Ponta de lança é um dos grandes mistérios da era Roger Schmidt; de aposta ganha a dispensado em três tempos; se o treinador ficar, saída é cenário mais provável, mas continua a contar com o apoio do presidente
Henrique Araújo, ponta de lança de 22 anos, produto da formação do Benfica, ainda tem a confiança de Rui Costa.
O presidente do Benfica, sabe A BOLA, continua a acreditar na qualidade do jogador, mesmo depois de ter sido dispensado e de dois empréstimos mal sucedidos, a Watford, de Inglaterra, e Famalicão — esteve perto de mudar-se para Vila do Conde em janeiro, mas dúvidas regulamentares comprometeram negócio.
29 janeiro 2024, 17:12
Dúvidas regulamentares no que concerne ao empréstimo a dois clubes diferentes na mesma época estiveram na génese da decisão dos rioavistas; futuro do ponta de lança é ainda uma incógnita
O futuro de Henrique Araújo, que regressou recentemente à competição em Famalicão, depois de recuperar de uma rotura parcial da sindesmose do tornozelo direito, não está decidido, longe disso.
A única decisão em torno do futuro do internacional português de sub-21 diz respeito, isso sim, ao Famalicão. Não vai permanecer no clube que defronta o Benfica este domingo.
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De resto, sabe ainda A BOLA, pode ser envolvido num negócio antes mesmo de regressar ao Benfica, como pode também voltar à Luz e fazer a pré-temporada antes de ser novamente emprestado ou, por último, pode voltar ao Benfica e ficar no plantel. Mas esta é a mais remota das possibilidades, pelo menos se Roger Schmidt ficar.
O treinador alemão que apostou no avançado quando chegou ao Benfica é o mesmo que o viu sair sem glória no mercado de janeiro de 2023. Henrique marcou logo no arranque da época, no apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, em Midtjylland, e repetiu em dezembro na Liga dos Campeões, em Haifa, Israel, frente ao Maccabi. Pelo meio, boas exibições e períodos discretos. Com Schmidt, 14 jogos e dois golos.
Escolheu, pois, sair para o Watford, do Championship, segundo escalão de Inglaterra. Decidiu correr o risco, mesmo que nem todos considerassem um destino seguro para prosseguir a correira. Correu mal, oito jogos, zero golos.
Na época seguinte, 2023/2024, e sem hipótese de permanecer no plantel, Famalicão. 19 jogos e zero golos é fraco registo, que pode ser justificado por um estilo de jogo mais adequado a Jhonder Cádiz ou por uma lesão grave. Mas também levantou dúvidas.
Famalicão terá, pois, os seus custos, pois está a ser época praticamente perdida e que adia afirmação de um jogador que faz golos na Seleção de sub-21 e foi aposta de Jorge Jesus, primeiro, e Roger Schmidt, depois, no plantel do Benfica, ainda muito jovem.
Henrique Araújo tem contrato até 2027. Para quem não se lembra, renovou no mesmo dia, na mesma hora e minuto que António Silva, o central titular do Benfica e da Seleção Nacional. Deixa bem patente a confiança que havia no avançado, por parte de toda a estrutura encarnada.
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Rui Costa, presidente do Benfica, ainda olha para Henrique como alguém que tem qualidade para jogar no clube, como ativo valioso, como alguém que, à imagem de Gonçalo Ramos, pode ter de passar por processo complicado antes de mostrar todo o seu valor. Mas até o apoio do presidente pode ser insuficiente, face à opinião de Schmidt.
Se as razões de queixa em relação ao jogador são apenas do ponto de vista futebolístico ou se há mais alguma coisa, só o técnico alemão saberá, mas a sua permanência na Luz será, por si só, meio caminho andado para que o jogador se mantenha distante do Benfica.
Quanto aos adeptos encarnados, não é raro ouvi-los falar de Henrique Araújo, mais a mais em ano de rendimento intermitente dos pontas-de-lança. Muitas vezes questionam em voz alta a razão de o português ter sido ignorado, quando Arthur Cabral e Tengstedt — sobretudo este — não convencem. Marcos Leonardo, lembre-se, só chegou em janeiro.
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