Arthur Cabral e Bernat trabalhados para brilhar no Benfica
Chegaram mais tarde e podem beneficiar da paragem do campeonato mas ponta de lança e lateral têm contextos diferentes, alerta Diogo Luís
A paragem de praticamente duas semanas para os jogos das seleções nacionais pode beneficiar Arthur Cabral e Juan Bernat, ponta de lança brasileiro e lateral-esquerdo espanhol que foram contratados na reta final do fecho de mercado; Bernat chegou mesmo no último dia da janela portuguesa, que encerrou a 1 de setembro.
Os dois ficaram de fora das convocatórias nacionais e tiveram mais tempo para se adaptarem ao Benfica, mesmo tendo em conta que os encarnados trabalharam de forma limitada porque tiveram 12 jogadores nas seleções (Trubin, Samuel Soares, Bah, António Silva, Otamendi, Morato, Tomás Araújo, Aursnes, Kokçu, João Neves, Di María e Musa) e mais três lesionados: Jurásek, Gonçalo Guedes e André Gomes (entretanto, também Bah se juntou no boletim clínico, lesionado na seleção dinamarquesa). Neste contexto, Schmidt deu, na semana passada, cinco dias de folga ao plantel, e marcou regresso ao Seixal para a passada sexta-feira. Os jogadores levaram na pausa programa de treino personalizado, mas agora já se treinam juntos e começa, verdadeiramente, a integração de Bernat e a aceleração do momento de forma de Cabral. Os dois estão a dar passos para rapidamente estarem cem por cento identificados com o que pretende Roger Schmidt, treinador alemão dos encarnados.
Bernat, 30 anos, veio emprestado pelo PSG até final desta época (num negócio sem opção de compra) para fazer concorrência a Jurásek pela posição de lateral-esquerdo (posição na qual tem jogado, e bem, o médio Fredrik Aursnes, devido à lesão de Jurásek).
Arthur Cabral, 25 anos, foi contratado à Fiorentina por €20 milhões, mais €5 milhões em bónus por objetivos, e veio com a difícil tarefa de fazer esquecer o goleador internacional português Gonçalo Ramos, agora a jogar no PSG. O ponta de lança brasileiro já fez três jogos pelo Benfica – frente a E. Amadora, Gil Vicente e Vitória de Guimarães –, mas mostrou ainda pouco.
Schmidt e a sua estrutura trabalham os dois para poderem brilhar na temporada e estes dias, mesmo sem parte do plantel, foram seguramente importantes, uma espécie de mini pré-época para Cabral e Bernat. Estarão, porém, em momentos distintos, como explica Diogo Luís, atual comentador desportivo e antigo jogador do Benfica, em conversa com A BOLA.
O Arthur Cabral trabalhava com o plantel da Fiorentina, enquanto que o Bernat estava a trabalhar à parte
«Acho que são realmente dois contextos completamente diferentes. Em primeiro lugar porque o Arthur Cabral trabalhava com o plantel da Fiorentina, enquanto que o Bernat estava a trabalhar à parte e nesse sentido o Arthur poderá ter vantagem», começou por sublinhar Diogo Luís. Refira-se que Arthur Cabral marcou 17 golos em 48 jogos realizados com a Fiorentina em 2022/2023 e que Bernat realizou o último jogo oficial pelo PSG a 27 de maio, na liga francesa, frente ao Estrasburgo – terminou a época com 2 golos e 4 assistências em 36 jogos.
Bernat tem as características para, se calhar, dar o salto qualitativo que a equipa precisa à esquerda e começar a rolar bem
«Em relação à forma como o Benfica joga, penso que a vantagem estará toda do lado do Bernat, que acredito que não precisará de muito tempo para se adaptar. Com a ausência de Grimaldo, ele tem as características para, se calhar, dar o salto qualitativo que a equipa precisa à esquerda e começar a rolar bem. Tem características para ligar a equipa e penso que nesse sentido será uma simbiose perfeita», aposta Diogo.
Arthur Cabral vai ter de se habituar aos movimentos da equipa e a equipa também vai ter de se habituar a ele
Já sobre Arthur Cabral, alerta Diogo Luís, os benfiquistas deverão precisar de mais paciência: «O Arthur penso que terá mais dificuldades, porque não está habituado a fazer os movimentos que fazia antes o Gonçalo Ramos e não é seguro que alguma vez os venha a fazer. Ele vai ter de se habituar aos movimentos da equipa e a equipa também vai ter de se habituar a ele. Precisa de mais algum tempo para encaixar.»