Treinador do Famalicão está satisfeito com a resposta da equipa desde que chegou ao clube, mas também 'desconfiado' do momento do FC Porto; o desejo e a ambição de prolongar a série vitoriosa que conseguiu desde que chegou a Vila Nova; garante ter soluções de qualidade para as ausências de Riccieli e Chiquinho; pensar nos dragões primeiro e nos leões... depois
Em polos diametralmente opostos. Assim estão FC Porto e Famalicão na antecâmara do duelo de amanhã (18 horas), no Estádio do Dragão. Afinal, os dragões vêm de duas derrotas consecutivas para a Liga, os famalicenses de dois triunfos seguidos.
Este cenário foi, naturalmente, abordado na conferência de Imprensa desta sexta-feira, com Armando Evangelista a demonstrar alguma desconfiança relativamente aos maus resultados recentes dos azuis e brancos. E fez o contraponto com a goleada imposta pelo FC Porto ao Benfica.
«Momento ideal para defrontar o FC Porto? Eu olho para a coisa de forma diferente. Se calhar os últimos resultados do FC Porto colocam tudo em alerta máximo e isso pode dificultar a tarefa do Famalicão. Nós vimos de duas vitórias consecutivas e os índices de confiança têm vindo a aumentar. Mas do outro lado os índices de alerta também têm vindo a aumentar. Importante é não nos iludirmos com o que o FC Porto fez nos últimos dois jogos, mas sim com o que o FC Porto fez de muito bom, como por exemplo a vitória por 5-0 com o Benfica. Temos de olhar é para as coisas bem feitas pelo FC Porto e que foram muito meritórias. Só assim é que nos podemos preparar bem e sermos capazes de ir lá e sermos competitivos para levarmos o jogo para onde queremos», começou por dizer.
3 março 2024, 23:57
Difícil é explicar como é que este Benfica ainda está seis pontos à frente deste FC Porto. Depois da expulsão de Otamendi o jogo tornou-se penoso
E a análise do técnico foi também consubstanciada com o reconhecimento que tem das dificuldades com que a sua equipa se vai deparar. Mas nem isso retira ponta de ambição relativamente à luta pelos três pontos: «Nem sequer vale a pena falar no grau de dificuldade que vamos ter pela frente. Estes jogos são sempre de um grau de dificuldade elevadíssimo e sendo fora de casa ainda mais difícil se torna a nossa tarefa. Vimos de uma sequência de duas vitórias, algo inédito esta temporada no Famalicão, e com o espírito que estamos a tentar criar dentro do grupo, vamos para o Dragão tentar prolongar esta sequência. Este espírito de ambição tem de estar sempre presente. Face à grandeza e dimensão do nosso clube só podemos preparar os jogos para ganhar. Claro que respeitamos o FC Porto, tal como respeitamos todos os outros adversários, mas sabemos o que queremos, para onde vamos, e preparámo-nos para o que vamos ter pela frente.»
A distância entre os embates com FC Porto (amanhã) e Sporting (terça-feira) é muito curta, mas Evangelista só quer dar um passo de cada vez. «A preparação do jogo, o nosso trabalho, são feitos no seguimento do jogo com o FC Porto. Depois disso pensaremos no próximo. É óbvio que há sempre ajustes a fazer porque é um espaço de tempo curto e estamos a falar de homens e não de máquinas, é preciso ter algum cuidado nesse aspeto, mas em termos estratégicos e comportamentais estamos direcionados para o próximo jogo, que é com o FC Porto», referiu.
As ausências e as... oportunidades
O registo 100% vitorioso de Armando Evangelista desde que chegou ao Famalicão tem tido o contributo de várias individualidades, nomeadamente Chiquinho, um dos jogadores que tem estado em plano de destaque e que marcou nos dois jogos recentes - vitórias diante de Gil Vicente (2-1) e Vizela (3-2).
O extremo, antigo internacional sub-21 português, não vai, porém, poder dar o seu contributo à equipa no Estádio do Dragão, uma vez que terá de cumprir um jogo de suspensão. Realidade que será também vivida por Riccieli, patrão da defensiva famalicense e capitão de equipa. Ambos serão ausências de vulto. Mas Armando Evangelista diz que estas situações podem permitir o aparecimento de outras alternativas.
«O Chiquinho está num bom momento, os números falam por si, mas é a oportunidade de outros. Temos homens que estão sedentos de demonstrar que têm toda a capacidade para entrarem de início. Esta janela abriu-se e é a oportunidade de outro para me convencer que pode jogar mais vezes. Não me vou agarrar às ausências do Chiquinho e do Riccieli quando tenho um plantel que tem trabalhado desta forma desde que aqui estou», concluiu o técnico.
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