Benfica: investimento de €42,5 M não tem (para já) retorno

Aposta em Tengstedt, Schjelderup, Rollheiser e Prestianni pode ter futuro, mas o presente não traz resultados; rendimento baixo de quatro contratações de elevado custo

Roger Schmidt, treinador do Benfica, afirmou, após a derrota em Famalicão, que vai ser preciso «mudar algumas coisas».

Firme, ou não, no lugar, o alemão está a passar a mensagem de que tem planos para a próxima época na Luz e «mudar algumas coisas» significa mudar jogadores e plantel.

É fácil imaginar um Benfica à procura de dois laterais, um para a esquerda e outro para a direita, mas também de atacantes. O problema para o Benfica, ou pelo menos um deles, parece ser, todavia, o facto de estar de alguma forma refém de jogadores prometedores de elevado custo, de um investimento de €42,5 M, que ainda não teve retorno.

Tengstedt (23 anos) e Schjelderup (19 anos) foram contratados no mercado de inverno de 2023 e só o primeiro está na Luz, mas nem por isso o ponta de lança dinamarquês convence. Aliás, até será o atacante norueguês, emprestado ao Nordsjaelland e a deixar boa imagem, a reunir mais favoritismo para integrar o plantel 2024/25 das águias. Juntos, custaram mais de €24 milhões.

«A aquisição dos direitos de inscrição desportiva e económicos de Casper Tengstedt, num investimento total de 10.051 milhares de euros, que engloba a aquisição dos direitos, os encargos com serviços de intermediação, os encargos com o mecanismo de solidariedade e o efeito da atualização financeira tendo em consideração os planos de pagamento estipulados; o investimento referido inclui a totalidade dos valores variáveis que estão dependentes do cumprimento de condições contingentes», leu-se no Relatório e Contas 2022/23 da SAD, que também detalhou o processo do norueguês.

O texto era, pois, o mesmo, mas o valor mais elevado: «Num investimento total de 14.030 milhares de euros.»

Rollheiser (24 anos) e Prestianni (18 anos) são argentinos contratados em janeiro. O primeiro chegou por empréstimo com opção de compra obrigatória de €9,5 M (90 por cento do passe), o segundo custa €9 M (85 por cento do passe).

O segundo é muito jovem e está a fazer a adaptação na equipa B, Rollheiser integrou o plantel, mas não sobressaiu, pouco utilizado pelo treinador.

O que o quarteto fará no futuro ninguém sabe, se fica no plantel e triunfará, ou se acabará por sair, mas o presente diz que a aposta dos encarnados só está, para já, a sair cara.