Países Baixos ficam em 3.º; austríacos fizeram da intensidade a maior valência e surpreendem ao ficarem à frente de neerlandeses e de França
A Áustria venceu um novo jogo de loucos neste Euro 2024, este frente aos Países Baixos (3-2) na última jornada do Grupo D, um resultado que, aliado ao empate entre França e Polónia (1-1), colocou a equipa de Ralf Rangnick no topo do grupo!
Entre dois jogadores com poderes especiais, Mbappé e Lewandowski, nenhum ganhou mas ambos marcaram; Gaulês ‘mascarado’ assim como toda a equipa na eficácia; Polónia caiu de pé, resistiu sempre e mereceu o prémio
Para a Áustria, a melhor defesa foi sempre o ataque. A equipa está muito mais confortável com bola e foi assim que procurou (e conseguiu) ferir o adversário. Nos primeiros minutos, os homens de Ronald Koeman quase pareciam perdidos, dadas as desmarcações e a troca de bola fluída dos austríacos.
Alexander Prass então parecia ter o flanco esquerdo sempre à sua disposição e foi por aí que surgiu o primeiro golo (6’), com o lateral a fazer a “assistência” para o autogolo de Malen, uma novidade no onze neerlandês.
Aos poucos, os Países Baixos esboçaram uma reação e perceberam que o adversário tinha dificuldades nas marcações quando defendia em bloco baixo. Foi assim que Reijnders desmarcou Malen com um passe soberbo, mas o avançado voltou a desiludir.
Koeman engoliu parte do orgulho quando substituiu Veerman por Xavi Simons aos 35’, procurando uma presença mais criativa no ataque. No entanto, Sabitzer e Arnautovic é que ficaram perto do golo – valeu Verbruggen a salvar a equipa laranja.
Reijnders era o destaque dos neerlandeses, atuando quase como um farol de todo o processo ofensivo da equipa. Mas, ao intervalo, faltava discernimento e um instinto de matador a esta equipa.
Isso mudou logo a seguir. Os Países Baixos foram outra equipa na 2.ª parte e jogaram de forma mais vertical e eficaz: Xavi Simmons e Cody Gakpo (47’) só precisaram de um contra-ataque para fazerem magia.
E quando a laranja começava a ser mecânica, Romano Schmid (59') recolocou os austríacos na frente, com o golo n.º 900 da história dos Campeonatos da Europa.
Weghorst entrou depois nos Países Baixos e, como já é seu apanágio, foi decisivo, fazendo a assistência para o golo do empate, da autoria de Depay (75’) - que já só está a quatro de igualar Van Persie como o melhor marcador de sempre da seleção.
No entanto, meros cinco minutos depois, Sabitzer aproveitou o péssimo processo defensivo dos Países Baixos (e o mau posicionamento de Van Dijk) para fazer o 3-2 à-vontade. Os neerlandeses não tiveram clarividência para empatarem o jogo pela terceira vez e o resultado não mais se alterou.
Este jogo foi o futebol no seu mais puro estado de imprevisibilidade e emoção. A lógica não esteve presente no Estádio Olímpico de Berlim, mas sim a raça e a crença dos jogadores, que voltaram a proporcionar um verdadeiro espetáculo.
E assim, pela primeira vez na história, a Áustria termina a fase de grupos de um Europeu no 1.º lugar do grupo! Já os Países Baixos desiludem ao ficarem no 3.º lugar, mas não deixam de seguir para os oitavos de final.
Artigo atualizado às 19.05 horas.