Benfica: Di María e os outros

Argentino é o único dos reforços que se afirmaram; na temporada passada, pela mesma altura, reinava outro argentino: Enzo Fernández; e Aursnes ainda nem tinha sido titular

Ángel Di María foi a contratação mais mediática do Benfica no último verão. E com a fama da chegada do campeão do mundo, de regresso a casa depois de 13 anos, chegou também o proveito para os encarnados. O argentino de 35 anos, por cuja recuperação da lesão muscular os benfiquistas agora suspiram para o jogo com a Real Sociedad, está a ser o melhor dos reforços (e não só) neste início de temporada. Foi decisivo duas vezes contra o FC Porto - abriu caminho à vitória na Supertaça e marcou o único golo no clássico do campeonato na Luz -, é o melhor marcador da equipa, com seis golos (mais uma assistência), e já provou que consegue fazer a diferença. 

Há um ano reinava já outro argentino - Enzo Fernández. E outros reforços, como agora, estavam longe da afirmação. 

Orkun Kokçu

Se Di María já tem o crédito de reforço, outros, que chegaram à Luz no verão, exigindo elevado investimento, têm ainda muito que provar. Orkun Kokçu, contratação mais cara de sempre das águias, por quem o Benfica pagou €25 milhões ao Feyenoord, foi titular em 10 dos 11 jogos desta época. Só perdeu o último jogo, com o Estoril, devido a um problema físico. Mas o internacional turco de 22 anos é credor de confiança absoluta de Roger Schmidt, que o elegeu, logo em janeiro, como substituto de Enzo Fernández. Kokçu jogou oito vezes ao lado de João Neves no meio-campo e duas ao lado de Florentino. Soma uma golo e uma assistência, só completou duas vezes os 90 minutos. Mas continua a dar poucos sinais da qualidade que o elevou, na época passada, a melhor jogador do campeonato dos Países Baixos. 

Arthur Cabral

Por Arthur Cabral, contratado para ser o substituto de Gonçalo Ramos, pagou o Benfica €20 milhões à Fiorentina. Ao contrário de Kokçu tem a atenuante, segundo Roger Schmidt, de não ter feito a pré-época. Apanhou, então, o comboio em andamento, foi lançado a titular com o E. Amadora, na segunda jornada, só resistiu no onze até à terceira, com o Gil Vicente em Barcelos. Foi mais cinco vezes suplente utilizado, não saiu do banco em dois jogos, um dos quais o último, contra o Estoril. 

Anatoliy Trubin

Do ataque para a baliza e Anatoliy Trubin já é indiscutível na baliza. Pelo menos para Roger Schmidt. A saída polémica de Odysseas Vlachodimos, depois de discussão com o treinador alemão, proporcionou a entrada em cena de Samuel Soares. Tratou-se de uma questão de tempo até entrar o guarda-redes ucraniano, por quem o Benfica pagou €10 milhões ao Shakhtar Donetsk. Depois da desconfiança provocada nos adeptos pelo jogo com o Salzburgo, a exibição com o Inter, em Milão, terá ajudado a consolidar a ideia, entre adeptos, que Trubin é mesmo reforço. 

Jurásek e Bernat

Quanto ao substituto de Álex Grimaldo - e não se está a falar de Aursnes - ainda não é seguro que tanto David Jurásek (contratado por €14 milhões ao Sparta Praga) como Juan Bernat possam fazer esquecer o espanhol que saiu a custo zero para o Leverkusen. O internacional checo foi suplente utilizado na segunda parte da Supertaça com o FC Porto (entrou ao intervalo para o lugar de Ristic), ganhou a titularidade com o Boavista, na primeira jornada, mas lesionou-se no Bessa. Só voltou à competição com o Portimonense, a 24 de setembro, e apenas regressou à titularidade na última jornada, com o Estoril. Não completou um jogo. O lateral espanhol chegou por empréstimo no último dia de mercado. Foi surpresa como titular com o Inter e só jogou mais 14 minutos com o Estoril. 

Há um ano

Na temporada passada, também com 11 jogos riscados no calendário, para lá de Enzo Fernández, que já pegara nas rédeas da equipa (11 vezes titular, três golos), os adeptos benfiquistas andavam entusiasmados, também, com David Neres. O brasileiro entrara de início nos nove jogos que iniciara (ausente em dois por lesão) e já somava cinco assistências e três golos. 

Ninguém imaginava, então, a afirmação de Fredrik Aursnes. Contratado ao Feyenoord por €13 milhões, perto do final de agosto, ainda nem sequer tinha sido titular. Iria sê-lo, apenas, à sétima jornada da Liga, a 18 de setembro (época começou bem antes com a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões). Ao 11.º jogo dos encarnados na época 2022/2023, o médio norueguês somava quatro presenças e 55 minutos. Também Bah começa a afirmar-se, depois de Gilberto ter arrancado a época como titular: em 11 jogos o dinamarquês participara em nove jogos, mas apenas três como titular. Petar Musa fora suplente utilizado seis jogos, Julian Draxler estivera uma vez no banco sem ser utilizado e entrara na segunda parte uma vez.