se sentirão incompletas se não erguerem o troféu no Jamor. Bruno Lage acaba de juntar a Taça da Liga a Liga e Supertaça, Di María tem já um boa coleção de Taças da Liga (3), tem também a Liga e a Supertaça, mas passa pelo mesmo que o treinador. E, no caso do argentino, até poderá estar em causa a época de despedida do clube.

O Benfica, todavia, pisa terreno perigoso. O Farense é um histórico da Liga, mas nunca venceu a Taça de Portugal e também a deseja ardentemente. Joga em casa, vive momento bom, dificultou a vida ao Benfica na Liga (1-2), mas perdeu e agora não pode perder, pois significa o adeus à prova. E ninguém ignora a teórica vantagem de não haver grandes no caminho para a final. Quem vencer, defrontará SC Braga ou Lusitano de Évora e depois Elvas ou Tirsense.

A história de Farense e Benfica na Taça de Portugal diz-nos que o favorito confirma sempre. Cinco encontros entre os dois clubes, cinco vantagens para os encarnados — 4-0, em 19955/56 (Faro); 4-0, em 1973/74 (Faro); 3-0, em 1995/96 (Luz); 4-2, em 1997/98 (Luz). Em relação ao 3-0, de 1995/96, importa referir que se tratou de encontro de desempate, após empate 1-1, que nem o prolongamento desfez. Eram as equipas treinadas por Paco Fortes e Mário Wilson. No segundo jogo, saiu vencedor este último, treinador do Benfica, beneficiando dos golos de Mauro Airez, Marcelo e Carlos Costa, na própria baliza.

Uma das figuras do Farense de então dava pelo nome de Ramos e era atacante respeitado, hoje em dia também é conhecido como o pai de Gonçalo Ramos, que diz qualquer coisinha aos benfiquistas.

ALENTEJO CONTRA A (MÁ) HISTÓRIA

Nunca uma equipa alentejana conquistou a Taça de Portugal. 13 clubes já fizeram a festa — Benfica, FC Porto, Sporting, Boavista, SC Braga, V. Setúbal, Belenenses, Académica, V. Guimarães, Aves, Estrela da Amadora, Leixões e Beira-Mar —, o Campomaiorense até já esteve na final (em 1999 perdeu com o Beira-Mar, por 0-1), mas a história não tem sido boa para os clubes alentejanos na competição.

Com Elvas já nos quartos de final, depois de eliminar o Vitória de Guimarães e ajudar a despedir Daniel Sousa, e Lusitano de Évora pronto para entrar em ação, o Alentejo volta a desafiar a má história na prova.

Pela frente, para a equipa treinada por Pedro Russiano e na qual figura um ponta de lança que dá pelo nome de Martim Águas, filho do goleador do Benfica Rui Águas, há, no entanto, um desafio enorme chamado SC Braga.

É uma equipa do Campeonato de Portugal, 4.º escalão do futebol português, contra um europeu, um dos mais fortes clubes nacionais, por vezes tão grande quanto Benfica, FC Porto e Sporting, já vencedor de três edições da prova.

O SC Braga é, naturalmente, favorito, mas a história já foi madrasta para os minhotos quando defrontaram este emblema alentejano na Taça de Portugal: três confrontos, uma vitória do SC Braga (1-0, em 1985, golo de Jorge Gomes) e duas derrotas (em 1953, os oitavos eram a duas mãos, 0-4 em Braga, 1-4 em Évora). Há, pois, contas a ajustar no Minho.