Benfica: €59 milhões para a montra

Reforços mais caros das águias vão poder estrear-se na Liga dos Campeões. Kokçu, Arthur Cabral e Jurásek ainda só viveram a experiência na Liga Europa e Liga Conferência. Contraste com Di María...

O jogo desta quarta-feira frente ao Salzburgo, que assinala o arranque do Grupo D da Liga dos Campeões, vai marcar algumas carreiras, especialmente daqueles que farão a estreia na competição de clubes mais apetecida do mundo.

Não são muitos os debutantes, mas são especiais, até porque custaram bastante dinheiro e vieram para a Luz como produtos inacabados, a precisar do polimento que só as grandes competições proporcionam.

Kokçu (€25 milhões), Arthur Cabral (€20 milhões) e Jurásek (€15 milhões), as contratações mais caras do Benfica no defeso (o turco foi mesmo o mais caro da história do futebol português), têm em comum o facto de nunca terem participado numa partida da fase de grupos da Champions. Uma das razões para terem assinado pelas águias foi a de poderem entrar na grande montra e aí está, pois, o primeiro dia do resto das suas vidas.

Outra realidade

É também a confirmação de um trajeto ascendente deste trio muito especial, que nos anos anteriores andaram pela Liga Europa e Liga Conferência. Há, aliás, um dado curioso: Kokçu e Arthur Cabral perderam, em anos diferentes, uma final da Liga Conferência — o Feyenoord do médio turco foi derrotado em 2022 pela Roma de José Mourinho em Tirana (Albânia) e no ano passado a Fiorentina do avançado brasileiro perdeu frente ao West Ham em Praga (República Checa).

Quanto a Jurásek, as memórias europeias têm menor extensão: apenas participou na edição do ano passado da Liga Conferência ao serviço do Slavia Praga — ficou em terceiro na fase de grupos.

Não é certo que os três reforços sejam titulares (Kokçu é aquele que tem a presença praticamemte garantida no onze), mas será apenas uma questão de tempo até Jurásek e Arthur Cabral ouvirem o hino da prova milionária — tal como João Victor, Tengstedt ou os jovens Tomás Araújo e Tiago Gouveia.

Único a vencer a Champions

A inexperiência em jogos da Champions dos reforços contrasta com o lastro de vários jogadores nesta competição, destacando-se neste particular o passado de Ángel Di María, destacadamente o elemento do plantel com o currículo mais extenso. O campeão do mundo pela Argentina soma 102 partidas (45.º jogador com mais participações, as mesmas do lateral-esquerdo brasileiro Marcelo) e é o único benfiquista que já venceu a competição — em 2014, pelo Real Madrid, na final do Estádio da Luz diante do rival Atlético de Madrid.

Otamendi é o segundo da lista com mais jogos na Liga dos Campeões. Com uma carreira igualmente longa, o capitão dos encarnados soma 74 partidas distribuídas por FC Porto, Manchester City e Benfica. Mais atrás surge Bernat, com 48 (Valência, Bayern e PSG), João Mário com 46 (Sporting, Lokomotiv Moscovo e Benfica) e Gonçalo Guedes com 22 (Benfica e Valência).

Recém-titular da baliza, Trubin também já tem alguma história para contar: realizou 14 jogos pelo Shakhtar, dois deles em formato vitória frente ao Real Madrid — muito melhor que a experiência na Liga Europa em 2022/2023 quando sofreu sete golos do Feyenoord de Kokçu (o turco marcou dois).