ENTREVISTA A BOLA Artur Jorge: «O Botafogo é um grande clube e o que pretendemos é colocar a equipa na rota dos lugares cimeiros»

Técnico luso exulta com a dimensão do 'Fogão'; a qualidade do plantel e a convicção de uma boa prestação no Brasileirão 2024; quer, naturalmente, ser feliz, mas também torce pelo sucesso dos quatro compatriotas que serão... rivais

Como analisa o plantel que tem à sua disposição?

- É um plantel ambicioso, com jogadores de qualidade e que nos permite atacar o Brasileirão de forma ambiciosa. Sabemos da enorme competitividade do campeonato, mas temos condições para dar resposta a essa exigência.

- Quais são os objetivos do clube no campeonato? É possível conquistar o título?

- O primeiro grande objetivo é tornar o Botafogo uma equipa competitiva. Estamos numa fase inicial, de implementação de novos métodos, e depois desse trabalho teremos todas as condições para lutarmos pelos lugares cimeiros. No Brasil temos sete ou oito equipas capazes de lutar pelo título.

Adotou, neste primeiro jogo, o 4x4x2 que também apresentava no SC Braga. Porquê?

- Rompemos com o que tinha sido feito porque entendemos que temos jogadores para jogarmos nesse sistema. Claro que é um desenho tático que gostamos, mas, acima de tudo, pedimos missões aos atletas para que a diferença seja feita pela dinâmica coletiva e não pela estrutura tática.

À exceção de alguns casos, o campeonato brasileiro é pródigo em constantes mudanças de treinadores. Isso preocupa-o, ou a motivação sobrepõe-se?

- Estou muito mais motivado para o sucesso que posso vir a ter. Estou muito empenhado em fazer deste projeto um sucesso. Teremos dificuldades no caminho, claro, mas trabalharei sempre para chegarmos ao caminho que desejamos. Conto com toda a família Botafogo e, em especial, com os nossos adeptos, que podem fazer toda a diferença no que é o apoio à nossa equipa.

Aconselhou-se com alguém antes de rumar ao Brasil?

- Falei com treinadores que já passaram pelo Brasil e isso ajudou a beber alguma experiência e conhecimento. Tudo o que consigamos absorver será muito importante para uma jornada de tão grande mudança.

Já teve oportunidade de estar com os outros treinadores portugueses que aí estão?

- Não, ainda não tive. Afinal, têm sido dias muito intensos, de trabalho exaustivo, viagens e jogo. No futuro, se a ocasião se proporcionar, estaremos juntos, naturalmente. Somos, agora, quatro treinadores portugueses no Brasileirão, eu, o Abel [Palmeiras], o Pedro Caixinha [Bragantino] e o António Oliveira [Corinthians], e torço pelo sucesso de todos.