Benfica: Kokçu foi aos Países Baixos enquanto não se cura da lesão
Orkun Kokçu à chegada a Lisboa, quinta-feira dia 9 de novembro, proveniente dos Países Baixos (foto: Miguel Nunes)

Benfica: Kokçu foi aos Países Baixos enquanto não se cura da lesão

NACIONAL11.11.202309:00

A BOLA testemunhou chegada do médio a Lisboa; fascite plantar: o que é e como se trata

Orkun Kokçu foi aos Países Baixos, devidamente autorizado pelo Benfica, enquanto não se cura totalmente de uma lesão no pé direito que o atormenta há mais de um mês. 

A BOLA testemunhou a chegada do médio turco, na noite de quinta-feira, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, de um voo proveniente de Amesterdão. O jogador não se pronunciou sobre o assunto e o clube também não prestou mais esclarecimentos. 

Kokçu não deverá ser opção para Roger Schmidt para o dérbi frente ao Sporting, domingo, no Estádio da Luz. O futebolista mais caro da história do futebol português tem-se debatido com uma fascite plantar no pé direito, lesão que, não sendo grave, é bastante limitativa. 

«É uma inflamação na fáscia na planta do pé. Trata-se de uma membrana que vai do calcâneo, no calcanhar, até aos dedos. É uma situação mais recorrente em desportistas que estão sujeitos a um permanente impacto em pisos mais duros», explicou a A BOLA Luís Horta, doutorado em Medicina Desportiva. 

«Há fatores de risco associados, nomeadamente o formato do pé. Se for demasiado cavo, ou seja, muito curvo, a tendência para surgir esta lesão é maior, porque o esforço da fáscia é maior», acrescentou o atual professor da NOVA Medical School e antigo presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP). 

Ilustração da lesão (IMAGO)

É um tipo de lesão que pode, em casos mais extremos, levar o paciente à mesa de operações. «Mas só se fizer tanta pressão no calcâneo que o osso produza um espigão. Aí, só com cirurgia». Mas não parece ser este o quadro clínico do jogador contratado no defeso ao Feyenoord por €25 milhões. 

Luís Horta, doutorado em Medicina Desportiva e antigo presidente da ADoP (Foto: ASF)

«O tratamento é feito à base de ultrassons, gelo e, nos casos mais agudos, a introdução de corticoides na zona inflamada, com uma agulha. São anti-inflamatórios fortes que obrigam a uma paragem do desportista para o devido repouso», lembrou Luís Horta, apontando o «triplo salto» como a modalidade onde este tipo de lesões é mais recorrente, embora não considere uma «raridade» no futebol. «Para prevenir, os jogadores mais propensos a fascites têm de usar uma palmilha especial para compensar.»

Primeiros sinais

Os primeiros indícios da lesão surgiram a 7 de outubro, quando Kokçu falhou o jogo frente ao Estoril. Ainda viajou para a Turquia, mas não participou em qualquer dos dois jogos da seleção. Regressou à competição na segunda parte do encontro em casa frente à Real Sociedad, a 24 de outubro, mas quatro dias depois o Benfica anunciava, no boletim clínico, que o centrocampista de 22 anos estava a recuperar de uma fascite plantar no pé direito que impunha, apurou A BOLA à data, uma paragem de três semanas.