João Alves, antigo médio do Benfica, analisa a derrota das águias frente ao Vitória de Guimarães
Ataque mais solto falhou
Surpresa com a equipa que o Benfica apresentou, em função das condições do relvado. Percebi a ideia do Schmidt, que era tirar marcação aos três centrais do Vitória de Guimarães, e jogar com Rafa e Di María soltos na frente, só que naquele campo o Di María precisa, pelas suas características, que o tirem do lamaçal e o metam onde joga muito bem, pelos flancos, solto. Percebeu-se o objetivo, reforçar o meio-campo, mas, em função de como estava o relvado, na minha opinião, esta opção caía por terra esta opção. Era preciso um jogador com as características de Arthur Cabral, e veio a comprovar-se isso. Por outro lado, quando o Di María voltou para a posição original, levou a equipa às costas e foi, mais uma vez, decisivo. É o pilar do Benfica, juntamente com Rafa, em termos ofensivos.
Schmidt surpreendeu com escolha do onze para Guimarães, onde, no domingo, os campeões nacionais empataram 2-2 na 21.ª jornada da Liga; treinador já utilizou antes a ideia esta época, mas teve sempre de se socorrer do banco
Jogo equilibrado
Foi um jogo com oportunidades para os dois lados. Trubin foi decisivo no resultado, o V. Guimarães esteve melhor na primeira parte, teve mais chances e remates. No segundo tempo, as entradas de Florentino e Arthur Cabral foram fundamentais: Benfica ia a caminho da derrota, da forma como estava em campo. Deviam ter começado de início, em função das suas características. O meio-campo foi construído à base de transportadores de jogo, que jogam muito com a bola no pé, e aquele campo não estava para isso, faltavam jogadores com outras características para tornar a equipa mais forte, e o Benfica melhorou com as substituições.
O Benfica bem correu atrás do prejuízo. Em noite de dilúvio, os vimaranenses tiveram mais oportunidades. ’Di Cabral’ fez o empate
Destaques individuais
Destacar três jogadores do Vitória: Tiago Silva, André Silva, e Jota. Golo de André foi de muito difícil execução; e Jota é craque, que grande jogador que está ali, que raça. Teve realmente num patamar superior a todos os outros intervenientes. Fantástico! Por outro lado, Borevkovic merecia quase um duplo encarnado naquela expulsão. Foi uma entrada incrível, fora de tudo o que deve ser o respeito que tem de haver entre jogadores de futebol. Foi um milagre o Florentino não ter partido a perna naquele lance. Tive esse marco na minha carreira, partiram-me uma perna, e este tipo de lances transporta-me de novo para esse momento, e fiquei chocado com a entrada. Realçar, porém, que o Vitória de Guimarães conseguiu organizar-se muito bem depois da expulsão. O Álvaro Pacheco pôs o Jota na frente sozinho, que podia ter matado o jogo com o 3-1, mas Trubin foi decisivo. Nota ainda para a homenagem ao Fehér, foi um bonito momento de tributo.
Extremo português foi, mais uma vez, muito combativo e assistiu André Silva para o segundo do Vitória. Tomás Handel e Tiago Silva também estiveram muito bem no meio-campo dos vimaranenses.
Os treinadores
Parabéns ao Álvaro Pacheco, o Vitória jogou como equipa grande. O Schmidt mexeu bem na equipa, é raro vê-lo a jogar com dois pontas de lança, e foi importantíssimo para o Benfica jogar com os dois na área, passar a ter duas opções de goleadores. Há que salientar essa mexida. Também foi importante jogar com dois esquerdinos na ala esquerda (Álvaro Carreras e Neres). Estas mexidas foram decisivas para conseguirem empatar o jogo e salvarem um ponto.
Ponto prévio: mau estado do relvado prejudicou todos e a ideia de jogo das águias no confronto deste domingo, frente ao V. Guimarães, na 21.ª jornada da Liga; entrada do ponta de lança trouxe presença e capacidade de choque ao ataque e o golo do empate... ; argentino fez assistências para os dois golos do empate 2-2