Apostar tudo em Saka até mesmo para sobreviver (crónica)
Saka empatou a partida de Dusseldorf com um grande remate de longe

Inglaterra-Suíça, 1-1 (5-3 gp) Apostar tudo em Saka até mesmo para sobreviver (crónica)

INTERNACIONAL06.07.202419:57

Suíça cai nos penáltis depois de nova exibição sólida; Inglaterra muito dependente das individualidades; Pickford decisivo

Southgate, muito criticado até aqui, preparou-se para uma Suíça que tinha eliminado a Itália e obrigado a Alemanha a muito trabalho ainda na fase de grupos. A mimetização do esquema helvético, com mais argumentos indivuais, mas sobretudo com uma melhor distribuição do espaço pelos jogadores (importante no caso de Foden e Bellingham, que nos encontros anteriores se atropelavam um ao outro sobre a esquerda) e a criação de um bloco alto, garantiu aos ingleses algum domínio territorial.

Duas fileiras de três unidades - Foden, Kane e Bellingham à frente; e Trippier, metido por dentro, Mainoo e Rice depois - fechavam o corredor interior à progressão habitualmente cerebral dos homens de Murat Yakin, de pouco valendo a recolcação do ala Aebischer e do falso extremo Rieder bem por dentro para criar o caos. Do lado suíço fazia-se o mesmo, o que empurrava o espaço existente para as alas. À exceção de irreverência de Mainoo, que com alguns arranques foi conseguindo perfurar linhas, é normal que residisse em Bukayo Saka a origem dos principais desequilíbrios. No entanto, a primeira parte foi demasiado fria e sem oportunidades de golo.O risco parecia ter sido, por completo, retirado do encontro.

O início da segunda parte pareceu trazer uma Inglaterra mais pressionante, no entanto, os helvéticos recuperaram a posse e, entre um ou outro esticão, foram colocando gelo.

Já depois de Yakin ter sido o primeiro a mexer, com Rieder e Vargas a darem lugar a Widmer e Zuber, e Embolo ter conseguido o primeiro remate enquadrado, fácil para Pickford, a Suíça abriu as hostilidades a 15 minutos dos 90. O ataque posicional funcionou na perfeição. Os suíços trocaram a bola à volta da área até os ingleses adormecerem e Dan Ndoye aparecer na área para cruzar. Stones não evitou um toque infeliz, que colocou a bola à frente de Embolo, já com Walker batido, e foi só preciso empurrar.

As individualidades voltaram a aparecer para salvar a seleção dos três leões. Dois minutos apenas após Gareth Southgate ter feito uma tripla substituição para acrescentar do vertigem, Saka, como tantas vezes, fletiu para dentro, deixando Aebischer para trás, e nesse momento Rodríguez estava demasiado longe e a ajuda de Xhaka apenas a chegar. O remate entrou junto ao poste, sem hipóteses para Sommer.

Prolongamento não chegou

Terceiro jogo dos quartos, terceiro prolongamento. E aí, novamente, as duas seleções começaram por ter abordagens diferentes: a Inglaterra quis acelerar, já a Suíça apostou no controlo, na pausa, sobretudo no primeiro quarto de hora. Rice obrigou Sommer a uma grande defesa, Bellingham ainda assustou com o pé esquerdo. No entanto, os helvéticos voltaram a responder na etapa final e ainda contaram com um canto direto de Shaqiri ao poste e uma grande defesa de Pickford. Os ingleses sofriam e muito. Mas sobreviveram outra vez.

Vieram os penáltis. O mal-amado Pickford começou por defender o remate de Akanji e encaminhou a qualificação, carimbada por Arnold com o quinto pontapé certeiro.