Benfica: a conferência de Roger Schmidt na íntegra
Roger Schmidt, treinador do Benfica (Imago/Atlantico Press)
Foto: IMAGO

Benfica: a conferência de Roger Schmidt na íntegra

NACIONAL16.03.202414:56

Técnico alemão abordou polémica entrevista de Kokçu e também a contestação de que continua a ser alvo

 — Depois da Liga Europa, o Casa Pia, como irá a equipa reagir ao desgaste?

— Temos um calendário muito duro, com muitos jogos seguidos num curto espaço de tempo. Penso que a equipa esteve muito bem nos dois últimos jogos e o nosso foco agora é o jogo com o Casa Pia e conseguir 3 pontos. Sabemos que tem novo treinador, que está de novo muito estável, não sofreu golos, se virem os jogos, os adversários não tiveram muitas chances. São disciplinados e compactos na defesa e esperam pelo contra-ataque. Mas tivemos sucesso na Liga Europa e estamos muito motivados e confiantes para o campeonato, queremos mostrar a nossa ambição na Liga portuguesa e depois alguns jogadores irão para as seleções e também teremos alguns dias de descanso.

— Em entrevista à publicação dos Países Baixos 'De Telegraaf', Kokçu teceu críticas. Qual é a sua posição?

 — Antes de mais, ouvi falar da entrevista, mas ainda não a li, lerei depois da conferência e, se necessário, claro que terei de falar com o jogador. Nestes momentos temos de ter a informação em primeira mão e isso para mim é através do jogador, por isso vou falar com ele e tomarei as minhas decisões.

— Marselha nos quartos de final da Liga Europa. Como reage ao sorteio?

— Já não há adversários fáceis quando estamos nos quartos de final de uma prova europeia, Marselha é um clube muito bom, experiente no futebol internacional, tivemos a experiência de defrontar o Toulouse e sabemos que as equipas francesas têm muita qualidade individual. Sabemos que não é fácil jogar no estádio do Marselha, infelizmente teremos de jogar a segunda mão em Marselha e precisamos de um bom jogo no nosso estádio. Temos a confiança de que somos capazes de passar às meias-finais, é o nosso novo objetivo na Liga Europa, ser a melhor equipa e vencer o Marselha, não é fácil mas é o que esperamos.

— Plantel do Benfica tem capacidade para enfrentar as três provas?

— Se não tivéssemos capacidade não estaríamos nas três competições, temos a chance de ganhar três títulos, mostra que temos capacidade e qualidade da equipa. É exigente, mas tem efeito positivo, é especial para todos os jogadores jogarem jogos destas fases das competições europeias, quando se tornam decisivos, a eliminar.  Pode dar-nos muito motivação, quando ganhamos jogos é positivo. E penso que é bom jogar as partidas com o Sporting antes dos jogos internacionais, serão decisivos em termos de Taça de Portugal e Campeonato, penso que o jogo fora com o Sporting é muito importante. As duas equipas estarão na mesma situação, teremos algum descanso nas próximas duas semanas, sobretudo os jogadores que não irão para as seleções e depois teremos de estar prontos para enfrentar a fase final da época. Vendo a equipa jogar neste momento, estamos de volta à boa forma e ansiosos pelo que resta da época, é indiferente se temos de jogar muitas partidas.

— Kokçu é mais um problema para resolver no balneário do Benfica, também já houve Di María e Arthur Cabral.

— É normal, há muitos jogos para jogar, surgem alguns problemas, é normal, faz parte do futebol guiar e lidar com os jogadores de uma forma positiva. Se houver questões ou jogadores em conflito com a sua situação então temos de falar com eles e lidar com isso. Os nosso jogadores  mostram sempre boa atitude, estou feliz com o caráter da equipa. Estou muito feliz por ser treinador desta equipa, gosto da atmosfera, se há problemas teremos de resolver esses problemas, como já disse vou ler a entrevista de Kokçu, mas até agora tem feito boa época. Esteve lesionado, é normal que a primeira época não seja tão fácil como esperaria, novo clube, nova situação. Faz parte, no que me diz respeito, do que é liderar uma equipa de futebol a este nível. De forma geral, vejo personalidade, caráter e o espírito na equipa é muito bom.

A forma como os adeptos e Roger Schmidt olham para a temporada do Benfica não parece ser a mesma. A contestação continua, no jogo com o Rangers em Lisboa até se mostraram tarjas pedindo a saída do treinador, apesar de estar em três frentes. O que pensa disso?

— Primeiro, não me apercebi de tudo e na realidade não quero aperceber-me de tudo, porque há sempre críticas quando és treinador do Benfica, penso que é quase impossível não ser criticado. Mas o que vejo é que há muito apoio à equipa e eu faço parte do Benfica. Mas não sou importante. O que é importante é o Benfica. Procuro estar focado na equipa, se jogarmos bem e ganharmos títulos toda a gente estará feliz. Quando temos um empate ou perdemos há muitas críticas. Há muito foco dos media nisso. Não é importante para mim, estou num planeta diferente, estou focado a preparar a equipa para ganhar jogos, não podemos resolver problemas em reuniões, ou aqui, ou em discussões ou entrevistas, só posso resolver problemas em campo, ganhando. Pela minha experiência, vejo este assunto com clareza, não estou afetado, vejo muito apoio. Se queremos ganhar títulos temos de ter apoio dos adeptos e convencê-los a darem tudo pela equipa, é o que estamos a fazer. Não é bom colocar o foco nas coisas negativas, não podemos partir do princípio de que toda a gente é contra a equipa, ou contra mim, ou contra o Benfica, mas as pessoas negativas são sempre as mais barulhentas. No futebol, na sociedade, em todo o lado. Sei disso e por isso não estou afetado.