Sporting As razões para Edwards não estar na melhor das fases no Sporting
Rúben Amorim foi taxativo: «Não está na melhor das fases…». Arranque de época com menos minutos desde que chegou a Portugal. Na sombra da influência de Gyokeres e Paulinho
Marcus Edwards tarda em arrancar. O início de temporada do talentoso extremo inglês, uma das principais figuras dos leões na época passada, foi marcada por aparições fugazes, sem magia, longe do protagonismo desta nova versão do leão. Um rendimento abaixo do esperado e que, de resto, foi também reconhecido pelo próprio treinador que ainda no final da partida em Braga – na qual Edwards foi lançado ao intervalo – classificou o atual momento do seu jogador.
Edwards não está na melhor das fases
«Não está na melhor das fases», disse. Palavras curtas, mas que confirmam os números destas primeiras três jornadas. Pois bem, e se as estatísticas não enganam, A BOLA foi procurar aprofundar mais as razões para esta quebra do inglês.
Primeiro ponto: o histórico de Edwards no arranque de época está longe de ser brilhante. É um daqueles jogadores que necessita de tempo para poder potenciar as melhores qualidades. Tem sido assim desde que chegou a Portugal, em 2019/2020, para o Vitória de Guimarães. E se o primeiro ano foi de afirmação, terminando com 36 jogos (9 golos), a primeira vez chamado a jogo aconteceu apenas na… 7.ª jornada. Na seguinte, também nos minhotos, contabilizou 272 nas primeiras quatro rondas, sendo que apenas um completou os 90 minutos.
Na 2021/2022, ano em que começou em Guimarães e se mudou para Alvalade, em janeiro, a produção também não foi brilhante. E a transferência para os leões também foi sentida como confirmam os números: nos primeiros quatro jogos de leão ao peito… 86 minutos. Assim como na última temporada, a melhor da carreira do inglês (51 jogos, 12 golos, 10 assistências), o arranque foi intermitente com apenas uma titularidade e um golo na ronda inaugural, curiosamente em Braga, num emocionante 3-3.
Suplente não utilizado
O arranque desta época é, ainda assim, aquele em que Edwards apresentou maiores dificuldades. Em quatro jornadas somou apenas 165 minutos. Foi titular em apenas uma ocasião (2-1 com o Casa Pia) e nunca completou 90 minutos. Mais: foi suplente não utilizado diante do Famalicão, algo que não acontecia desde março de 2022. As vezes em que foi chamado esteve longe de acrescentar, com notória falta de ritmo e acerto.
Segundo ponto: estes dados confirmam o arranque intermitente do inglês. Um jogador que precisa de tempo para readquirir ritmo, rotatividade e dinâmica com as movimentações da equipa. Depois, claro está, a concorrência. Que aumentou muito. Desde logo com a contratação de Gyokeres que, para já, parece ser intocável e depois o rejuvenescimento de Paulinho para os golos. Bom momento que colocou Edwards na sombra. Além de Trincão que, para já, parece tapado, com a dupla ofensiva, além de Pedro Gonçalves com estatuto de… titularíssimo. Em qualquer zona do campo.
As novas ideias de Rúben Amorim, num sistema idêntico (3x4x3), mas com dinâmicas diferentes – sobretudo por Gyokeres, o elemento diferenciador – também não tem beneficiado o extremo que habitualmente faz a diferença no corredor direito onde está agora… Pedro Gonçalves. E isso, para já, tem feito quase toda a diferença para um jogador que, conforme o técnico já revelou, tem uma personalidade especial, que precisa de minutos, motivação.