23 dezembro 2024, 06:26
A análise de Duarte Gomes à arbitragem: ficou por marcar penálti sobre Debast?
Um lance de maior tensão, com demasiadas incidências para avaliar
João Ferreira, do Conselho de Arbitragem, analisou lance polémico que inviabilizou golo de Trincão
João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem, analisou lances polémicos registados em dois jogos do Sporting no programa Juízo Final, da Sport TV, deixando reparos ao encontro com o Gil Vicente (0-0), da 15.ª jornada.
23 dezembro 2024, 06:26
Um lance de maior tensão, com demasiadas incidências para avaliar
Em causa o momento em que Debast se queixa de penálti e, no seguimento do lance, Trincão introduz a bola na baliza, o que não valeria golo porque o árbitro André Narciso já tinha apitado, não deixando concluir a jogada.
Comunicação VAR
VAR (Luís Ferreira): André, sugiro que venhas à zona de revisão para cancelar o penálti. O jogador não o atinge e ele deixa-se cair. Vou mostrar outra câmara em que vês o jogador a arrastar o pé antes do contacto.
Árbitro (André Narciso): Não atinge a ponta da bota?
VAR (Luís Ferreira): Não, olha-o a arrastar o pé para se deixar cair... Se quiseres mostro-te outra vez de frente.
Árbitro (André Narciso): Luís, vou cancelar a decisão do penálti.
«As instruções são para esperar a finalização. O facto de ter apitado até pode ter contribuído para que os jogadores parassem. O guarda-redes também parou. Provavelmente o desfecho depois até seria o mesmo. A partir do momento em que há o apito, o jogo está interrompido. A não ser que seja uma situação de cartão vermelho. Não foi o caso. Permitiu um penálti que não foi penálti, depois não deu golo», começou por observar, defendendo que o jogo não deveria ter sido logo interrompido.
«Algo que gerou desconforto e também não gostámos muito. O que se pedia era que o André atrasasse o apito. Na versão corrida do lance, parece que há infração. Quando vamos analisar com a tal imagem próxima, percebemos que o defensor não comete infração. O atacante encolhe-se e acaba por cair em cima do defensor», analisou.
Sobre o erro, atirou: «Quando erramos e não temos a intervenção do VAR que não nos pode corrigir, sofremos com isso. E o André sofreu, não ficou nada feliz com esta decisão, com o impacto no resultado. Mas temos de olhar para o próximo jogo com a mesma responsabilidade.»
João Ferreira analisou ainda a decisão de reverter penálti sobre Maxi Araújo no Sporting-Santa Clara (0-1), de 30 de novembro, da 12.ª jornada.
Comunicação VAR
VAR (Hélder Carvalho): Cláudio, peço que venhas à zona de revisão para cancelar o penálti, o guarda-redes joga a bola.
Árbitro (Cláudio Pereira): Joga claramente a bola...
VAR (Hélder Carvalho): Vamos preparar a comunicação.
Cláudio Pereira: Sim, após revisão o guarda-redes não comete infração.
«Naturalmente, o árbitro não ficou muito feliz por ter errado. Estamos a falar num lance na parte final de um jogo intenso. O árbitro não seguiu o sinal que costumamos seguir, de que a bola muda claramente de direção, sinal de que o guarda-redes jogou a bola. O que não significa que não haja infração, mas o que se passou foi um choque natural. Não há nenhum facto que prove infração. Boa intervenção», saudou.
«Se [Cláudio Pereira] se focasse só na bola, percebia que o guarda-redes joga só a bola. Pode ser uma questão de foco no momento em que há a disputa. Faz parte da tomada de decisão em escassos segundos. O Cláudio estava bem colocado, a sua linguagem corporal é muito assertiva e estava muito convicto na tomada de decisão. Mas confrontado com as imagens percebeu que se equivocou», acrescentou.
30 novembro 2024, 23:13
Trabalho negativo de toda a equipa de arbitragem