Marítimo Assembleia Geral pode levar à queda de Rui Fontes
O Marítimo tem amanhã uma importante assembleia geral. Uma reunião magna, marcada para as 18 horas, em que os sócios do clube madeirense são chamados a darem o seu veredito em relação ao plano estratégico da atual direção para o futuro imediato do clube. Um plano estratégico que visa a reorganização e profissionalização de toda a estrutura empresarial do universo Marítimo e que foi previamente apresentado na semana passada.
Uma sessão de esclarecimento aos sócios que resultou numa onda de grande contestação ao presidente Rui Fontes tendo em conta a falta de respostas aos sócios nomeadamente ao investimento privado que vai entrar na SAD caso o plano estratégico seja aprovado. Aliás, é condição para entrada de privados na SAD verde e rubra a aprovação do referido plano estratégico.
O problema é que não é garantido, muito longe disso, que o tal plano estratégico seja aceite pelos sócios do Marítimo pois estes pretendem saber, primeiro, o nome dos investidores que querem entrar na SAD, a origem e a quantidade de dinheiro que vai entrar e a posição em que vai ficar a SAD maritimista com a chegada de investimento privado. Tudo questões que foram colocadas na sessão de esclarecimento e que não tiveram resposta.
Embora uma eventual reprovação do plano estratégico não seja sinónimo de queda imediata dos atuais órgãos sociais, a verdade é que muito dificilmente Rui Fontes conseguirá resistu na presidência caso o tal plano estratégico não seja aprovado.
Alguns sócios bem conhecidos do universo maritimista foram auscultados e não deixaram de demonstrar a sua preocupação pelo momento que atravessa o Marítimo que, após 38 anos seguidos na 1.ª Liga, vai competir na Liga 2 na temporada 2023/2024.
«Claro que temo pelo futuro do Marítimo. Nesta assembleia os sócios é que vão decidir aquilo que é melhor para o Marítimo. Agora, acho que não era preciso nenhuma assembleia geral para votar este plano estratégico pois isto não é nada. Este plano estratégico do Marítimo é um conjunto de ideias gerais que se deve adotar em qualquer empresa. Se Rui Fontes deve demitir-se? Não sei. Isso é uma decisão que ele deve tomar ao fazer uma análise ao seu desempenho. Se achar que deve colocar o lugar à disposição deve fazê-lo.»
Maurício Pereira (sócio do Marítimo)
«Este é um plano estratégico pouco cuidadoso do ponto vista formal, com pouca informação prestada. Não sabemos quem é o investidor, que tipo de investimento. O futuro do Marítimo está mesmo em causa.»
Luis Filipe Santos (sócio e antigo vice-presidente do Marítimo)
«Não está provado que o problema do Marítimo seja a falta de dinheiro. Entregar o clube a investidores deverá ser sempre o último recurso. O resultado desportivo do Marítimo não é resultante da falta de dinheiro. Existem muitas questões para a assembleia geral que não estão esclarecidas.»
Pedro Coelho (sócio e presidente da Câmara de Câmara de Lobos)
«Não posso ser candidato a um lugar que está ocupado, mas posso garantir que nunca deixarei o Marítimo cair e, se a voz dos sócios for que deve haver alternativa e se acharem que sou a pessoa certa para ser alternativa, eu serei a alternativa. É errado procurar fora alguém que venha dizer como é que deve ser organizada a nossa casa. O Marítimo é muito mais que Rui Fontes. O Marítimo é um conjunto de sócios que infelizmente não têm sido esclarecidos neste último ano e meio»
André Gomes (sócio do Marítimo)