Benfica: a conferência de Roger Schmidt na íntegra

Treinador do Benfica fez este sábado no centro de estágio do Seixal a antevisão do jogo com o V. Guimarães

— Como preparou a partida do Benfica em Guimarães?

— A preparação foi recuperar. É um desafio jogar quinta e domingo. Não houve muito treino, mas sim descanso físico e mental. É um jogo difícil. O Vitória de Guimarães é uma das equipas de topo da Liga. Tem estado muito bem, são bons em transição. Jogamos lá no início da época passada. A atmosfera no estádio é muito boa e vamos dar o melhor para ganhar.

— Arthur Cabral está bem posicionado para ser o titular do Benfica esta temporada?

— Arthur está a trabalhar muito bem. Tem marcado, que é o mais importante para um avançado. No início da época também deu o seu melhor e trabalhou muito, mas teve algum azar. Nesta fase, está diferente. É importante para ele e para nós que consiga marcar, agora vemos que a ligação entre ele e os colegas está melhor. Tem uma melhor sensação dos espaços que tem de ocupar. É verdade que precisou de mudar o seu estilo de jogo, era um avançado completamente diferente. Agora é mais flexível, tem mais colegas à sua volta e está mais envolvido em combinações. É algo novo para ele. Vejo que se está a adaptar, a dar o seu melhor e estou muito satisfeito. Também temos Marcos Leonardo e Tengstedt que está de regresso e são mais dois avançados que já mostraram muita qualidade. Acho que não é a melhor altura para fazer essa avaliação, talvez no final da época.

— Rui Costa considera que há agora mais qualidade na equipa do que naquela que Roger Schmidt encontrou quando chegou ao Benfica.

— São equipas diferentes. Tivemos uma equipa de topo de época passada e este ano temos também uma equipa de todo, veremos o que acontece no final da época. Na temporada passada fomos campeões e estamos a tentar sê-lo novamente este ano, todos sabem que é difícil comparar equipas, se virem quantos jogadores deixaram o Benfica, é praticamente uma equipa nova, só 4 ou 5 jogadores da primeira equipa estão ainda no Benfica, de resto são novos jogadores. É o futebol, há muitas mudanças, na minha opinião não faz muito sentido comparar equipas, no final tudo se resume a títulos, na época passada fomos campeões e vamos tentar vencer de novo.

— Presidente do Benfica mantém porta aberta para a renovação de Rafa, Roger Schmidt ficaria feliz com isso?

— Estaremos sempre abertos para Rafa até ao final da época e continuaremos disponíveis para Rafa mesmo que ele decida sair. É sempre bem vindo, veremos qual será a decisão. Na idade em que o jogador está teremos de respeitar o que ele quiser fazer, isso é muito claro para mim. Eu, o presidente, os companheiros de equipa, os adeptos, toda a gente quer que ele fique, mas no final respeitaremos a sua decisão.

— Como analisa o calendário duro que o Benfica tem pela frente?

— O calendário é o que é, estamos felizes por termos de jogar muitos encontros, isso significa que não estamos somente numa competição, se quisermos jogar apenas uma vez por semana então teremos de sair das competições europeias e da Taça de Portugal. Queremos jogar muitos jogos, não nos queixamos disso, é muito exigente, no futebol atual é evidente que o descanso entre jogos é um desafio, mas já mostrámos que somos capazes de nos focarmos num jogo de cada vez e jogar tão bem quanto possível para ganhar jogos. É o que teremos de fazer nas próximas semanas e tentaremos estar 100 por cento concentrados em cada jogo, temos de estar prontos para amanhã, é assim que fizemos as coisas no passado e é assim que iremos continuar a fazê-las.

— Como vê Aursnes neste momento?

— Vejo-o como um jogador flexível, é muito importante para nós, muito importante para mim enquanto treinador ter um jogador como ele. Em momentos como o do último mês quando tivemos jogadores lesionados e tivemos de encontrar soluções para certas posições. Fredrik mostrou que pode ser muito bom na substituição de jogadores de outras posições a que não está habituado e ainda assim jogar ao mais alto nível. É a qualidade e a inteligência, mas é também uma questão de mentalidade, pois se o jogador não estiver disponível para isto então nunca atingirá o que ele atingiu naquelas posições. Estou muito feliz por causa disso e ele também está feliz por jogar em diferentes posições, não está triste, ele está disponível para mudar de posição, ele gosta do desafio, mas não todas as semanas. Temos de encontrar a melhor posição para ele, mas neste momento estamos felizes por termos um jogador como ele e veremos nas próximas semanas onde precisaremos dele. Mas precisamos dele.

— O Benfica terá de preocupar-se com jogadores em forma no V. Guimarães, como Jota Silva e André Silva.

— Para jogar contra eles teremos de estar muito bem organizados taticamente, têm muitos jogadores na frente com muita qualidade, um estilo de jogo típico de muitas equipas em Portugal e no futebol internacional, cinco atrás mas alas muito ofensivos e um avançado centro. São jogadores muito bons para este futebol, sempre à procura de ganhar a bola e fazer estragos, colocam muito empenho, por isso são capazes de criar boas ocasiões e dificultar a vida às outras equipas, teremos de ser muito bons na posse de bola e jogar com qualidade, muito organizados no momento em que perdemos a bola, na nossa defesa. E, claro, teremos de atacar como sempre. Jogamos contra equipa boa equipa, mas estamos também em bom momento e ansiosos por um bom jogo, será duro mas vamos lutar muito para sairmos deste jogo com os três pontos.

— É o jogo certo para lançar Florentino no lugar de Kokçu?

— Veremos, não irei anunciar a equipa, mas como digo sempre o que tentamos acima de tudo fazer é ganhar jogos, trazer os jogadores em melhor forma, pois nem todos os jogadores estão sempre na melhor forma, alguns são novos, outros vêm de férias, outros vêm de lesão, temos de cuidar deles e tentar ter toda a gente no topo de forma nas próximas semanas para poderem ser opção. Precisamos de uma ideia clara, no último jogo fizemos alterações mas jogámos o mesmo futebol. Florentino é sempre um jogador muito importante para a equipa, não interessa se joga como titular ou suplente utilizado, traz sempre alguma coisa.