Anderson: «Fico muito feliz pelo Cádiz ter ultrapassado o meu registo no Famalicão»
Avançado brasileiro diz-se feliz pelo facto de Jhonder Cádiz superar a sua marca no emblema minhoto. (Foto: Famalicão)

Anderson: «Fico muito feliz pelo Cádiz ter ultrapassado o meu registo no Famalicão»

NACIONAL02.04.202414:25

Avançado brasileiro, que representou os minhotos durante quatro temporadas, fala em exclusivo a A BOLA sobre a 'ultrapassagem' que o venezuelano lhe fez na lista de maiores goleadores no principal escalão do futebol português ao serviço do emblema famalicense; a felicidade pelo colega estar a ajudar o clube e as saudades que sente de Vila Nova e dos adeptos; amor ao 'Fama' e carinho pelo Vitória de Guimarães; «regressar a Portugal é um objetivo de carreira», garante o atual jogador do Alanyaspor

Jhonder Cádiz igualou, na passada sexta-feira, a sua melhor marca de golos na carreira. Com o remate certeiro conseguido na vitória do Famalicão no terreno do Gil Vicente (2-1), o internacional venezuelano chegou aos 11 tentos apontados na presente temporada, tantos quantos tinha conseguido na época anterior, também em representação dos famalicenses - em 2018/2019, então ao serviço do Vitória de Setúbal, tinha atingido a dezena de golos.

Quer isto dizer que o número 29 do emblema de Vila Nova tem, agora, oito jogos até final do campeonato para conseguir atingir o patamar mais alto do seu percurso futebolístico no que a golos diz respeito. A tarefa pode ser teoricamente mais difícil de ser consumada devido ao calendário que resta ao Famalicão na reta final do campeonato - Vizela (c), FC Porto (f), Sporting (c), Portimonense (c), Estoril (f), Benfica (c), Chaves (f) e Casa Pia (c) -, mas não é, de todo, impossível. Afinal, basta apenas que Jhonder Cádiz consiga o mínimo dos mínimos, ou seja, conseguir apontar um tento em oito jogos. O que, para um ponta de lança cujo nome do meio é... golo, parece perfeitamente alcançável.

Mas ainda que essa marca não tenha sido (ainda) consumada, a verdade é que Jhonder Cádiz conseguiu, com o tento apontado ao Gil Vicente, subir mais um degrau na história do Famalicão: passou a ser o quarto maior goleador do clube na elite nacional.

O internacional venezuelano tem, agora, 15 golos na Liga com a camisola do Famalicão - um na época 2021/2022, quatro na época 2022/2023 e 10 na presente temporada (a esta dezena soma ainda mais um, conseguido na Taça da Liga, o que perfaz os 11 que já anotou em 2023/2024) - e à sua frente na galeria dos notáveis tem apenas Djamel Menad (16), Pires (19) e Álvaro Pereira (23). Para trás, ficaram, e de uma assentada, Iván Jaime, Simon Banza e Anderson Silva (todos com 14 golos).

Perante estes dados da vida do clube, A BOLA fez questão de chegar à fala com um dos jogadores que Jhonder Cádiz ultrapassou recentemente: Anderson Oliveira.

Anderson foi muito feliz no emblema de Vila Nova. (Foto: Famalicão)

O avançado brasileiro, de 26 anos de idade, representa atualmente no Alanyaspor, da Turquia, mas mesmo em dia de jogo - o emblema turco defronta hoje o Gaziantep, a partir das 18.30 horas - não teve qualquer tipo de problema em aceitar o repto do nosso jornal para demonstrar toda a sua felicidade pelo momento vivido por Cádiz.

«Fico muito feliz pelo facto de o Cádiz ter superado o meu registo no Famalicão. Afinal, se ele está a marcar golos e a ultrapassar essas marcas históricas, é sinal de que está a ajudar o clube. E tudo o que seja ajudar o Famalicão a ser cada vez melhor deixa-me extremamente orgulhoso. O Famalicão é um grande clube e só espero que tenha cada mais vez jogadores de grande nível que possam catapultar a equipa para patamares ainda maiores», começou por dizer.

