Assobios, justiça da vitória e o recuar no campo: tudo o que disse Vítor Bruno na sala de imprensa
Treinador analisou a vitória sobre o SC Braga na conferência de imprensa, no Dragão
— Uma vitória difícil do FC Porto, com indefinição até final e com o FC Porto que podia ter dilatado o marcador na primeira parte. Concorda?
— Na sua pergunta dá praticamente a resposta, não tenho muito a acrescentar. Foi uma primeira parte muito boa nossa, podíamos ter feito três ou quatro golos, tivemos um golo anulado, não sei se com retroativos. Primeira parte forte, com nuances estratégicas, a construir bem, a saber como ferir o SC Braga. O adversário tem uma oportunidade nessa altura e nós temos três ou quatro. Na segunda parte, um grande golo do SC Braga, reagimos de forma contundente e fizemos o 2-1. E até aos 70 minutos tínhamos tudo controlado, mais ou menos até à saída do Stephen Eustáquio. A partir daí começámos a estacionar o bloco atrás, não por vontade nossa e naturalmente surgiu intranquilidade. Queremos evitar isso, a equipa está a sustentar-se com rendimento, teve seis jogos consecutivos, mantivemos sempre o quarteto defensivo e a fadiga instalou-se. Mas nas dificuldades às vezes é preciso sofrer com bravura e união. Estou muito contente com os jogadores têm feito, fiéis às vezes em demasiada àquilo que lhes é pedido. Não têm de ser tão fundamentalistas com aquilo que lhes é pedido e têm de perceber o que o jogo lhes pede. Mas são sete vitórias no campeonato, não se esqueçam isso. Agora é descansar e atacar bem o jogo da Taça, mas este ganhámos com inteira justiça.
— Na reta final, a ganhar por 2-1, o FC Porto deu a iniciativa ao SC Braga. Porquê?
— Não queria que isso acontecesse e fui injetando energia com as substituições, foi precisamente no sentido contrário, com Deniz, Vasco Sousa, Fábio, para empurrar a equipa para a frente. As coisas não correrem sempre bem, não somos geniais, tentámos, mas não jogamos sozinhos e historicamente o SC Braga cria problemas defensivos. Os jogadores sentiram necessidade de o fazer, mas a diferença tangencial à pele pode colocar em perigo a equipa. Queremos levá-los para um porto seguro, todos queremos isso. Mas queremos sempre estar casados em uníssono, são todos jogadores do FC Porto. Todos usam o símbolo ao peito, todos eles!
— Apesar do registo imaculado na Liga em casa, ouviram-se muitos assobios nas bancadas...
— Não tenho de entender, mas tem influência, os jogadores são seres humanos, precisam de amparo, mas os vasos comunicantes não estão alinhados, mas é importante que os alinhemos. Os adeptos são importantes, mas é importante que percebam que muitos jogadores estão numa fase inicial da carreira, tem de dar passos rápidos, pois aqui o nível de exigência é grande. Se andarmos alinhados e casados torna-se tudo mais fácil.