Benfica deixou €56 milhões nos Países Baixos, mas não se arrepende

NACIONAL26.08.202407:30

Kokçu, Pavlidis e Aursnes custaram €56 milhões à SAD encarnada, maior investimento do atual plantel; trio esteve em todos os golos das águias na presente temporada

A terceira versão do Benfica de Roger Schmidt tem três jogadores contratados na Eredivisie, a liga dos Países Baixos. Kokçu, Pavlidis e Aursnes foram descobertos no campeonato onde Roger Schmidt trabalhava e custaram €56 milhões, o maior investimento global do atual plantel, ou seja nenhuma outra liga motivou tão elevado esforço.

Diz muito sobre aquilo que o Benfica está a fazer para responder às exigências de Roger Schmidt, que conhecerá, naturalmente, muito bem as melhores figuras da liga neerlandesa, mas mostra, ao mesmo tempo, que o que pode ser caro dá, afinal, os seus frutos.

Na presente época, em três jogos o Benfica leva cinco golos — ficou a zero em Famalicão, derrota (0-2) — e o trio que chegou da Eredivisie esteve em todos: no 3-0 ao Casa Pia, da segunda jornada da Liga, Pavlidis e Aursnes marcaram, o golo de Tiago Gouveia nasceu de assistência de Aursnes e Kokçu fez o passe para Ausrnes marcar. Parece que todos os caminhos iam dar ao trio contratado nos Países Baixos. Agora, com o Estrela da Amadora, resultado mais magro, mas com origem idêntica. A jogada do golo teve Aursnes, depois Pavlidis e, por fim, Kokçu, pertencendo ao médio a conclusão já na área.

Está a ser, pois, determinante a aposta em jogadores que, em teoria, Roger Schmidt conhece bem. E todos se lembram da surpresa causada pelo investimento de €13 milhões em Fredrik Aursnes, um médio norueguês que era praticamente desconhecido em Portugal e, de uma forma geral, no panorama internacional. O próprio jogador explicou em entrevista exclusiva a A BOLA que não era muito conhecido quando deu o salto para o Feyenoord e que o valor pago pelo Benfica o deixou estupefacto: «Ainda tenho esse feeling, foi muito dinheiro.» Aursnes foi, pois, o primeiro a chegar, em agosto de 2022.

O segundo, Orgun Kokçu, no verão passado. Chegou igualmente do Feyenoord, onde formava, aliás, dupla de sucesso com Aursnes no meio-campo, a troco de €25 milhões. O valor mais alto da história do Benfica, o valor mais alto que alguma vez foi pago em Portugal pelo passe de um futebolista. A responsabilidade, naturalmente, viajou na medida do dinheiro gasto e na época de estreia muitas vezes Kokçu foi posto em causa porque estava só a jogar bem.

Por fim, Pavlidis. Ponta de lança contratado ao AZ, por €18 milhões. Parece ter resolvido o problema no ataque encarnado, fez grande pré-época, está a confirmar qualidades nos jogos a sério.

Goetze, Sangaré, Kerkez e Santiago Giménez, também desejados, não puderam ser contratados, mas, para já, €56 milhões estão perfeitamente justificados.

Solução para vários problemas

Depois da polémica entrevista da temporada passada que colocou em causa ideias de Roger Schmidt, depois de ter estado praticamente na lista de transferências, depois também de ter iniciado a corrente época no banco dos suplentes, eis que Orkun Kokçu, médio internacional turco, 23 anos, assume-se como determinante, como o menino bonito dos adeptos, o preferido da plateia.

Kokçu falou em campo e o Benfica venceu o E. Amadora. Fez o único golo do jogo, mas fez muitas outras coisas boas, até mesmo do ponto de vista defensivo. Jogou, e muito bem, a partir do lado esquerdo do ataque, lugar habitualmente reservado a Aursnes.

O norueguês passou, pois, para o flanco direito e o que se viu de Kokçu foi importante. Exibiu-se a um nível raramente visto na época passada e mostrou que pode fazer mais uma posição com competência: já foi 8, também já jogou do lado direito do ataque (ainda passou por lá nesta partida) e pode jogar igualmente atrás do ponta de lança, como Rafa. Numa altura em que o Benfica procura reforços.