Questionado sobre as semelhanças que pode ter com o internacional venezuelano, o brasileiro aponta mais... diferenças: «É um facto que ambos temos bastante faro pelo golo, mas a verdade é que somos jogadores bastante diferentes. O Cádiz é mais um jogador de área, um ponta de lança puro, muito forte no jogo aéreo e no ataque à bola, eu prefiro usar a minha velocidade e o meu poder de explosão para atacar a profundidade. Claro que quando tenho as minhas oportunidades, também gosto muito de fazer golos [risos].»

Mas os elogios ao atual dono da camisola 29 do Famalicão não se ficam por aqui: «Apesar de nunca ter jogado com ele, a verdade é que continuo a acompanhar atentamente a carreira do clube e sei bem que o Cádiz é um excelente jogador. Tem ajudado a equipa e isso deixa-me muito feliz. Além disso, é também um dos capitães, o que explica bem a importância que tem no grupo. Sendo que, é bom não esquecer, recentemente também regressou à seleção da Venezuela, algo só mais uma prova do seu valor e do excelente momento que está a viver.»

Anderson Silva chegou ao Minho no início da época 2017/2018 e por ali ficou durante quatro temporadas. Nesse período, foi sempre um dos grandes destaques do Famalicão e um dos obreiros da subida ao principal escalão do futebol nacional, em 2018/2019. No total, o canarinho realizou 115 jogos pelos famalicenses, tendo apontado 26 golos. Ficou na história do clube e... no goto dos adeptos. O carinho é recíproco: «Até me arrepio de falar do Famalicão e dos seus adeptos. É um emblema que me diz mesmo muito. O Famalicão abriu-me as portas da Europa e ajudou imenso no meu crescimento enquanto jogador e enquanto homem. Estarei eternamente grato ao clube e aos seus adeptos, que sempre me apoiaram de uma forma maravilhosa. Jamais esquecerei o Famalicão e os seus adeptos. É gente muito boa!»

Brasileiro festejou muitas vezes no Minho. (Foto: Famalicão)

No início da época 2021/2022, e já depois de ter realizado um jogo pelos famalicenses, Anderson rumou à China. Na Ásia teve a oportunidade de representar o Beijing Guoan, mas a temporada seguinte marcaria o regresso do brasileiro a Portugal, de novo ao Minho, desta feita para vestir a camisola do Vitória de Guimarães. As boas exibições rubricadas ao serviço dos conquistadores (38 jogos e oito golos) valeram-lhe nova transferência, agora para a Turquia e mais concretamente para o Alanyaspor.

«A época não está a correr propriamente como esperava, uma vez que estive alguns meses afastado dos relvados devido a uma lesão, mas a verdade é que já regressei à competição e estou confiante numa reta final de época em grande nível», projeta.

Voltar a Portugal não é sonho. É objetivo!

A carreira de Anderson Silva está intimamente ligada a Portugal. Afinal, das 10 épocas que já leva durante o seu percurso sénior, metade foram passadas em solo lusitano. O brasileiro assume o carinho especial que tem pelo Vitória de Guimarães, mas não esconde o amor ao Famalicão.

Anderson quer voltar ao futebol luso e, se possível, ao Vila Nova. (Foto: Famalicão)

«Logicamente que o Vitória de Guimarães tem um lugar especial no meu coração, tal como, de resto, têm todos os clubes por onde passei, mas tenho de confessar que fui muito feliz no Vitória, apesar de ter estado lá apenas um ano. Mas falar na minha carreira é falar do Famalicão. Tal como já referi, foi um clube que me deu sempre tudo e grande dose do meu amor estará eternamente reservada para o Famalicão», conta, até com alguma emoção percetível nas palavras.

O contrato do avançado brasileiro com o Alanyaspor é válido até 2027, mas na cabeça de Anderson está o desejo de regressar a Portugal. Sem saber quando será possível, o jogador deixa uma certeza: «Claro que tenho o sonho de voltar a jogar em Portugal. Mas mais do que um sonho é um objetivo de carreira. Quero muito voltar ao futebol português. Para onde? Naturalmente que não fecho as portas a nenhum clube, tudo depende do que possa vir a acontecer no futuro, mas não escondo que seria muito especial ter a oportunidade de voltar a vestir a camisola do Famalicão e de tornar o sentir o carinho daqueles adeptos maravilhosos.»