Bayern, contrato até 2026, a nova época, o golo salvo por Coates, tudo o que Schmidt disse antes do jogo com o Famalicão
Roger Schmidt IMAGO/Maciej Rogowski

Bayern, contrato até 2026, a nova época, o golo salvo por Coates, tudo o que Schmidt disse antes do jogo com o Famalicão

NACIONAL04.05.202414:07

Conferência de Imprensa dominada pelo futuro do treinador; insiste no compromisso com os encarnados, ignorando interesse do gigante alemão; avalia a temporada numa escala de muito má a muito boa

— Que dificuldades espera encontrar em Famalicão?

— Em primeiro lugar, a nossa semana foi muito boa, pela primeira vez [em algum tempo] tivemos vários dias de treinos seguidos, os jogadores gostaram, o estado de espírito deles é muito bom e também mostrámos que nos últimos jogos, física e taticamente, estamos numa forma muito boa. Por isso, continuamos. Queremos fazer um bom jogo, ganhar, sabemos que não é fácil vencer em Famalicão, está a fazer uma boa época, muitos jovens. Jogámos duas vezes contra o Famalicão, na Taça e campeonato. Estamos preparados para fazer um bom jogo e esse é o nosso foco.

— Admitiu que será muito difícil o Benfica vencer o campeonato. Se não vencer isso pode acelerar a sua saída do Benfica, numa altura em que se fala do interesse do Bayern? Esse projeto seria interessante para si?

— Na verdade, podem utilizar o que disse na última conferência de Imprensa, nas últimas duas semanas ou últimos meses. Até podem utilizar o que disse quando assinei o meu novo contrato. É muito claro, para mim, que ficarei no Benfica até 2026. É o que quero, foi por isso que assinei um novo contrato. Não esperava vencer quatro campeonatos de seguida. Ganhar um campeonato é um grande desafio em Portugal. Estamos a fazer uma boa época, talvez não o suficiente para ganhar o campeonato, mas se virmos a situação do Benfica há dois anos e a de agora é completamente diferente. Estou completamente concentrado no meu clube, muito feliz por estar aqui e também vejo muito potencial para desenvolver nos próximos dois anos e tentar conquistar mais troféus. Foi o que disse há uma semana, duas semanas e quase sempre no último ano. Nada mudou.

— O que o deixa mais entusiasmado em relação à próxima época? Há alguma coisa que dependa dos últimos três jogos desta para a preparação da próxima?

— É sempre o mesmo. Temos de dar tudo esta época, mas também assegurar-nos de que tomamos boas decisões para a próxima. O mais importante, como sempre, é garantir que tenhamos a melhor equipa possível. Temos uma boa equipa, mas cada época temos a oportunidade de ajustar algumas as coisas um pouco no mercado de transferências. Por vezes jogadores saem inesperadamente, outros não estão contentes e, claro, tentamos trazer sempre energia renovada para o clube. Os fundamentos da equipa são bons, uma mistura de jovens da academia, de jogadores meia idade e alguns muito experientes. Temos potencial para desenvolver, temos um bom equilíbrio, diferentes armas. Estamos a fazer uma boa época, a criar muitas oportunidades, mas não somos a equipa mais eficaz. Queremos melhorar isso e esse é o foco quando pensamos em novos jogadores. Veremos quem sairá, mas temos de estar já preparados para fazer boas contratações.

— Recebeu algum convite ou abordagem de outro clube?

— Quantos vezes tenho de responder a esta pergunta? Não estou no mercado. Tenho um trabalho no Benfica, adoro o meu trabalho, não preciso de ser convidado por alguém. A minha situação é completamente clara.

— Já falou com Rui Costa para perceber se também é isso que o Benfica quer, ou seja, que Roger Schmidt fique?

— Já disse tudo sobre isto. Já falei da relação com Rui Costa. É baseada na honestidade, confiança, falamos sobre tudo. É um clube muito exigente para os jogadores, para os treinadores e presidente. Não somos afetados pelo ambiente criado pelo exterior, pelo interior, por vocês [jornalistas]. É o vosso trabalho falar destes assuntos, mas não nos influencia nas decisões. Não interessa quantas vezes escrevem que, neste momento, é tudo negativo no Benfica. Não é tão negativo. Estamos numa situação em que podemos ser campeões, provavelmente não seremos campeões. No entanto, se observarem a progressão nos últimos dois anos não podemos pensar em mudar tudo. Está tudo em desenvolvimento. Não nos interessa o ambiente fora do clube, nos media, porque essa não é a verdadeira situação no Benfica.

— Sente que tem o apoio dos adeptos e sente que eles querem que continue na próxima temporada?

— Já respondia a essas questões na última conferência de Imprensa e também antes. Também reparei um pouco no ambiente negativo de algumas pessoas, mas para mim é mais importante a maioria dos benfiquistas. É claro que estão desiludidos por não sermos campeões, mas também veem que o Benfica está agora num processo de evolução, que a situação e os fundamentos para conquistar títulos nos próximos anos é muito boa. Sinto o apoio das pessoas dentro e também fora do clube.

— Como avalia a época numa escala de muito má a muito boa?

— É difícil para mim. No futebol, quando somos treinadores de um clube como o Benfica claro que os troféus são o mais importante. Conquistámos um no início da época [Supertaça], ganhámos o campeonato na época passada… Como disse era possível ganhar mais troféus esta época, nas Taças e na Liga ainda é possível, ainda não acabou, temos menos cinco pontos. Gostaria de tentar tornar esta ideia mais clara com um exemplo: quando jogámos com o Sporting [em Alvalade] David Neres, aos 75’ [foi aos 68'], driblou o guarda-redes, rematou para a baliza e no final penso que Coates salvou o golo. Se tivéssemos marcado, talvez tivéssemos vencido [Benfica ficaria a vencer por 2-1] e estaríamos à frente. É futebol, são detalhes, não quero utilizá-los como desculpa, mas a época foi muito equilibrada e tudo foi possível. Estivemos muito perto de vencer o campeonato esta época. Claro que no final o que conta são os títulos, isso é claro, mas como treinador tenho de ver a evolução e o potencial para os próximos anos. É o que vejo e já descrevi, o melhor que posso, a nossa situação. Muitas coisas foram boas, mas quando avaliamos claro que falamos de títulos.